O
movimento harmônico simples pode ser muitas vezes considerado de uma dimensão
(unidimensional) uma projeção matemática do movimento
circular uniforme. Se um objeto move com uma velocidade
angular ω ao redor de um círculo de um
raio r centralizado de uma origem de um plano de x-y, este
movimento é em cada coordenada um movimento simples harmônico com uma
amplitude r e uma frequência angular ω.
Quando
um corpo oscila periodicamente em torno de uma posição de equilíbrio,
descrevendo uma trajetória retilínea, pode-se dizer que este corpo efetua um
movimento harmônico simples linear e este ocorre em razão da ação de uma força
restauradora. A força elástica é diretamente proporcional à deformação da
mola [X(m)], sendo K(N/m) a constante elástica da mola, esse conceito pode ser
usado no estudo da deformação das rochas sob alta pressão e temperatura. Até
certa profundidade e temperatura as rochas se comportam de maneira elástica,
elas sofrem a deformação, mas quando a forma aplicada é retirada elas voltam ao
estado normal. Caso esse esforço seja prolongado à rocha ultrapassa o limite
elástico e deforma-se. Assim, quando procuramos deformar um material elástico
(um elástico comum, por exemplo), ocorrerá o seguinte: enquanto a deformação
não for muito grande, a força é proporcional ao deslocamento (ou à deformação
imposta), mas atua sempre no sentido contrário ao dele. É uma tendência ou
reação natural, no sentido de buscar a restauração da forma original. Os corpos
materiais exibem este tipo de movimento só para pequenos valores dos
deslocamentos. Se aumentarmos o deslocamento do corpo, a força restauradora não
tem um comportamento linear. Além de um determinado valor da elongação, ocorre
a ruptura do material. De uma maneira geral materiais elásticos, quando
deformados ligeiramente mediante a aplicação de trações ou compressões,
executam movimentos periódicos.
Se
ao invés de consideramos as rochas, levarmos em conta o caso de uma borracha
temos um exemplo melhor. Quando comprimimos a borracha ela “empurra” a nossa
mão. Se a esticarmos, ela “puxa a nossa mão”. O mesmo princípio funciona para
molas. Quando ela está em repouso, ela
permanece em repouso. Quando a elongamos por um valor x, mediante o
deslocamento da extremidade da mola, a força age procurando sempre trazer a
mola para a sua posição de equilíbrio. Esse é um comportamento bastante comum
de certos materiais e vale para qualquer substância elástica.
Elasticidade dos
Materiais
Mediante
a aplicação de forças (ou esforços) podemos alterar a forma e/ou o tamanho dos
corpos materiais. Um corpo pode ser deformado de várias formas distintas: ele
pode ser alongado, comprimido ou torcido. Forças de pequena intensidade induzem
um comportamento dito elástico. Trata-se de uma propriedade dos corpos
materiais mediante a qual eles tendem a restaurar sua forma original, uma vez
removidas as forças deformantes que sobre eles atuam. Os esforços mais simples
são aqueles nos quais os corpos são deformados mediante a aplicação de apenas
um par de forças tendo elas sentidos opostos e aplicadas, no entanto, em pontos
diferentes do corpo. Nesse caso nos referimos a trações e compressões. No caso
da tração, as forças são, tipicamente, de afastamento das várias partes do
corpo. Consequentemente, ele sofrerá um alongamento na direção do par de
forças. No caso da compressão as forças tendem a aproximar as várias partes do
corpo. Ou seja, o corpo será encurtado na direção do par de forças.
O
estudo do movimento harmônico simples reveste-se de uma importância maior do
que parece à primeira vista e isso por duas razões. Em primeiro lugar, porque o
movimento harmônico simples é um movimento muito comum: por exemplo, colchões,
gangorras, pêndulos e molas exibem tais movimentos. A segunda razão é o fato de
que o estudo do movimento harmônico simples representa um dos melhores exemplos
da aplicação das leis da mecânica. Nesse exemplo, coloca-se, de forma mais
clara, o problema central da mecânica, que é o de determinar a posição de uma
partícula, uma vez conhecidas as forças que agem sobre ela. O movimento
harmônico simples é o movimento periódico mais simples entre todos. Ele é
também um movimento oscilatório.
Os
movimentos periódicos são todos aqueles movimentos que se repetem em intervalos
de tempo iguais. Mais precisamente, poderíamos dizer que, no movimento
periódico, o móvel ao ocupar, sucessivamente, a mesma posição na trajetória,
apresenta sempre a mesma velocidade e aceleração e o intervalo de tempo para
que ele se encontre duas vezes nessa posição, é sempre o mesmo. Exemplos de
movimentos periódicos são: fases da lua, movimento circular uniforme, as
estações do ano, e o mais comum entre eles é aquele associado à rotação da
Terra em torno do seu eixo. O movimento da Terra é periódico, uma vez que,
depois de um ano, a Terra está na mesma posição no espaço e com a mesma
velocidade que ela possuía no ano anterior. Outro movimento periódico é aquele
associado ao movimento da Terra em torno do Sol. Como as equações do movimento
periódico são expressas a partir das funções seno e cosseno, ele também é
chamado movimento harmônico.
Enquanto
que os movimentos oscilatórios ou vibratórios são todos os movimentos cujo
sentido é regularmente invertido (alternância de sentidos). São exemplos de
movimentos oscilatórios: movimento de um diapasão, movimento de um sistema
formado por uma massa e uma mola, movimento da corda de um violão, os átomos
nos corpos sólidos, as vibrações moleculares ou ainda, o movimento de um
pêndulo.
O Pêndulo
simples
O
movimento do pêndulo simples pode se constituir num exemplo de movimento
harmônico simples. Ele ocorre se o movimento for restrito a pequenas
oscilações, isto é, ângulos de abertura dos pêndulos muito pequenos. Esse fato
foi verificado experimentalmente por Galileu. Essa propriedade é conhecida como
isocronismo. O isocronismo do pêndulo foi determinante no seu uso, depois da
descoberta de Galileu, na construção de relógios a pêndulo. O pêndulo simples
consiste num objeto (uma pequena esfera, por exemplo) preso por um fio de massa
desprezível. Numa determinada posição do pêndulo, temos duas forças atuando
sobre o objeto: a tração do fio e a força peso. Quando o fio é preso por um
ponto no teto, por exemplo, o corpo preso a ele se move num movimento circular
(mas não uniforme). Ele ocupa, no entanto, apenas uma parte da circunferência.
Em 1603, um dos amigos de Galileu, o médico Santorio Santorio, passou a usar um
pendulo simples (que ele chamou de pulsilogium) para medir o pulso de seus
pacientes. A aplicação mais importante do isocronismo do pêndulo, no entanto,
veio em 1656, após a morte de Galileu, com a construção do primeiro relógio de
pêndulo pelo físico holandês Christiaan Huygens (1629-1695).
Massa presa a
uma mola
O
exemplo mais simples de oscilador harmônico simples é constituído de uma massa
m, que fica presa a uma mola. Para pequenos deslocamentos da mola, esse sistema
exibe oscilações típicas de um oscilador harmônico simples. Como por exemplo,
uma massa m, presa a uma mola de constante elástica k, experimenta uma força,
quando colocada sobre uma mesa. Esse mesmo princípio é utilizado nos sistemas
de amortecedores de massa em prédios para evitar que oscilem muito por causa do
vento ou tremores de terra. Também é utilizado para amortecedores em
automóveis.
O
estudo dos movimentos harmônicos simples foi fundamental para diversas
inovações tecnológicas, desde a construção de relógios de pêndulo até estudos
espaciais que possibilitaram, entre outras coisas, a criação de satélites
artificiais e sondas espaciais. Os movimentos oscilatórios são também
representados por ondas. A ondulatória pode ser usada para compreender e ser
aplicada nas transmissões via satélite, nos Raios X, nos Lasers, no
amortecedor de um carro, na construção civil, na televisão e no rádio, no
celular, no computador, no estudo de terremotos e em muitos outros setores e
campos. O choque entre placas tectônicas que causa terremotos pode ser
analisado como sistemas que vibram. Uma pedra caindo em um lago forma ondas
concêntricas que se propagam pelo lago.
Satélites
artificiais
A
radiação eletromagnética (REM) produzida por sistemas artificiais por radares
instalados nos próprios satélites atingem a superfície terrestre na forma de
ondas e interagem com os alvos, sendo refletidas de volta ao satélite. Os
sensores cobrem faixas de imageamento da superfície terrestre, cuja largura
depende do ângulo de visada do sensor. Estas faixas são dispostas ao longo da
órbita e são varridas, pelo sensor, em linhas transversais ao sentido da
órbita. Na varredura das linhas por espelho, que se baseia no princípio da
técnica de imageamento de scanners multispectrais lineares a REM refletida da
superfície dos objetos / alvos incide sobre um espelho móvel de face plana,
montado com um ângulo de 45º sobre um eixo mecânico que imprime um movimento
oscilatório ao espelho, de tal forma que a superfície do terreno é varrida em
linhas perpendiculares à direção de deslocamento do satélite, permitindo o
imageamento sequencial de linhas da superfície do terreno. A REM refletida no
espelho é direcionada para o interior do sensor onde é processada para dar
origem às imagens.
A
frequência do movimento é dada em Hertz, que é um sistema onde um hertz quer
dizer que este sinal se repete a cada segundo. Um sinal com 10 hertz diz que o
sinal se repete dez vezes a cada segundo. As ondas eletromagnéticas têm a
vantagem de não sofrerem tanta atenuação quanto às ondas mecânicas. Atenuação é
o quanto à onda perde em intensidade a certa distância. Por isso que em shows a
equipe técnica se utiliza daqueles autofalantes enormes e poderosos para que
até os mais distantes possam ouvir os artistas. Enquanto que com um pequeno
transmissor eletrônico você consegue enviar sinais a vários metros, quando não
quilômetros, ou até mesmo a milhares de quilômetros. Por essa definição pode-se
ver que a frequência determina o número de vezes que o movimento se repete por
unidade de tempo, sendo que o tempo que o corpo gasta para voltar a percorrer
os mesmos pontos da trajetória é chamado de período.
Movimento Harmônico
Simples Amortecido
Em
diversas situações do nosso cotidiano, os movimentos oscilatórios têm uma
duração finita, eles têm um começo e um fim. Não ficam se movendo no ir e vir
de modo indefinido. Isso acontece, basicamente, devido à atuação de forças
dissipativas tais como as forças de atrito. A maior parte dos exemplos de
movimentos harmônicos são amortecidos, a não ser que seja em uma situação ideal
sem atrito.
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