quinta-feira, 14 de maio de 2020

RESENHA| The Alice Network



“Revenge is the consolation prize of the losing side.”


O meu eu-2013 nunca ficou tão satisfeito com uma leitura como está agora. Na adolescência eu fui um fanático por livros cujas histórias se passavam em períodos de guerras, principalmente a Segunda Guerra Mundial. Amo romances históricos que misturam ficção e vida real de forma tão engenhosa que as vezes fica separar a verdade histórica da criação do autor. The Alice Network é desse jeitinho. Não decepciona.

 

The Alice Network (A Rede de Alice) é a estória de uma rede de espionagem feminina durante a Primeira Guerra Mundial, um tema que eu nem sequer sabia que existia. Apesar de ser um livro de ficção foi baseado em diversos relatos reais durante a Primeira e Segunda Guerra Mundial. Inclusive a rede de espionagem liderada pela espiã de codinome Alice.

 

Na obra de Kate Quinn duas mulheres completamente distintas são ligadas por uma teia de eventos que aconteceram durante durantes as duas grandes guerras. De um lado temos Eve que em 1915 foi recrutada para ser espiã em um esquema de espionagem britânica que funcionava França ocupada pela Alemanha durante a Primeira Guerra e de outro lado temos a jovem universitária americana Charlie que busca uma prima desaparecida na Segunda Guerra.

 

As duas estórias se cruzam quando Charlie em 1947 atravessa o oceano a procura da prima Rose e vai bater na porta da Eve, agora uma senhora aposentada que vive no subúrbio de Londres e pode ser a única pessoa na Europa a saber o paradeiro da prima desaparecida. O que Charlie não esperava era encontrar uma mulher marcada pelos traumas da guerra e que agora passa os dias bêbada e bradando xingamentos. A união das duas parece acontecer quando Charlie revela um nome que Eve não escutava há 30 anos.  

 

O livro pode parecer um calhamaço com suas quase quinhentas páginas, mas suas páginas despertam a curiosidade do leitor, e apesar de ser comprido não chega a ser tedioso. Entretanto sugiro que seja lido com uma meta de leitura. Os capítulos são intercalados e em boa parte do livro temos duas narrativas completamente separadas. Conforme se aproxima o final a trama parece fazer mais sentido e à medida que ligação entre as protagonistas fica mais forte a linha que separa as duas estórias converge para uma só. O mais surpreendente do livro é que quando parece que tudo terminou é na verdade apenas o começo...

 

Kate Quinn possui outros romances históricos sobre Roma e desta vez nós traz uma jornada pela busca da verdade que levou duas mulheres desde a cidade de Londres até os campos de flores do interior da França. Além da Charlotte e da Eve a narrativa é recheada de mulheres fortes. É uma investigação que releva o trabalho de pesquisa da autora sobre os acontecimentos antes de compor o livro. Super recomendo para quem gosta de ficção histórica e mistério.

 

Editora Harper Collins. 2017. 490 páginas.


MINHAS CITAÇÕES FAVORITAS

 


I’ll go on working until I can’t anymore. Then I suppose I’ll die. Bullets, boredom, or brandy—that’s how people like us go, because God knows we aren’t made for peace.

 

“What I mean is, it’s not a matter of age. There are boys aged fifty, and men aged fifteen. It’s all in what they do, not how old they are.”

 

Believe me when I say it is entirely possible to despise a man and still enjoy him between the sheets. Merde, sometimes it’s even better that way. Disgust adds a certain intensity—‘spasms of love, spasms of hate, it is all the same'

 

“But lovemaking is a skill like any other, you know. A bad man can be a good carpenter or a good hatmaker or a good lover. The skill has nothing to do with the soul”

 

"You might see him at some point, you know (...) If he does, promise me you’ll do your best to tear all that tweed off him” “Lili!” Eve rocked, helpless with laughter. She couldn’t remember when she’d last laughed so much. “He’s married!” “Why should that stop you?"

 

It is best, when forced to lie, to tell as much of the truth as possible.


segunda-feira, 4 de maio de 2020

CRÍTICA| The Last Man on Earth: o cancelamento depois de 4 temporadas



O ano é 2022. Um vírus mortal destruiu a humanidade. 3 anos depois os últimos sobreviventes agora vivem reunidos e diariamente enfrentam o tédio, a falta do que fazer e por vezes momentos de aventura repletos de perigo e muita comédia. Tinha deixado de ver essa série, mas achei a ocasião oportuna para voltar a assistir. Amo a temática pós apocalipse e pela primeira vez me deparei com uma comédia deste tipo. A produção da Fox possui um humor que é na maior parte do tempo irritante, mas aborda umas questões bem interessantes sobre o que você faria se fosse a última pessoa viva na Terra.



A segunda temporada continuou com a mesma qualidade da primeira. A ideia original é o melhor ponto positivo do show. Outro ponto positivo é a série contar com apenas 18 episódios de 20 minutinhos. É rápida e descontraída.


A terceira temporada explorou bem a natureza humana perante a iminente extinção. Traz um argumento bastante válido sobre que coisas começariam a dar errado em um mundo sem humanos. Ah, a série merece o prêmio de protagonista mais irritante, que provavelmente só continua no elenco por também ser criador do show.


O final da quarta temporada foi ótimo, ficando obvio que a produção foi cancelada, pois terminou com um ótimo gancho para continuação. Após uma excelente primeira temporada a série parecia sobreviver graças aos últimos episódios que ficavam bons e compensavam uma temporada inteira arrastada. A série acabou do jeito que começou: protagonistas irritantes e figurantes que só aparecem para morrer.