sábado, 11 de abril de 2020

CRÍTICA| THE MAN IN THE HIGH CASTLE - LIVRO E SÉRIE DE TV



"Verdade, ela pensou. Tão terrível quanto a morte. Mas mais difícil de encontrar"

Conheci O HOMEM DO CASTELO ALTO através do piloto da série lançado em 2014. Apenas com um episódio me encantei com trama, os personagens e a ideia do programa. Logo em seguida descobri seguida que a série não teria continuação e aguardava até que uma emissora comprasse a produção. 


Por acaso chegou ao meu conhecimento que O HOMEM DO CASTELO ALTO na verdade se chamava THE MAN IN THE HIGH CASTLE e era um livro bem conhecido do Phillip K. Dick, mesmo autor do livro que inspirou o filme Blaide Runner, além de outras grandes produções como Minority Report, O Vingador do Futuro, e Os Agentes do Destino.


Pois bem, consegui ler o livro, que particularmente é bem diferente da série. A ideia do K. Dick é que em um mundo alternativo a Segunda Guerra Mundial durou de 1939 até 1948, e que o final desse grande capítulo da história da humanidade aconteceu diferente de como conhecemos. Seguimos então a seguinte prerrogativa: 

"E SE NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL AO INVÉS DOS ALIADOS (EUA, FRANÇA, INGLATERRA) TEREM VENCIDO A GUERRA, QUEM VENCEU FOI O EIXO (ALEMANHA, JAPÃO, ITÁLIA)?"

"O QUE ACONTECERIA COM UMA AMÉRICA DIVIDIDA EM DOIS PAÍSES, IGUAL O QUE ACONTECEU COM A ALEMANHA DO PÓS-GUERRA?"


"Para cada evento no nível quântico, o universo atual se divide em múltiplos universos. Isso significa que, para cada escolha que você faz, existe um número infinito de universos nos quais você fez uma escolha diferente"
~Nicola Yoon (tradução literal)

A criação de mundo do K. Dick aborda justamente essa duas questões, em uma América dividida, conquistada em um lado pelo Japão Imperial e no outro pela Alemanha Nazista, que após conquistar a Eurásia e destruir a África segue com seus planos de dominação do mundo. O livro é bem original, mas deixa muito a desejar, e a série acaba sendo um ótimo complemento.

A série ainda na primeira temporada avançou em muita a ideia original do Phillip K. Dick. Foram 4 temporadas, 40 episódios, baseados em um único livro. Uma única ideia. O drama se passa em 1962, quando a jovem Juliana Crain (Alexa Davalos) recebe uma misterioso fita em que é possível assistir um filme em que os Estados Unidos da América vence a guerra. A partir desse momento Juliana passa a questionar sua realidade, e mesmo sem querer acaba envolvida em uma conspiração liderada pelo Homem do Castelo Alto.



A série então rapidamente se tornou uma das maiores produções da atualidade. O crédito se deve a produção que conseguiu adaptar os melhores momentos do livro e superou de maneira grandiosa a trama escrita por Phillip K. Dick, trazendo muito mais mistério e aquilo que não pode faltar em tudo que é bom: romance! Aliás, tem o melhor triangulo amoroso ever. 

Lançada uma segunda temporada, ficou claro que o show só melhoraria. Incrivelmente a segunda temporada conseguiu ser ainda melhor que a primeira. É uma ótima opção pra quem gosta de dramas sobre a Segunda Guerra Mundial, não só isso, mas também pra quem se amarra em uma boa obra de ficção! A ideia original da série, que é baseada no livro do Philip K. Dick, ainda continua forte na segunda temporada com vários elementos novos adicionados que deixam a trama ainda melhor. 
EDELWEISS: Canção de abertura de THE MAN IN THE HIGH CASTLE. 

O terceiro ano da série marcou um novo começo para a trama. Algo totalmente diferente dos anos anteriores, que inclusive abriu precedentes para para os acontecimentos da temporada final. As realidades alternativas (multiverso) ganharam mais destaque, mostrando ser o principal motor do show. O enredo tornou-se mais denso, mais sombrio, mais cruel. Mais audacioso...

A produção não hesitou em matar personagens queridos, além de trazer um elenco mais diversificado (de figurantes, pelo menos). O show tornou-se menos conservador (finalmente!) e mais cheio de ficção científica! O seriado, como aconteceu com a oitava temporada de The Walking Dead, sofreu de um sério problema de iluminação. As cenas estavam muito mais escuras, além do ar sombrio típico da série. Por vezes era impossível reconhecer muitos detalhes na cena por conta de isso.


A nossa heroína, dona das realidades alternativas, Juliana Crain continuou como minha preferida. Perspicaz e sedutora, ela fez a série acontecer. Houve maior desenvolvimento dos co-protagonistas, Ed e Robert Childan, personagem característico dos livros. Além da Helen Smith que ganhou uma estória sensacional. Do lado japonês, o Inspetor Chefe Kido continua insuportável, fazendo questão de querer se intrometer em tudo sem saber de nada! Tagomi-san se mostrou de grande utilidade e cada vez mais disposto a impedir uma 3ª Guerra Mundial com consequências em diferentes dimensões. Sem dúvidas um ano excelente para a adaptação do Phillip K. Dick.


Já o primeiro episódio da quarta temporada de TMITHC denuncia uma mudança no foco da narrativa da série, que deixa de ser apenas um drama focado na Juliana (rainha da série) e sua contribuição para a queda do Reich e passa a mostrar a participação de outros grupos. A Juliana parece mais paranormal que nunca no início, mas depois tudo é explicado.

Uma coisa que muito me agradou foi que finalmente o show colocou em centro o protagonismo dos afroamericanos na resistência aos japoneses, e contra o Reich. Até então a série dava pouco destaque a lutas dos negros para libertar a América.


Muita coisa mudou no último ano da série. No afã para finalizar a série, cortaram o suspense e em alguns momentos parece que ignoraram boa parte dos acontecimentos das outras temporadas, ou deixaram a entender que elas acrescentaram pouca coisa. Queriam porque queriam terminar a série com reunificação dos EUA e fim do Reich . Ignoraram o triângulo amoroso Frank - Juliana - Joe que eu tanto amava. Inclusive lá vai o SPOLIER: Frank Frink (Rupert Evans) e Joe Blake (Luke Kleintank) não voltam para o último ano do programa.


Apesar dos pesares, gostei bastante do final, até porque seja qual for a série os finais sempre me emocionam. A ideia do fim me atrai. O episódio final é de um desagrado em consenso geral. Poderia ter sido melhor? PODERIA! ah, e ainda sobrou muito material para continuar a história do homem do castelo alto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário