sábado, 11 de abril de 2020

RESENHA| LÉXICO



 "- Diga pra mim o que você pensa que é o amor. Estou falando sério, quero saber! 

- Certo - Disse Elliot. É definir a si mesmo através dos olhos de outro. É passar a conhecer um ser humano em um nível tão íntimo que não percebe qualquer diferença significativa entre os dois e ter a consciência de que você é insuficiente sem essa pessoa"

Emily Ruff foi recrutada nas ruas de São Francisco por conta da sua prodigiosa capacidade de persuasão. Admitida em uma escola secreta, onde os alunos não aprendem matérias como em uma escola normal a jovem estuda técnicas de controle da mente baseado palavras específicas. Nesta escola após o treinamento os integrantes recebem codinomes de famosos poetas.

Emily estava com um futuro brilhante pela frente se não cometesse o erro de se apaixonar por outro estudante. Como castigo a jovem recebe uma missão letal.

Em Washington o jovem carpinteiro Wil Park é sequestrado por dois poetas que alegam que ele sobreviveu a algo que não deveria. Sem conseguir lembrar de nada do seu passado, os sequestradores insistem em dizer que o rapaz conhece uma palavrárida, uma poderosa palavra capaz de destruir o planeta.

Os homens alegam que Wil é fundamental para a resolução de uma guerra secreta e peça chave para deter a Virgínia Woolf, uma poeta que não medirá esforços para conseguir a palavrárida.

Em "Léxico" as palavras são sofisticadas armas e o significado do ditado popular "as palavras têm poder" é central na trama. Barry escreve com maestria uma história intensa e capaz de manter o leitor por horas preso nas páginas do livro. A narrativa é rápida e inteligente, e em diversos momentos requer atenção para os detalhes. 

"Léxico" me trouxe a muitas lembranças da minha adolescência e dos inúmeros romances distópicos que li na época. Me lembrou Jogos Vorazes e Divergente e como eu ficava horas tentando descobrir qual seria o futuro das protagonistas. Mas "Léxico" é mais sombrio, mais adulto. O australiano Max Barry sabe usar o que há de melhor na ficção e não tem medo de inventar, conferindo a trama um repertório de ideias originais.

É uma leitura interessante para quem estuda Letras. Além disso, a história desse livro daria um ótimo filme. Já quero!

Editora: Intrínseca. Ano 2015. 368 páginas.


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