sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

RESENHA| GIRL

 O primeiro de 2021. Girl, no português MENINA, foi difícil de ler.

 

"Je ne suis pas assez grande pour être ta mère"

 

Escolhi começar o ano lendo em francês, mas me enganei ao acreditar que seria uma leitura fácil. A dificuldade não foi por conta do idioma e sim da história.

 

História, porque é baseado em um acontecimento real. Em 2014 a seita radical Boko Haram invadiu uma escola cristã para meninas no interior da Nigéria e sequestrou todas as estudantes.

 

A partir desse fato, Edna O'Brien escreve sobre a vida de uma dessas garotas. É um texto ficcional baseado em diversos relatos de outras sobreviventes que ela conheceu durante os três anos que levou para escrever o livro.



Girl é sobre Maryam, que consegue escapar dos mais cruéis abusos e volta para casa. A recepção longe de ser acolhedora se torna um pesadelo. Durante o cativeiro a jovem foi obrigada a se casar com um radical muçulmano e teve uma filha. 

 

Assim, de volta ao lar a menina passa a viver com o estigma de "mulher de djihadista". Para escapar da opressão e poder seguir vivendo com a filha, Maryam acaba indo morar em um campo para refugiados.



O livro é contado como um monólogo de Maryam, imaginado pela autora. Os capítulos se tornam menores à medida que a narrativa fica mais violenta. 

 

A vida das meninas no cativeiro é repleta de privações, abusos sexuais e físicos e por isso a autora deixa muita coisa nas entrelinhas.



Além das meninas sequestradas o romance traz histórias de outras pessoas em situações semelhantes. 

 

Levei algum tempo para ler e fiz diversas pausas durante a leitura. Foi um livro que ganhei de presente de uma aluna, e gostei bastante. Jamais pensei que um dia leria sobre um assunto como esse.

 

Enfim, o título ainda não possui tradução para o português, mas é uma excelente opção de leitura.

 

Girl, 2019, 150 páginas.

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