sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

2 dicas de literatura brasileira: Vésperas e Estive em Lisboa e lembrei de você


            Dando um tempo da literatura estrangeira, vamos falar um pouco da literatura made in Brazil. Apresento para vocês dois livros bem curtinhos e escritos inteiramente em português por autores nacionais.


            O primeiro é Vésperas. A obra é um conjunto de contos sobre algumas das maiores escritoras da literatura mundial. São 9 contos, um para cada escritora, onde a autora, Adriana Lunardi, mistura realidade com um pouco de ficção para narrar os últimos momentos de vida dessas mulheres brilhantes. Os contos são pequenos, e tratam sobretudo da morte, com um olhar para a eternidade e como cada uma destas mulheres conseguiu a partir de suas obras superar o tempo.

"Espero viver sempre às vésperas. E não no dia" ~ Clarice Lispector.



            A segunda obra é Estive em Lisboa e lembrei de você. O livro é uma narrativa oral, transcrita pelo autor Luiz Ruffato, a partir do depoimento de um rapaz mineiro que partiu para Portugal em busca de uma vida melhor no final dos anos 90. O depoimento foi minimamente editado pelo autor, o que torna o trabalho único, com uma linguagem leve e informal. O texto é gostoso de ler, e me senti como se estivesse ouvindo o depoimento do próprio Sérgio Sampaio, protagonista desta aventura. Nessas poucos páginas, o autor apresenta a vida do Serginho, os motivos que levaram ele a deixar a pátria mãe e as dificuldades que encontrou em Lisboa tudo em um descontraído e bem humorado.


terça-feira, 10 de dezembro de 2019

RESENHA| LE RAPPORT DE BRODECK




"Vivre, continuer à vivre, c'est peut-être décider que le réel ne l'est pas tout à fait, c'est peut-être choisir une autre réalité lorsque celle nous avons connue devient d'un poids insupportable?"

            Já que eu não sou um sujeito nenhum pouco atlético ou fã de esportes radicais, meus desafios são pouco menos perigosos, e o desta vez foi ler LE RAPPORT DE BRODECK.

            Escrito pelo também cineasta e dramaturgo Philippe Claudel, o romance conta com 400 páginas e em resumo é uma investigação da consciência humana e de nossas motivações na vida. A obra é trágica, repleta de parábolas e palavras estrangeiras (em alemão e um outro dialeto criado pelo próprio autor) para explicar acontecimentos marcantes na história de um vilarejo francês.

            O ponto central da narrativa é o aparecimento de um visitante inusitado em uma pequena cidade francesa na fronteira com a Alemanha. A cidade isolada do restante do mundo por uma cadeia de montanhas havia pela última vez recebido visitantes na época da ocupação alemã.

            Anos após o fim da Guerra, a chegada deste visitante desperta a desconfiança e rejeição de toda a vila. O medo de que algo semelhante a o que aconteceu durante a ocupação voltasse a acontecer, leva a própria população a se livrar do estrangeiro.

            Assim Brodeck é encargado pelo prefeito de escrever um relatório contando tudo o que havia acontecido na vila deste a chegada do andarilho até seu triste fim. Ao tentar reconstruir os passos do visitante, Brodeck é levado a revisitar memórias de seu próprio passado e descobre como estas memórias ainda influenciam os acontecimentos do presente.

            Apesar de viver há anos na pequena vila francesa, Brodeck também chegou na cidade como um andarilho, órfão e fugindo de uma guerra. Quando a cidade foi ocupada pelo exército alemão, Brodeck foi forçado a abandonar a família e a tranquilidade da pequena cidade e marchar a um campo de concentração em resposta a política nazista de purificação racial.

            Durante anos viveu as piores experiências imagináveis no Campo, e quando finalmente consegue voltar ara os braços de sua amada, é obrigado a enfrentar o passado e descobrir da piora maneira possível as consequências do ódio e medo na vida dos inocentes.
             
            Uma leitura que exigiu muito, desde o idioma até o conteúdo da narrativa. O livro é denso e mesmo sendo ficção, aborda um triste capítulo da história da humanidade além de trazer diversas reflexões sobre a natureza do individuo.


sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Litologia de Rochas Terrígenas




As rochas terrígenas (clásticas ou detríticas) são formados pela acumulação natural de sedimentos, ou seja, fragmentos de rochas preexistentes vindos de fora da bacia de sedimentação (alóctones). As partículas individuais que foram transportados ao sítio de deposição na forma de partículas sólidas variam de tamanho, sendo os sedimentos de textura média, como as areias, mais comumente compostos por partículas de minerais individuais liberados fisicamente da rocha matriz. Os sedimentos clásticos mais finos, como os siltes e as argilas são compostos predominantemente por grãos finos de quartzo ou por argilominerais formados por intemperismo químico.
São ditas rochas sedimentares epiclásticas por que o material terrígeno foi transportado por vários meios (água, vento, gelo) até chegar a área de deposição. Constituem cerca de 60% a 80% das colunas estratigráficas tendo como principais minerais, o quartzo, o feldspato e os argilominerais.
Em geral os sedimentos epiclásticos são classificados segundo a granulometria predominante entre as partículas clásticas em cascalhos, areias, siltes e argilas. Esses três tipos de fragmentos definem a subdivisão básica na classificação de sedimentos epiclásticos em: rochas rudáceas (ou psefíticas), rochas arenáceas (ou psamíticas) e rochas lutáceas (ou pelíticas), conforme se usem palavras de raízes latina ou grega, respectivamente.

Rochas Rudáceas: A seleção de tamanho dos fragmentos grossos que compõem os depósitos rudáceos é bastante diversificada e depende das características da área-fonte, do meio e dos modos de transporte e deposição.Em geral, considera-se um depósito de cascalho os depósitos compostos mais da metade por grãos maiores que grânulos (2 mm).
A seleção granulométrica é melhor em conglomerados finos, tendendo a ser cada vez mais pobres em rochas rudáceas grossas, pois nessas rochas aumenta a participação da rocha matriz.
O grau de sedimentação e natureza do cimento são muito variáveis. Partículas inferiores a 2 mmde origem também detríticas podem constituir a matriz, ou pode ocorrer o cimento originado por precipitação química (carbonato de cálcio, sílica ou hidróxido de ferro).
A classificação dos conglomerados pode ser baseada na textura (conglomerado de matacões, de calhaus, etc.) ou na sua composição (conglomerado arcoziano, granítico, etc.) ou ainda no tipo de cimento (conglomerado ferruginoso, silicoso, etc.)
Os cascalhos são depósitos inconsolidados de matacões, calhaus, seixos e grânulos que quando consolidado passa-se a chamar conglomerado ou brecha dependendo do grau de arredondamento ou angulosidade dos grãos.

Rochas Arenáceas: É um sedimento sem coesão, sendo os grãos do arcabouço formados por partículas entre 0,062 e 2 mm. Os sedimentos arenosos resultam da mistura de grãos minerais e fragmentos provenientes da erosão de diferentes rochas matrizes, entretanto a composição mineralógica mais comum é a quartzosa.
A composição mineralógica pode ser modificada por dissolução, precipitação química ou transformações digenéticas, sendo um forte indicador da área-fonte que foi erodida para produzir os grãos.Durante esse processo carbonatos em partículas podem ser adicionados por precipitação química preenchendo os meios porosos entre os grãos.
Assim como nos seixos os grãos de areia são arredondados durante o transporte, sendo um processo muito lento, principalmente nos grãos arenosos de quartzo. A forma e o arredondamento são propriedades dos grãos de areia que tem significado para o estudo dos efeitos do processo de transporte de sedimentos. A existência de grãos angulosos indica que percorreram distâncias pequenas, enquanto grãos arredondados indicam um longo caminho percorrido.
A classificação dos arenitos de Pettijohn et al. (1972) adota como critério fundamental as proporções de quartzo, feldspato e fragmentos líticos. Sendo os que apresentam menos de 5% de feldspato ou partículas líticas chamados de arenitos ortoquartizíticos e os arenitos com 25% ou mais de grãos de feldspato e menor quantidade de fragmentos líticos chamados de arenitos arcozianos. Os que possuem 25% ou mais de fragmentos líticos e menor quantidade de feldspato são arenitos líticos e por último as classes de transição compreendem os subarcózios (5% a 25% de feldspato) e os arenitos sublíticos com 5% a 25% de fragmentos líticos.

Rochas Lutáceas: As rochas lutáceas são muito mais escassamente expostas que os calcários e arenitos, em razão da maior erodibilidade.Possuem granulometria muito fina, compreendendo os sedimentos cuja granulometria predominante situa-se nos intervalos entre silte e argila (entre 0,0039 e 0,062 mm).
Em geral, a fração mais grossa é mais rica em quartzo e feldspato e, na fração fina, predominam os argilominerais que, normalmente perfazem mais de 50% dos minerais dessas rochas. A maioria dos argilitos e folhelhos contem grande porcentagem de silte, sendo raras as argilas puras.
Diferentes nomes são empregados para designar as rochas lutáceas. Argilito é uma denominação para rochas mais maciças (argila litificada). Folhelho é empregado para designar uma rocha argilosa com fissilidade e o lamito refere-se a lama (mistura de várias proporções de fragmentos pelíticos e areia) consolidado.

REFERÊNCIAS

PRESS, F, SIEVER R.,GROTZINGER, J. & JORDAN, T. H., 2006. Para Entender a Terra. 4 ed. – Porto Alegre: Bookman.
SUGUIO, K. Geologia Sedimentar. São Paulo: editora Edgard Blücher Ltda, 2003. 400p.
TEIXEIRA, Wilson (org.)  et. al; Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000.

POR QUE OS MINERAIS MAIS VALIOSOS ESTÃO CONCENTRADOS NO REGIME EPITERMAL?



A origem e evolução dos fluidos mineralizantes dos depósitos porfiríticos é complexa e depende das suas composições iniciais e caminhos de resfriamento. Assim, os depósitos hidrotermais epigenéticos são classificados de acordo com a sua profundidade e temperatura de formação: depósitos hipotermais são depósitos profundos e de alta temperatura; depósitos mesotermais são formados a baixas temperaturas e profundidades médias, e depósitos epitermais são formados próximos à superfície.
Os sistemas epitermais são definidos como aqueles formados a temperaturas baixas a moderadas (entre aproximadamente 50 e 350°C) e pressões de fluidos meteóricos predominantemente fracamente salinos (<1 a aproximadamente 5% em peso de NaCl). Embora os depósitos epitermais sejam em sua maioria hospedados por vulcões e claramente relacionados à atividade vulcano-plutônica, há, no entanto, uma categoria de sistemas epitermais hospedados por rochas sedimentares, que não parecem ter uma conexão clara com a atividade ígnea.
Por conta de essa menor profundidade de colocação, estes depósitos estão sujeitos a uma maior interação com a água de origem meteórica. A água meteórica infiltra por vários quilômetros de profundidade, chegando até a zona de alto fluxo de calor, onde absorve calor e sobe em uma sucessão de zonas permeáveis. A movimentação da água quente gera uma circulação, onde o fluido está reagindo e provavelmente obtendo componentes dissolvidos tanto da intrusão magmática quanto das rochas encaixantes. Esta mobilização dos elementos químicos gera um considerável enriquecimento dos minerais econômicos, tornando assim os depósitos financeiramente viáveis.
Dessa forma, a interação de fluidos hidrotermais com as rochas encaixantes e / ou a hidrosfera e mudanças em sua composição através do tempo e espaço, contribuem para a formação de uma ampla gama de tipos de depósitos minerais e alteração da rocha encaixante, como turmainização, serpentinização e talco-carbonato. O trabalho sobre inclusões fluidas de Grant et at. (1977) mostrou que a alteração generalizada e o crescimento precoce de veios, ocorreram a temperaturas muitos próximas as encontradas em regime epitermal (cerca de 400-350°C para deposição de cassiterita e 300°C para deposição de sulfeto).
Embora, alguns autores considerem que as rochas da crosta superior possam ser a fonte dos metais delas retirados pela interação com águas meteóricas as rochas encaixantes das intrusões e depósitos porfiríticos, geralmente, não são consideradas viáveis para ser consideradas fontes. O conteúdo dos metais dos depósitos porfiríticos são muito provavelmente depositados a partir de fluidos altamente salinos (acima de 60 % de NaCl equivalente), de derivação magmática, bem diferente dos fluidos do regime epitermal.
Burnham (1979) examinou detalhadamente o sistema hidrotermal magmático gerado durante o resfriamento de um stock intrusivo de granodiorito hipotético contendo 3% em peso de água, e presumindo que o resfriamento do corpo intrusivo tenha ocorrido em um ambiente subvulcânico, acredita-se que está relacionada à atividade ígnea intrusiva por alteração de águas hidrotermais ascendentes, ou seja, depósitos epitermais, mesotérmicos e hipotérmicos.
Outra análise realizada por William-Jones e Heinrich (2005) concluiu que os sistemas pórfiro Cu-Au e Au-Ag epitermal podem ser considerados como produtos de um processo contínuo que está ligado à evolução e ao resfriamento de um líquido magmático.

REFERÊNCIAS

ROBB, L. Introduction to Ore-forming Process. 1ª ed. Australia. Editora Blackwell Science, 2005. 386p.
EVANS, A. M. Ore Geology and Industrial Minerals: An Introduction. 3ª ed. Australia. Editora Blackwell Science, 2009. 403p.
PIRAJNO, F. Hydrothermal Processes and Mineral Systems. 1ª ed. Australia. Editora Springer, 2008. 1273p.


quinta-feira, 28 de novembro de 2019

RESUMO| GOTHAM - 5 TEMPORADAS




            Comecei a assistir GOTHAM porque já vinha assistindo outras séries de super-heróis como Arrow, The Flash, Agents of S.H.I.E.LD etc. Em geral gosto de séries de super-heróis e amei o  tom sombrio e mortal de Gotham. Bruce Wayne desde jovem já é um pé no saco, e além do detetive Gordon, Selina (futura mulher gato) é um espetáculo. Mas o começo mesmo é marcado pela Fish Mooney, interpretado por ninguém menos que Jada Pinkett Smith. Essa mulher é incrível!


            O segunda ano de Gotham vem com a mesma qualidade do primeiro. A série expõe os sentimentos humanos de uma maneira mais parecida com a vida real. O tom sombrio é sua marca registrada, o que garante na minha opinião o título de MELHOR SÉRIE DA DC COMICS! Difícil mesmo é aguentar esses 22 episódios por temporada, principalmente para quem como eu que só assiste atrasado... Mas a série é muito boa e realmente vale a pena assistir.


            A terceira temporada chegou, mas eu havia desisti de ver GOTHAM após o fim da segunda temporada por conta da quantidade de episódios. 22 por temporada, o que torna a trama muitas das vezes excessivamente cansativa. Quando um belo dia fiquei sem opção do que assistir, resolvi dar novamente uma chance a GOTHAM, que recentemente havia anunciada sua quinta e última temporada. Diferente da maior parte das séries da DC Comics, GOTHAM conseguiu se manter diferente em função da trama mais assustadora e dos personagens sombrios e suas ótimas atuações. Gostei do que vi na terceira temporada, e me surpreendeu principalmente o desenvolvimento do Bruce Wayne.


            GOTHAM conseguiu fazer uma quarta temporada bem melhor que as anteriores. Apesar do desgaste de 22 episódios por temporada, a série continuou com uma qualidade muito boa. Nesse quarto ano, meu favorito, temos um show repleto de reviravoltas, uma mais surpreendente que outra. Com cada vez mais vilões, GOTHAM comete o pecado de nunca deixar ninguém morrer. Todo mundo sempre acaba voltando dos mortos. A melhor parte desta temporada sem dúvida é o final. A série avançou muito e trouxe o surgimento do Cavalheiro das Trevas para bem perto.


            A série que assisti duas temporadas e gostei muito. Mas eram muitos episódios então desisti. Fiquei sem opção de séries e resolvi retomar. Por fim terminei a quinta temporada e com isso encerrei a série sobre a cidade do Batman e a origem de alguns dos vilões mais conhecidos da DC Comics. Para encerrar o show sem um cancelamento, a emissora optou por fazer uma temporada reduzida, apenas 12 episódios. Como era de se esperar ficou tudo bem apressado, com passagem de tempo, ao estilo 10 anos depois, e personagens que não mudaram nada mesmo depois de todo esse tempo. O final foi satisfatório, e diferente de Smallville que levou 10 anos e mesmo assim não vimos o surgimento do Superman, GOTHAM como desfecho nos deu um vislumbre do Cavalheiro das Trevas em ação.

P.s.: A série está disponível na Netflix!

"There's a war coming; a terrible war. There will be chaos, rivers of blood in the streets, I know it." - Oswald Cobblepot

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

RESENHA| LOOKING FOR ALASKA




“So I walked back to my room and collapsed on the bottom bunk, thinking that if people were rain, I was drizzle and she was a hurricane.”


            Relendo o romance de estreia do talentoso John Green concluo que continuo amando esse autor e sua obra. Quando li "Quem É Você, Alasca?" pela primeira vez estava no ensino médio. Tinha 16 anos e John Green estava no auge. Na época me apaixonei pela história da Alasca com sua vida de adolescente de fazer inveja. Seis anos depois da primeira leitura descubro que ainda me fascina cada parte desse livro.

            Gosto da Alasca apesar de na maior parte do tempo odiar que o livro não tenha sido escrito do ponto de vista dela. A trama inteira gira ao redor da vida da Alaska, porém a narrativa é do ponto de vista do Miles, que basicamente é um pé no saco.

            Alasca é interessante. Gosta de livros, têm ideias revolucionárias. É intensa e com um desejo latente de ser livre. É a típica adolescente que quer mudar o mundo. Mas também tem um lado sombrio.

            E é assim. Os livros do John Green tem muito em comum. Pontos positivos e negativos. Romances que não acontecem. Investigações (des)necessárias. Aventura. Morte. Personagens femininas carismáticas e interessantes versus personagens masculinos nerds e chatos. Mas uma coisa seja dita, Green escreve com maestria para o público consumidor de Young Adult. São histórias interessantes, emocionantes, e para serem lidas bem rapidinho.

            Recentemente o livro foi adaptado ao formato de série pela Hulu. Espero que o serviço de streaming tenha feito um bom trabalho. Nós, como fãs esperamos uma adaptação dessa história há muito tempo.

            Morro de medo de "Quem É Você, Alasca?" terminar como 13 Reasons Why. Uma primeira temporada excelente, porém com uma continuação desnecessária. Inclusive acho que ideia de adaptar o livro para o formato de série aconteceu justamente por conta do sucesso de 13 Reasons Why. Ambos os livros tem um desfecho bem parecido, além de agregar outros elementos capazes de suscitar discussões importantes para a juventude dos dias atuais.

terça-feira, 22 de outubro de 2019

RESUMO| THE 100: LIVROS E SÉRIE




            Eu conheci a história dos Escolhidos através da série de televisão, ainda bem no começo e me apaixonei por essa aventura no espaço. Aos que assistem a série e como eu ainda preferem a primeira temporada, uma super dica de leitura são os livros em que a série foi baseada. Apesar de bem diferentes da adaptação os livros são igualmente bons, e a Kass Morgan tem uma escrita cativante.

"Mas a verdade é que as coisas mais bonitas são as que mais podem magoar."

            O segundo livro da trilogia, Dia 21 é o meu favorito e por isso acho bem superior a série. É uma leitura agradável que oferece um conteúdo interessante que não foi explorado na adaptação. Podem ler sem arrependimentos!
       Umas das minha cenas favoritas de Dia 21 é a cena final de quando os Colonos estão abandonando a nave e semelhante ao naufrágio do Titanic, a ficção se utiliza da realidade e cria um cena linda. As naves a disposição da população eram poucas então as pessoas de Phoenix (classe rica) foram as únicas que tiveram acesso no início, além disso enquanto as pessoas tentam desesperadamente entrarem numa nave em direção a Terra, há um violinista que continua tocando até Walden e Arcadia serem destruídas...


"O dia em que a maioria dos pacientes ficava mais doente. O dia 21."

            O volume 3, De Volta, encerra a jornada da humanidade de volta ao planeta Terra, com um desfecho bem elaborado e com bastante potencial para futuras continuações. E detalhe, tem algo destruidor sobre duas pessoas super importantes na série que só é revelado no livro...

"Os cem logo não seriam mais os cem"

            A  primeira temporada de The 100 é basicamente os três livros juntos e apesar da série ter ficado boa, uma temporada por livro não seria má ideia... Assisti o primeiro ano e amei, mas me desiludi com a temporada seguinte e com a protagonista. Daí que surgiu minha relação de amor e ódio com a Clarke...

Eu iludido acreditando que tinha terminado todos os livros de The 100, aí de repente surge um volume 4, Rebelião...

            Depois dos rumos da segunda temporada me senti frustrado com a série e a deixei de lado. Até que dois anos depois resolvi dar uma segunda chance, e o que vi me surpreendeu. Na terceira temporada a maior parte do tempo a série conseguiu se manter boa o suficiente, e reascendeu o meu interesse que surgiu lá atrás com aquela temporada de estreia sobre os tais "escolhidos" e toda aquela viagem rumo ao desconhecido.
            A capacidade de criar material novo me pareceu inesgotável o que tornou a terceira temporada melhor que a segunda, mas nada superior a primeiraAh, sim e essa temporada também marcou o início da versão Octavia assassina...
           


Será que alguém que já assistiu The 100 ainda consegue ouvir Radioactive do Imagine Dragons e não lembrar da Octavia saindo da nave?

            Antes de assistir a quarta temporada recebi tantos spoilers que não esperava mais nada. Felizmente não lembrei dos spoilers  e fiquei em choque com o final da temporada. E novamente surpreso com a capacidade dos produtores de adicionar conteúdo para as próximas temporadas.
            Nessa quarta temporada ficou mais evidente que The 100 funciona assim: todo mundo só fala da Clarke, Octavia e do Bellamy mas no fim das contas quem faz a parada toda funcionar é a Raven! A melhor personagem do ano é a Luna. Entra no conclave apenas pra ficar com o bunker e deixar todos os outros morrerem na radiação. Bem egoísta.
            A coisa mais chata em The 100 é que todo mundo quer sempre bancar o herói. Sério isso é insuportável e na quarta temporada parece que a Clarke e o Jasper estão competindo para o papel de personagem mais chato da série.



Apesar de ter sido uma temporada extremamente apressada, com viagens ao espaço acontecendo em menos de 3 minutos, o quinto ano da série rendeu um ano mediano.
Imitando os acontecimentos da primeira temporada mais inúmeras reviravoltas o show conseguiu uma completa revitalização, o que sem dúvida, garantindo mais estórias para contar.
A trama da quinta temporada foi muito similar as demais: o eterno embate de forças do bem e do mal que no fim das contas se mostram sendo 'farinha do mesmo saco'. O elemento 'guerra' apesar de já está visivelmente esgotado ainda é o principal motor da trama. O enredo sofre com a falta de drama e romance, mas insiste em repetir as sempre 'novas' lutas pelo poder.
            Os personagens novos e antigos compartilham das mesmas personalidades, as mesmas dores e os mesmos anseios. Poucos se destacam no decorrer nos 13 episódios, e mesmo após 6 anos de 'hiatus' quase nada evoluiu.
A morte é reservada apenas para os figurantes, o que causa zero impacto no público. Bellark nunca desapareceu completamente e continuo torcendo por: NINGUÉM...



            Com o final da sexta temporada, concluo que The 100 tem material para continuar por mais infinitas temporadas. A cada nova ano são adicionados elementos que tornam a trama cada vez mais longe de terminar. Apesar de anunciar que a próxima temporada (7ª) será a última eu vejo que ainda poderia ser explorada muita coisa. Desde outros 3 planetas além de Sanctum, até vida alienígena.
            Quem hoje vê Os Escolhidos, nunca imagina que a aventura que iniciou na volta para Terra chegaria tão longe. E quando falo de distancia me refiro a ESPAÇO e TEMPO.
            A série já experimentou de quase tudo nos roteiros das seis temporadas: brincou de distopia pós-apocalíptica, batalhas de clãs, inteligência artificial tentando dominar a humanidade (ou o que sobrou desta), e mais recentemente chegou bem perto de Carbono Alterado, e ainda prevejo que esse último ano será algo bem ao estilo de Prometheus, a busca pelo Criador no espaço. Com o formato compacto de  13 episódios é uma boa opção para maratonar, e tentar não ter uma overdose de personagem chato buscando redenção.


quarta-feira, 2 de outubro de 2019

CRÍTICA| 13 REASONS WHY



Antes de criticar 13 REASONS WHY é preciso ler o livro, ou assistir a série da Netflix. Eu fiz as duas coisas. Logo após a estreia da primeira temporada, a série se tornou sensação do momento para jovens e fãs de séries. O livro de Jay Asher é um fenômeno mundial há alguns anos e voltou com uma cara diferente. A série Netflix tem 13 episódios por temporada, uma coincidência com o número de razões? Acho que não!

Durante a leitura, acompanhamos a história de Hannah Baker, uma jovem que cometeu suicídio. Além disso, antes de cometer suicídio, Hannah deixou 7 cassetes e cada cassete conta um motivo que a levou a cometer suicídio.

"É necessário saber que não foi apenas um motivo, não foi um incidente isolado. Foram vários, e tudo se tornou uma bola de neve. Desde o momento em que a borboleta encontra o furação, foram diversas as tentativas de fugir. Mas no final, mesmo após uma última tentativa não foi suficiente"

A primeira temporada é um trabalho excepcional. O assunto da discussão, suicídio, é um tema muito importante do século XXI, e o autor conseguiu criar uma situação formidável para falar sobre o bullying. A abordagem me agradou muito e o desenvolvimento da história é surpreendente. Além de ser um exemplo de excelente adaptação de livro.

Confirmada uma segunda temporada, aguardei para ver que tipo de continuação dariam a  estória, diga-se de passagem desnecessária. Tentei assistir a segunda temporada assim que estreou e não consegui. Gostei muito do livro e como a primeira temporada foi adaptada. Quando a nova temporada veio, achei forçada.

Entretanto fiquei sem opção do que assistir e resolvi dar uma nova chance a segunda temporada de 13 Reasons Why. A pior coisa foi ver a Hannah versão fantasma, a trama está boa e voltar a ver a Hannah a partir da versão da história dos outros personagens é incrível, mas o Clay conversando com o fantasma da Hannah e muito sem noção.

O elenco se resumiu muito mais aos personagens masculinos e a abordagem da série para com assuntos sérios ainda soa um tanto superficial o que continua para a terceira temporada, que apesar de introduzir uma nova personagem feminina não consegue chegar a um equilibro. Novamente o final é forçado e longe da realidade.

Nunca foi preciso uma continuação, mas ainda temos uma quarta temporada para só assim encerrar o show. Nem sei o que esperar da quarta temporada....




quinta-feira, 26 de setembro de 2019

RESENHA| SINGLETASKING




Longe de ser uma de minhas leituras favoritas, livros de auto-ajuda, negócios e coach são sempre um desafio para mim. Dessa vez me obriguei a ler "Faça mais Coisas se Fizer uma de Cada Vez". Ganhei de, e presente é presente. A gente tem quer ler (a menos que seja algum livro religioso, aí pode pular)!

O próprio título já resumo bem o conteúdo do livro. São 7 capítulos com dicas para evitar os perigos de tentar fazer várias coisas ao mesmo tempo, iniciar uma tarefa e repentinamente mudar para outra sem ter finalizado a anterior. Essa falta de foco segundo a autora diminui o desempenho durante o dia e está diretamente relacionada a baixa produtividade no trabalho.

Infelizmente eu sou 100% esse indivíduo que sempre está fazendo duas, três coisas ao mesmo tempo. E realmente acabo levando muito mais tempo para concluir uma única tarefa que seja. Baseado na minha própria experiência concluo que multitasking é sim ineficaz, porém mais difícil ainda é colocar o singletasking em prática. No meu caso poso por a culpa em minha forte inclinação a impaciência e ansiedade. Não preciso citar a recorrente falta de foco também.

Preciso dar um crédito a autora, Devora Zack, que escreve de forma simples e acessível mesmo para os que não estão familiarizados com a vida em empresas de negócios. Tem bastante experiência no ramo e formação acadêmica na área.

Singletasking: Get More Done—One Thing at a Time


RESENHA| THE UPSIDE OF UNREQUITED





Depois de ler Simon vs A agenda Homo Sapiens (Com Amor, Simon) eu tive a certeza de que qualquer coisa que a Becky Albertalli escrevesse eu iria gostar. Apesar de The Upside of Unrequited ter sido escrito depois de sua obra mais conhecida é um livro igualmente fantástico.

A sensibilidade que a autora dedica aos personagens, os diálogos do tipo "ei, isso já aconteceu comigo também!" e a narrativa leve e sem pretensão são as principais características da escrita da Becky.

Ler esses romances teens se tornou um vício que mesmo tentando eu não consigo largar! São leituras rápidas, maior parte das vezes simples porém capazes de ensinar muito sobre a vida, sobre aceitar o próprio corpo, gênero, sexualidade, amizades, amor e tudo isso de forma honesta e divertida. São verdadeiramente apaixonantes!

Em "The Upside of Unrequited" ou "Os 27 Crushes de Molly" em português, acompanhamos a história da Molly, que tem 17 anos mas nunca beijou um garoto, ou garota. Molly já teve 26 crushes e em nenhum foi correspondida o que parece estar preste a mudar quando ela conhece o Will, um garoto meio hipster com todo potencial para ser o crush número 27 e até evoluir para mais que um simples crush... O problema é que para deixar a situação mais confusa, surge o Reid, colega de trabalho da Molly e um excelente competidor para o título de crush número 27...

"Here's the thing they don't tell you about time: there are spaces in between seconds. And sixty seconds is actually a pretty huge number. Three hundred seconds might as well be infinity seconds"

Netflix faz o favor de adaptar esse livro eu te imploro!


sexta-feira, 23 de agosto de 2019

RESENHA| SANTA



Escrito no inicio do século 20, Santa é o retrato da sociedade mexicana neste período. A história da moça pobre nascida em um pequeno povoado mexicano e que acaba se tornando a prostituta mais cobiçada da Cidade do México é de causar uma subida de calor até nos leitores mais acostumados.

No livro de Federico Gamboa, Santa era uma moça pobre do interior que se apaixona por um soldado cujo batalhão estava de passagem pelo seu povoado. O amor dos dois marca o fim da inocência de Santa, que abandona pelo soldado descobre estar grávida. Rejeitada pela família por conta da gravidez, a moça sofre um aborto. Esse é o ponto de virada na vida de Santa, que decide ir para capital tentar a vida em um bordel.

A história da Santa me lembrou muito a de uma personagem da série Gabriela (2012), a Lindinalva, ou Linda como ficou conhecida no prostíbulo. Na série a Linda estava noiva de um rapaz de família, que se aproveita da inocência da moça e acaba por colocá-la em situação idêntica a de Santa.

Como prostituta mais cobiçada da capital, Santa é alvo de fofocas e uma série de mentiras a seu respeito é espalhadas por todos os bordeis. A situação piora quando a moça é atacada por uma doença misteriosa.

Do lixo ao luxo, e depois ao lixo de novo, a história dessa moça foi a minha melhor leitura em espanhol. Melhor e mais difícil. Leitura clássica na língua materna já é complicado, imagina em um segundo idioma.

RESENHA| LA IMPROBABLE TEORÍA DE ANA E ZAK







Um romance inusitado entre o garoto geek e a menina mais inteligente da escola. Dois adolescentes desenvolvendo a relação mais improvável de acontecer. Tudo em meio a correria de uma convenção de comics e um campeonato de perguntas e respostas.

A improvável teoria de Ana e Zak é uma leitura super fácil, com uma narrativa centrada em diversos acontecimentos no decorrer de pouco mais de 24 horas. Os capítulos são curtinhos e divididos entre os dois protagonistas. Foi uma leitura rápida, Brian Katcher escreve bem, e o livro é genuinamente young adult, repleto de referências a cultura pop, nerdices e um romance fofinho. Entretanto a trama não é das melhores. A ideia é boa, mas as tentativas do autor de tornar a estória mais emocionante acaba por deixar tudo muito fora da realidade.

"- No, está fuera de mi alcance. No creo tener demasiada suerte en ese sentido - me gustaría alardear, pero sé que no tengo esperanzas.

- Sí, pero mira, habían dicho que para 1990 tendríamos ciudades en la luna, pero nadie predijo que existiría el Internet ni las cámaras digitales. A veces las mejores predicciones terminan siendo erróneas y las teorías más improbables terminan haciéndose realidad."