A origem e evolução dos
fluidos mineralizantes dos depósitos porfiríticos é complexa e depende das suas
composições iniciais e caminhos de resfriamento. Assim, os depósitos
hidrotermais epigenéticos são classificados de acordo com a sua profundidade e
temperatura de formação: depósitos hipotermais são depósitos profundos e de
alta temperatura; depósitos mesotermais são formados a baixas temperaturas e
profundidades médias, e depósitos epitermais são formados próximos à
superfície.
Os sistemas epitermais
são definidos como aqueles formados a temperaturas baixas a moderadas (entre
aproximadamente 50 e 350°C) e pressões de fluidos meteóricos predominantemente
fracamente salinos (<1 a aproximadamente 5% em peso de NaCl). Embora os
depósitos epitermais sejam em sua maioria hospedados por vulcões e claramente
relacionados à atividade vulcano-plutônica, há, no entanto, uma categoria de
sistemas epitermais hospedados por rochas sedimentares, que não parecem ter uma
conexão clara com a atividade ígnea.
Por conta de essa menor
profundidade de colocação, estes depósitos estão sujeitos a uma maior interação
com a água de origem meteórica. A água meteórica infiltra por vários quilômetros
de profundidade, chegando até a zona de alto fluxo de calor, onde absorve calor
e sobe em uma sucessão de zonas permeáveis. A movimentação da água quente gera
uma circulação, onde o fluido está reagindo e provavelmente obtendo componentes
dissolvidos tanto da intrusão magmática quanto das rochas encaixantes. Esta
mobilização dos elementos químicos gera um considerável enriquecimento dos
minerais econômicos, tornando assim os depósitos financeiramente viáveis.
Dessa forma, a
interação de fluidos hidrotermais com as rochas encaixantes e / ou a hidrosfera
e mudanças em sua composição através do tempo e espaço, contribuem para a
formação de uma ampla gama de tipos de depósitos minerais e alteração da rocha
encaixante, como turmainização, serpentinização e talco-carbonato. O trabalho
sobre inclusões fluidas de Grant et at. (1977) mostrou que a alteração
generalizada e o crescimento precoce de veios, ocorreram a temperaturas muitos
próximas as encontradas em regime epitermal (cerca de 400-350°C para deposição
de cassiterita e 300°C para deposição de sulfeto).
Embora, alguns autores
considerem que as rochas da crosta superior possam ser a fonte dos metais delas
retirados pela interação com águas meteóricas as rochas encaixantes das
intrusões e depósitos porfiríticos, geralmente, não são consideradas viáveis
para ser consideradas fontes. O conteúdo dos metais dos depósitos porfiríticos
são muito provavelmente depositados a partir de fluidos altamente salinos
(acima de 60 % de NaCl equivalente), de derivação magmática, bem diferente dos
fluidos do regime epitermal.
Burnham (1979) examinou
detalhadamente o sistema hidrotermal magmático gerado durante o resfriamento de
um stock intrusivo de granodiorito hipotético contendo 3% em peso de água, e presumindo
que o resfriamento do corpo intrusivo tenha ocorrido em um ambiente
subvulcânico, acredita-se que está relacionada à atividade ígnea intrusiva por alteração
de águas hidrotermais ascendentes, ou seja, depósitos epitermais, mesotérmicos
e hipotérmicos.
Outra análise realizada
por William-Jones e Heinrich (2005) concluiu que os sistemas pórfiro Cu-Au e
Au-Ag epitermal podem ser considerados como produtos de um processo contínuo que
está ligado à evolução e ao resfriamento de um líquido magmático.
REFERÊNCIAS
ROBB, L. Introduction
to Ore-forming Process. 1ª ed. Australia. Editora Blackwell Science, 2005.
386p.
EVANS, A. M. Ore
Geology and Industrial Minerals: An Introduction. 3ª ed. Australia. Editora
Blackwell Science, 2009. 403p.
PIRAJNO, F. Hydrothermal
Processes and Mineral Systems. 1ª ed. Australia.
Editora Springer, 2008. 1273p.
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