![]() |
"O que dá valor à bondade é a escolha. Se o homem não pode escolher, ele deixa de ser homem."
Um clássico das distopias e da ficção
científica, que eu vinha deixando para depois há anos.
Publicado pela primeira vez em 1962, e
imortalizado 9 anos depois pelo filme de Stanley Kubrick, um marco na cultura
pop do século 20.
É tão reverenciado que Kubrick o
considera sua obra-prima.
"Então, o que é que vai ser,
hein?"
Eu também acho que é um excelente livro,
apesar do final um pouco controverso, ou inesperado.
Narrado em primeira pessoa, é um texto
difícil de engolir.
Extremamente violento, é o retrato de uma
sociedade e de um tempo que pode ser o nosso.
Enfim, é perturbador, do tipo que você lê
fazendo pequenas pausas...
"E aí eu pensei: e se eu tivesse um
filho? E se ele fosse como eu? E se fizesse tudo o que eu fiz? [...] Talvez
esteja na hora de mudar, de crescer."
Livro curto, porém, longe de querer
apenas contar uma história, acho que o autor tentou mostrar algo.
Escrito por Anthony Burgess, o romance
explora os limites do livre-arbítrio e da violência.
O autor inclusive criou mais de 200
palavras para um gíria adolescente misturada com russo, ainda mais difícil para
mim pois li em francês.
“Será que um homem que escolhe o mal é
talvez melhor do que um homem que teve o bem imposto a si.”
Laranja Mecânica 1962, 305 páginas.
Próxima etapa ver o filme de 1971.
Além disso, meus próximos dois clássicos
dos universos distópicos serão 1984 e Admirável Novo Mundo.
"Nomes de partidos nada significam.
A tradição da liberdade significa tudo. As pessoas comuns deixarão isso passar,
ah, sim. Elas venderão a liberdade por uma vida mais tranquila."
SINOPSE
Narrada pelo protagonista, o adolescente
Alex, esta brilhante e perturbadora história cria uma sociedade futurista em
que a violência atinge proporções gigantescas e provoca uma reposta igualmente
agressiva de um governo totalitário. A estranha linguagem utilizada por Alex -
soberbamente engendrada pelo autor - empresta uma dimensão quase lírica ao
texto. Ao lado de "1984", de George Orwell, e "Admirável Mundo
Novo", de Aldous Huxley, "Laranja Mecânica" é um dos ícones
literários da alienação pós-industrial que caracterizou o século XX. Adaptado
com maestria para o cinema em 1972 por Stanley Kubrick, é uma obra marcante:
depois da sua leitura, você jamais será o mesmo.
A
Laranja Mecânica é a lacerante confissão autobiográfica de Alex, um delinquente
juvenil de um futuro não especificado, mas não muito distante, que conta a
história dos seus próprios excessos criminosos e da sua "reeducação"
na gíria peculiar à sua geração. O leitor não precisará de mais de quinze
páginas para dominar e deliciar-se com a expressiva linguagem "nadsat"; depois disso, ele tem diante de si um
banquete facilmente digerível de vilania picaresca e sátira social. O livro
pode ser lido como uma pura comédia ou horror ou, em nível mais profundo, como
uma fábula sobre o bem e o mal e a importância da opção humana. Como diria o
próprio Alex: "É uma história horrorshow, que, ou lhe fará esmecar que nem
bezúmine ou subir as velhas lágrimas aos seus glazes."
![]() |
CITAÇÕES
“Mas a intenção essencial é o verdadeiro
pecado. Um homem que não pode escolher deixa de ser um homem".
"Não
estamos preocupados com o motivo, com uma ética superior. Estamos preocupados
apenas em reduzir o crime..."
![]() |
"Transformar um jovem decente em uma
coisa mecânica não deveria, certamente, ser encarado como triunfo para nenhum
governo, a não ser aquele que se gabe de sua capacidade de repressão."
"Estou falando sério sobre isso com
vocês, irmãos. Mas faço o que faço porque gosto de fazer."
"Ele deixa de ser um malfeitor. Ele
também deixa de ser uma criatura capaz de escolha moral."
![]() |
Nenhum comentário:
Postar um comentário