quinta-feira, 5 de junho de 2025

RESENHA - LARANJA MECÂNICA






"O que dá valor à bondade é a escolha. Se o homem não pode escolher, ele deixa de ser homem."

 

Um clássico das distopias e da ficção científica, que eu vinha deixando para depois há anos.

Publicado pela primeira vez em 1962, e imortalizado 9 anos depois pelo filme de Stanley Kubrick, um marco na cultura pop do século 20. 

É tão reverenciado que Kubrick o considera sua obra-prima.


  


"Então, o que é que vai ser, hein?"

 

Eu também acho que é um excelente livro, apesar do final um pouco controverso, ou inesperado.

Narrado em primeira pessoa, é um texto difícil de engolir.

Extremamente violento, é o retrato de uma sociedade e de um tempo que pode ser o nosso.

Enfim, é perturbador, do tipo que você lê fazendo pequenas pausas...


  


"E aí eu pensei: e se eu tivesse um filho? E se ele fosse como eu? E se fizesse tudo o que eu fiz? [...] Talvez esteja na hora de mudar, de crescer."

 

Livro curto, porém, longe de querer apenas contar uma história, acho que o autor tentou mostrar algo.

Escrito por Anthony Burgess, o romance explora os limites do livre-arbítrio e da violência. 

O autor inclusive criou mais de 200 palavras para um gíria adolescente misturada com russo, ainda mais difícil para mim pois li em francês.


  


“Será que um homem que escolhe o mal é talvez melhor do que um homem que teve o bem imposto a si.”

 

Laranja Mecânica 1962, 305 páginas.

Próxima etapa ver o filme de 1971.

Além disso, meus próximos dois clássicos dos universos distópicos serão 1984 e Admirável Novo Mundo.


  


"Nomes de partidos nada significam. A tradição da liberdade significa tudo. As pessoas comuns deixarão isso passar, ah, sim. Elas venderão a liberdade por uma vida mais tranquila."

 

SINOPSE


  


Narrada pelo protagonista, o adolescente Alex, esta brilhante e perturbadora história cria uma sociedade futurista em que a violência atinge proporções gigantescas e provoca uma reposta igualmente agressiva de um governo totalitário. A estranha linguagem utilizada por Alex - soberbamente engendrada pelo autor - empresta uma dimensão quase lírica ao texto. Ao lado de "1984", de George Orwell, e "Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley, "Laranja Mecânica" é um dos ícones literários da alienação pós-industrial que caracterizou o século XX. Adaptado com maestria para o cinema em 1972 por Stanley Kubrick, é uma obra marcante: depois da sua leitura, você jamais será o mesmo.


 

A Laranja Mecânica é a lacerante confissão autobiográfica de Alex, um delinquente juvenil de um futuro não especificado, mas não muito distante, que conta a história dos seus próprios excessos criminosos e da sua "reeducação" na gíria peculiar à sua geração. O leitor não precisará de mais de quinze páginas para dominar e deliciar-se com a expressiva linguagem "nadsat"; depois disso, ele tem diante de si um banquete facilmente digerível de vilania picaresca e sátira social. O livro pode ser lido como uma pura comédia ou horror ou, em nível mais profundo, como uma fábula sobre o bem e o mal e a importância da opção humana. Como diria o próprio Alex: "É uma história horrorshow, que, ou lhe fará esmecar que nem bezúmine ou subir as velhas lágrimas aos seus glazes."

 


CITAÇÕES

 

“Mas a intenção essencial é o verdadeiro pecado. Um homem que não pode escolher deixa de ser um homem".


"Não estamos preocupados com o motivo, com uma ética superior. Estamos preocupados apenas em reduzir o crime..."


 

"Transformar um jovem decente em uma coisa mecânica não deveria, certamente, ser encarado como triunfo para nenhum governo, a não ser aquele que se gabe de sua capacidade de repressão."

 

"Estou falando sério sobre isso com vocês, irmãos. Mas faço o que faço porque gosto de fazer."


"Ele deixa de ser um malfeitor. Ele também deixa de ser uma criatura capaz de escolha moral."



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