sexta-feira, 3 de abril de 2020

RESENHA| A DELICADEZA





            Nathalie sempre foi discreta. Teve uma adolescência tranquila e sem problemas. Já na vida adulta preferia passar o tempo estudando. Até que um dia conheceu François. Do encontro por acaso em uma rua de Paris surgiu aquele tipo de amor inexplicável capaz de manter duas pessoas unidas por toda a vida.

            Dos anos de namora ao casamento, Nathalie e François eram felizes e formavam um casal perfeito, do tipo que desperta inveja nos demais. Mas em uma manhã de domingo, igual a todas as demais, o amor perfeito de Nathalie termina de forma trágica quando François morre vítima de um atropelamento.

"Em sete anos de vida em comum, ele tivera tempo de se espalhar por tudo, de deixar alguma marca em toda a respiração dela. E ela compreendeu que nada que pudesse viver dali em diante seria capaz de fazê-la esquecer de sua morte"

            Assim, de uma hora para outra, a felicidade desaparece. Para superar o luto, nos três anos seguintes a bela Nathalie mergulha cada vez mais fundo no trabalho, e é justamente nesse ambiente que conhece o tímido e sem nenhum atributo físico (feio mesmo) Markus. Quando por impulso, Nathalie beija o colega, tem início um romance inacreditável.

            Com uma prosa repleta de referências ao cinema, artes plásticas, literatura e música, David Foenkinos constrói uma história sobre a fatalidade da perda, o amor, sofrimento e nossa incrível capacidade humana de recomeçar.

            A Delicadeza é então um romance simples, que mostra a face delicada de toda emoção humana. Há uma interação entre o autor-narrador e o leitor e diversas notas de rodapé escritas pelo próprio Foenkinos que dão um toque de humor bem sofisticado ao livro.

            É engraçado mas o romance me pareceu uma releitura de Betty, a Feia, onde Markus é o funcionário feio, mas de bom coração que se apaixona pela chefa, a bela Nathalie.

            Recomendo a adaptação, que no Brasil se chama "A Delicadeza do Amor", protagonizado pela maravilhosa Audrey Tautou (Amélie Poulain) e François Damiens (A Família Bélier). Na verdade qualquer filme com a Audrey já vale a pena assistir!

Ano: 2011. Editora: Rocco. 191 páginas.

Às vezes, é melhor reencontrar um amor antigo do que conhecer um novo.
~David Foenkinos

Aquele que contempla a beleza está predestinado à morte.
~Morte em Veneza

Café preto e noite em branco, isso nunca foi uma boa mistura.
~David Foenkinos



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