MAGNETIZAÇÃO INDUZIDA
É causada pelo campo
geomagnético atual que atua nos minerais ferromagnéticos. Na presença do campo
magnético da Terra, acontece um ordenamento magnético nos materiais
ferromagnéticos na mesma direção do campo externo (LUIZ; SILVA, 1995). Desta
forma, essas rochas irão adquirir uma rede de magnetização chamada de
magnetização induzida.
MAGNETIZAÇÃO REMANENTE
É adquirida pelo
resfriamento e solidificação de rochas ígneas, a qual é denominada de
magnetização remanente primária (MRP). Como a rocha esfria na presença do campo
geomagnético, ela adquire uma magnetização que registra a direção deste campo.
A magnetização remanete pode ser posterior à formação da rocha, em decorrência
de processos físicos e químicos. Estas magnetizações são denominadas de
magnetizações remanentes secundárias (MRS) e podem ser:
Magnetização Termo-Remanescente (TRM) –
é resultado de um material que está com temperatura normalmente acima da
temperatura de Curie e é resfriado na presença de um campo externo. É o
mecanismo mais importante para explicar a magnetização das rochas ígneas.
Magnetização Química (ou cristalização)
Remanescente (CRM) – é adquirida por minerais ferromagnéticos ou cristalizados
a partir das alterações químicas, sob a existência de um campo magnético, à
temperatura inferior a temperatura de Curie. De forma geral, ocorre quando um
mineral sofre alteração química ou quando um novo mineral é formado
autigenicamente. Podemos citar a precipitação de hematita tendo como precursor
a goethita ou fluidos saturados em ferro que passam pela rocha (redbeds–
sedimentos vermelhos). Os minerais magnéticos podem também se originar de
modificações diagenéticas ou de oxidações por intemperismo, os quais acontecem
normalmente na superfície do grão ou ao longo de fissuras ou fraturas (formação
de maghemita).
Magnetização Isotérmica Remanescente
(IRM) – é criada por um campo magnético externo seguido de sua subsequente
remoção, à temperatura ambiente. Também pode ser causada por descargas
elétricas nas rochas, dessa forma é adquirida num curto intervalo de tempo
(ordem de segundos).
Magnetização Viscosa Remanescente (VRM)
– é adquirida por uma rocha quando exposta a um campo magnético fraco por um
longo período de tempo geológico.
Magnetização Deposicional Remanescente
(DRM) – é produzida em rochas sedimentares, sendo adquirida pela deposição de
partículas magnéticas minúsculas em uma direção preferencial sob ação de um
campo externo, o principal mineral envolvido é a magnetita. A deposição tem que
ser lenta de modo que as partículas magnéticas sejam depositadas e alinhadas
com o campo magnético externo.
Magnetização piezoremanente (PRM) - geralmente
adicional, é adquirida quando se aplica ou retira tensões mecânicas sob a ação
de um campo ambiente a temperatura constante.
Em síntese, cada rocha
contém, normalmente, uma quantidade pequena de minerais magnéticos. Estes grãos
podem ser magnetizados permanentemente durante a formação da rocha ou por algum
processo posterior. Portanto, a magnetização remanente (MR) está relacionada ao
campo geomagnético do passado geológico. Por outro lado, uma magnetização
induzida (MI) é adquirida pela influência do campo geomagnético atual em
decorrência do tempo (t).
TIPOS DE MAGNETIZAÇÃO EM MINERAIS
O diamagnetismo é um
magnetismo fraco no qual a magnetização induzida pelo campo R é oposta à
direção desse campo. O diamagnetismo é um fenômeno comum a todas as
substâncias, embora não possa ser normalmente observado devido a outras formas
de magnetismo mais intensas que a ele se sobrepõem. As diamagnéticas quando são
expostas a um campo magnético, devido ao baixo valor de susceptibilidade
magnética dessas substâncias, adquire uma magnetização de intensidade bastante
fraca e de sentido contrário ao do campo, caracterizando a susceptibilidade um sinal
negativo, e sendo assim, repelidas pelo magnetismo.
Como exemplo de
minerais e rochas diamagnéticas tem-se a grafita, quartzo, feldspatos, anidrita
e mármore (LUIZ; SILVA, 1995), além de substâncias como o zinco, bismuto,
cloreto de sódio, ouro e o mercúrio.
No paramagnetismo a
susceptibilidade é positiva, mas fraca. Devido à agitação térmica, o
alinhamento dos momentos magnéticos é função da temperatura, razão porque o
paramagnetismo depende (inversamente) da temperatura a que a substância se
encontra. Os minerais paramagnéticos também têm sua magnetização fraca, por
causa de sua baixa susceptibilidade, mas tem o sentido igual ao do campo,
produzindo uma pequena atração caracterizada com o sinal positivo, e dessa
forma, sendo atraídos pelo magnetismo. O paramagnetismo é basicamente função do
conteúdo de ferro e manganês e da temperatura (quanto menor a temperatura,
maior é o paramagnetismo).
Como exemplo de rochas
e minerais paramagnéticos têm-se o gnaisse, dolomita, sienito, olivina,
piroxênio, biotita, pirita (LUIZ; SILVA, 1995). Além das substâncias madeira,
alumínio, platina, oxigênio e sulfato de cobre. Tanto as diamagnéticas quanto
às paramagnéticas apresentam susceptibilidade constante.
No caso do
ferromagnetismo, que apresentam magnetização espontânea, isto é, sem a presença
do campo magnético externo, isso ocorre porque elas têm susceptibilidade
magnética muito elevada, mas de forma não constante dependendo da intensidade
do campo externo, o que lhes confere uma magnetização extremamente forte no
mesmo sentido do campo (SOUZA, 2006). A magnetização ferromagnética também
decresce com o aumento da temperatura, sendo que para cada substância há uma
determinada temperatura em que desaparece completamente a magnetização
ferromagnética (temperatura de Curie), passando a se comportar como
paramagnético.
Dentre os minerais
magnéticos, os que podemos destacar são: a ilmenita, a pirrotita, a hematita e
a magnetita, esta ultima com maior destaque por possui uma susceptibilidade que
pode chegar a 10 vezes a dos outros minerais (LUIZ; SILVA, 1995). Segundo
Nagata (1961), as substâncias ferromagnéticas podem ser subdivididas em dois
tipos:
1) Ferrimagnética, onde
na magnetização de alguns spins são paralelos, mas de outros são antiparalelos,
abrangendo quase todos os tipos de minerais. Os materiais ferromagnéticos estão permanentemente com as suas propriedades magnéticas, qualquer que
seja o campo magnético que lhes é aplicado. São exemplos de substâncias
ferromagnéticas a magnetita, titanomagnetita, ilmenita e alguns óxidos de Fe e
Ti.
2) Antiferrimagnetismo,
a quantidade de spins paralelos e antiparalelos são iguais, cancelando o
momento magnético resultante num material. É um magnetismo fraco semelhante ao
paramagnetismo no sentido de exibir uma pequena susceptibilidade positiva. Nos materiais
antiferromagnéticos, como é o exemplo do cromo, os
dipolos magnéticos dispõem-se antiparalelamente, quando estão a baixas
temperaturas.
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