O Maciço Alcalino Poços
de Caldas, possui uma área de 750km², altitude média de 1300m e fica localizado
a cerca de 300km da cidade de São Paulo e do Rio São Francisco. A atividade
mineradora na área será facilitada pela localização dos depósitos entre a
divisa dos estados de Minas Gerais e São Paulo, que já possuem história
mineradora de longa data, dessa forma a logística de escoamento do material
prospectado será realizada por estradas utilizadas há anos para esses fins. A
fase de planejamento envolverá a fase de exploração e prospecção mineral.
Na fase inicial dos
trabalhos será realizada a consulta da documentação cartográfica geológica e
topográfica disponível, compreendendo modelos e conceitos existentes sobre a
gênese de jazidas de minerais radioativos e terras raras (dados bibliográficos),
mapas regionais gamaespectrométricos, magnetométricos, além de imagens de
satélite. A aerogeofísica na fase regional e útil para destacar o formato dos
corpos e o sensoriamento remoto ajuda a identificar o sistema de falhamento
(direção N40E e N50W) que pode ser condicionante da migração das
mineralizações. É importante uma observação de campo das elevações dentro do
Complexo por conta da cobertura eluvial ou topografia sustentada. Além disso, serão
realizadas visitas às jazidas e ocorrências minerais existentes e
reconhecimento das estruturas dos diques anelares e nos limites do sistema de falhamento.
Ainda na fase de
exploração, acontecerá a amostragem não sistemática de todos os tipos
litológicos presentes no Complexo, saprólitos nos mais diversos tipos de
alteração e amostra de solo do horizonte B. Será utilizado um contador Geiger
como contador de radiação para análise das amostras de mão. Posteriormente
ocorrerá a coleta de amostra de sedimento de corrente e concentrado de bateia
ao longo das drenagens da área para análise laboratorial, assim como a análise
da água para determinação do teor de urânio (principal mineralização da área).
A escala de trabalho utilizada é 1:100.000, com duração de cerca de 4 meses.
A documentação
consultada e correlação entre geofísica e geoquímica definirá áreas mais
favoráveis a mineralizações, no caso do CAPM considerando a evolução geomorfológica
e estrutural dos corpos ou anomalias, o que resulta no reconhecimento e seleção
de áreas prioritárias que deverão ser submetidas a mapeamento geológico em
escala de semi-detalhe e detalhe. Para isso será requerido junto ao DNPM uma área
de 1000 há (área requerida para demais substâncias minerais). A maior
ocorrência na área e de mineralizações uraníferas então é importante conhecer
bem a geologia do urânio.
Na segunda fase
acontecerá o refinamento das informações obtidas na primeira fase para
elaboração do mapa geológico de detalhe. De posse da licença para desenvolver
pesquisa mineral nos alvos selecionados emitido pelo DNPM ocorre a amarração
dos vértices do polígono da área. Será uma etapa de trabalho mais detalhada e
por isso em escala de 1:25.000. Nessa etapa acontece a implantação da base
planimétrica. Para a área foi projetada uma malha com pontos espaçados a cada
100mm x 100m. Por conta da área reduzida do maciço será coletado 1 amostra a
cada 2 km² totalizando cerca de 375 amostras no total. A duração aproximada é
de 8 meses.
As rochas do complexo
são alcalinas, de maioria sieníticas, com maior ocorrência para os tinguaítos.
A mineralogia econômica dos sienitos é sobretudo de zircão, monazita e
columbita, porém as rochas do complexo se encontram alteradas o que favoreceu a
formação de depósitos econômicos de outros minerais.
Os depósito de rochas
alcalinas são formados principalmente pelos veios de caldasíto, e mineralização
de urânio que ocorrem como minerais detríticos depositados no aluviões eluviões
ou veio e lentes. Ocorre a alteração
dos veios hidrotermal e intepérica de magnetita, que apresenta mineralizações
de Th e ETR, este também é o depósito mais importante do complexo. O outro
depósito é de minerais do tipo U-Mo em faixas filoneanas ou corpos lenticulares
originados a partir do intemperismo, hidrotermalismo e processos tectônicos nos
tinguaítos. Minerais de tório são torita e torianita, enquanto os minerais de
elementos terras raras pode incluir monazita, xenotímio bastnaesita. Os minerais de urânio são pechblenda,
uranita, coffenita, carnotita e baddeleyta.
Como de maneira geral houve a hidrotermalização das rochas fonalitos,
tinguaitos e foilitos que deu origem as rochas potássicas da região
nessa fase será realizado o levantamento geofísico, geoquímica de solo e
geologia de detalhe. A prospecção geoquímica de solo é importante porque as
mineralizações também são resultados do imtemperismo, dessa forma pode
acontecer a formação de bauxita por concentração residual de alumínio já que as
rochas são pobres em quartzo. Concentrações minerais por alteração hidrotermal
e dispersão secundária por intemperismo podem ser identificada através da prospecção
geoquímica que será útil na identificação do halo de dispersão das
mineralizações e de possíveis anomalias, principalmente as anomalias de contato
e ocorrência dos minerais radioativos nas estruturas circulares.
Dois métodos geofísicos
são de longe os mais indicados para a área: gamaespectrometria (radiometria
autoportada) e polarização induzida. Como se trata de rochas alcalinas, o
método radiométrico e o mais indicado para identificar anomalias de U, Th e K.
O método gamaespectrométrico também é útil para alteração hidrotermal por conta
do enriquecimento em potássio que houve nas rochas. O depósito de U-Mo se encontra nas zonas
limitante das estruturas anelares, então pode ser identificado como alteração
de contato pelo levantamento aerogeofísico radiométrico.
Enquanto o método de
polarização induzida funciona com depósitos oriundos de alteração hidrotermal,
por que as rochas hidrotermalizadas apresentam cargabilidade maior. O método
magnetométrico pode ser utilizado, principalmente para distinguir os litotipos
alcalinos.
A correlação das
informações obtidas nos estudos de detalhe leva à indicação de locais para
perfuração de furos de sondagem. A partir dessas análises poderá ser definida a
extensão superficial e abertura de frente de trabalhos utilizando poços e
trincheiras.
Por último acontecerá a
avaliação da reserva, onde haverá a preparação da base topográfica partir de
uma escala de detalhe de 1:10.000. Essa fase é onde será realizada o
levantamento geofísico e topográficos dos alvos selecionados que culminara na
campanha de sondagem. Os trabalhos mineiros contarão com abertura de trincheira
ortogonais a direção dos veios e sondagem Banka para aluviões. Para prospecção urânio
a sondagem é do tipo Rotary. Nesta fase também ocorrerá a perfilagem gama nos
poços. Esses estudos incluem a determinação de teores dos elementos e a medição
de propriedades físicas, que podem ser usadas para reinterpretação dos dados
geofísicos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário