sábado, 29 de dezembro de 2018

CRÍTICA| OUTLANDER



Outlander é uma das melhores séries do momento. A trama e o elenco são sensacionais. São 3 temporadas e nenhuma sinal de desgaste da estória. É um exemplo de adaptação bem-feita. Eu fã dos livros não tenho nada para reclamar, inclusive desse terceiro ano, que posso caracterizar como a temporada mais original da série até o momento. É única e em alguns momentos bastante diferente dos livros, o que em nada prejudicou a qualidade do show. Tudo está lá, mesmo que de una maneira um pouco diferente. 
Foi realmente um ano decisivo para a série e diferente de tudo já presenciado pelos fãs de Outlander. Distante dos ares frios da Europa e bem mais próximo do calor dos trópicos. A equipe técnica está de parabéns pela excelente qualidade das cenas no oceano, já que grande parte desse ano aconteceu dentro de navios. 
Houve uma grande redução dos arcos paralelos, e a trama focou principalmente no casal Claire e James, e em apresentar os personagens que terão uma maior participação na próxima temporada. 
O melhor episódio de certeza foi o 13. Não apenas por ter sido o último, mas por conta da atuação do Sam Heughan e da Caitriona Balfe. A maneira como a América foi apresentada aos telespectadores é formidável, com uma trilha sonora de fazer o coração tremer. 
Outlander é minha melhor recomendação de série. Quem ainda não assistiu tem disponível na Netflix. É realmente um arraso! 

RESENHA| ÁGUA PARA ELEFANTES



'a vida é o maior espetáculo da Terra' 

O clássico romance proibido em que uma das partes é casada e a outra um jovem solteiro, encantador e ruivo. Agora acrescente um marido agressivo, e todos eles trabalhando para o Circo dos Irmãos Benzini, O Maior Espetáculo da Terra! 
Gostou da ideia? Então Água para Elefantes é isso. Um Jacob Jankowski de 90/93 anos em uma casa de repouso lembrando da época em foi contratado por um circo para cuidar dos animais e dar água aos elefantes. Detalhe: o circo ainda não tinha sequer um elefante... 
Tudo isso aconteceu por conta de um acidente de carro que deixou o jovem Jacob órfão e sem nenhum tostão no bolso. Aos 23 anos ele se vê obrigado a largar a faculdade de veterinária antes dos testes finais e embarcar em um trem cujo destino nem ele mesmo sabia. 
Como nem tudo na vida é tristeza, o Jacob acaba sendo contratado como veterinário do circo. Trabalhando sob o comando do chef do setor dos animais, o impetuoso August, Jacob passa a conhecer melhor a esposa do sujeito, a estrela do número dos cavalos, Marlena. 
Mais tarde o dono do circo, o Tio Al, compra a elefanta Rosie e assim Jacob e Marlena passam a trabalhar cada vez mais juntos. 
O romance surge entre troca de olhares e conversas banais, mas a autora consegue deixar tudo mais misterioso e encantador. 
A prosa da Sara Gruen é leve e capaz de manter a atenção do leitor do início ao fim. Uma leitura tão rica em detalhes que chega a soar como real. 
Por último, ler Água Para Elefantes foi uma pequena conquista na minha vida literária. Assisti ao filme em 2012 e desde então programei de ler o livro. O interesse foi graças ao elenco perfeito da adaptação que contou com Reese Witherspoon, Robert Pattinson e Christopher Waltz, com direção de Francis Lawrence.  


CRÍTICA| The Man in the High Castle


O terceiro ano da série marcou um novo começo para a trama. Algo totalmente diferente dos anos anteriores, que inclusive abre precedentes para os anos vindouros...
As realidades alternativas (multiverso) ganharam mais destaque, mostrando ser o principal motor do show. O enredo tornou-se mais denso, mais sombrio, mais cruel. Mais audacioso...
A produção não hesitou em matar personagens queridos, além de trazer um elenco mais diversificado (de figurantes, pelo menos). O show tornou-se menos conservador (finalmente!) e mais cheio de ficção científica! 
O seriado, como aconteceu com The Walking Dead ano passado, sofreu de um sério problema de iluminação. As cenas estavam muito mais escuras, além do ar sombrio típico da série. Por vezes era impossível reconhecer muitos detalhes na cena por conta de isso.
A nossa heroína, dona das realidades alternativas, Juliana Crain continua como minha preferida. Perspicaz e sedutora, ela faz a série acontecer. Houve maior desenvolvimento dos co-protagonistas, Ed e Robert Childan, personagem característico dos livros. Além da Helen Smith que ganhou uma estória sensacional. Do lado japonês, o Inspetor Chefe Kido continua insuportável, fazendo questão de querer se intrometer em tudo sem saber de nada! Tagomi-san se mostrou de grande utilidade e cada vez mais disposto a impedir uma 3ª Guerra Mundial com precedentes em diferentes dimensões.

Sem dúvidas um ano excelente para a adaptação do Phillip K. Dick e que espero de coração o retorno em 2019.

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

RESENHA| CAIXA DE PÁSSAROS



Uma leitura incrível. A trama envolve duas coisas que eu amo: thriller e mundo apocalíptico. A estória não decepciona!
Quatro anos após misteriosas criaturas reduzirem a civilização a poucos sobreviventes, uma mãe tenta manter seus dois filhos pequenos a salvo. A coisa responsável por destruir a humanidade não pode ser vista. Basta uma única olhada para levar a pessoa a cometer atos de violência mortal que culminam em suicídio. 
A busca por um local seguro obrigará Malorie a deixar a casa abandonada em que mora e encarar uma jornada de mais de 30 quilômetros por um rio desconhecido em um barco a remo tendo como companhia apenas as crianças. 
Detalhe: todos estão vendados! Continuar de olhos fechados é a única chance de sobrevivência. Os três precisarão prestar muita atenção a todo tipo de som. Qualquer descuido pode ser fatal!
A escrita do Josh Malerman é simples, porém extremamente bem elaborada. A narrativa envolve acontecimentos do presente e uma série de flashbacks criando uma permanente atmosfera de suspense e terror. 
A recomendação é clara: leia este livro de uma vez só. Ou mais rápido possível. Será difícil parar antes do fim...

CRÍTICA| THE 100



Apesar de ter sido uma temporada extremamente apressada, com viagens ao espaço acontecendo em menos de 3 minutos, a série rendeu um ano mediano.
Imitando os acontecimentos da 1a temporada + inúmeras reviravoltas o show conseguiu uma completa revitalização, o que sem dúvida, garante mais estórias para contar, vulgo MAIS TEMPORADAS PELA FRENTE!
A trama dessa 5a temporada foi muito similar as demais: o eterno embate de forças do bem e do mal que no fim das contas se mostram sendo 'farinha do mesmo saco'.
O elemento 'guerra' apesar de já está visivelmente esgotado ainda é o principal motor da trama. O enredo sofre com a falta de drama e romance, mas insiste em repetir as sempre 'novas' lutas pelo poder.
Os personagens novos e antigos compartilham das mesmas personalidades, as mesmas dores e os mesmos anseios. Poucos se destacam no decorrer nos 13 episódios, e mesmo após 6 anos de 'hiatus' quase nada evoluiu.
A morte é reservada apenas para os figurantes, o que causa zero impacto no público. Bellark nunca desapareceu completamente e continuo torcendo por: NINGUÉM...

CRÍTICA| ORANGE IS THE NEW BLACK



Eu nunca demorei mais de uma semana para assistir uma temporada de OITNB. Até me deparar com essa season 6. 
Desde o final da 3a temporada a série está em queda livre. Perdeu muito da qualidade e a trama entrou em uma péssima fase com quase nada de interessante para contar. A 5a temporada inclusive foi narrada em 72 horas, o que claramente não funcionou para deixar a estória mais interessante. 
Tudo contribui para um total de 0 vontade em continuar assistindo. Mas sou o tipo que precisa ver (e ver até o final) para crer. Então para vencer o desânimo eu me desafiei a ir até o fim. 7 horas depois posso concluir que o final foi razoavelmente bom. Bom no sentido de ser conclusivo. 
Encerrar a produção de OITNB com essa 6 temporada seria uma ótima escolha da Netflix. O season finale foi um ótimo encerramento para a série como um todo. A sentença chegou ao fim. Claramente a fórmula mágica não está mais funcionando. O material está saturado. LIBERTE-SE! 

RESENHA| outros jeitos de usar a boca


primeira vez que eu leio um livro de poesia e a escolha não poderia ser melhor.
rupi kaur escreve de uma forma tão sublime que chega a ser impossível passar ileso pelas páginas de milk and honey.
como o título original propõe os poemas são suaves como o leite e espessos como o mel. as lágrimas são abundantes e repletas de aprendizado.
o texto é dividido em 4 partes. dor. amor. ruptura. e cura.
cada parte aborda sentimentos diferentes. com poemas sobre amor. sexo. abuso. violência. perda. traumas e feminilidade.
uma leitura que considero obrigatória sobretudo para mulheres. um livro verdadeiramente sobre autoaceitação e empoderamento.

sábado, 15 de setembro de 2018

RESENHA| A GAROTA NO TREM



Essa foi uma leitura que reflete o poder de uma indicação, e uma boa crítica. Eu somente me interessei a ler A Garota no Trem porque bem na capa tem um comentário da revista People dizendo que o livro é perfeito para quem gostou de A Garota Exemplar. Eu simplesmente amo Garota Exemplar!!!
Por conta disso é impossível não comparar ambas as obras (que agora amo de igual maneira). Mas basicamente é o seguinte: Enquanto a Paula Hawkins deixou tudo para o final, me fez acreditar nas pessoas erradas e ainda me entregou uma protagonista ao mesmo tempo digna de ódio e compaixão; a Gillian Flynn manipulou a história desde o início, eliminou a crença em pessoas 100% boas ou ruins e apresentou uma narrativa dividida em duas partes, onde nenhum dos narradores é realmente confiável.
Agora, eu queria dizer que o livro foi tão bom que eu li em um dia. Mas não foi assim. Eu li sem tempo. Pouquinho a pouquinho, durante dias. E por conta disso, tive tempo para criar diversas teorias e culpar cada um dos envolvidos. Culpar a Anna, a amante que virou esposa; o Tom, o melhor ex marido do mundo; A Rachel, a alcoólatra, desempregada e sem vida própria; O Scott, o marido da desaparecida (e quem não culparia?); A própria Megan e até o Mac. Enfim, eu desconfiei de cada um, sem nunca chegar ao certo a um veredicto. E no final, entre as últimas páginas, as últimas confissões e as últimas lembranças eu já estava sem fôlego e sem condições de esperar mais para saber o que realmente havia acontecido. Quanto ao desfecho disso tudo eu só fiquei decepcionado. Decepcionado por ter acreditado em todos, menos em quem eu realmente deveria ter acreditado. Ter sido manipulado e levado a acreditar nas aparências.
Ao fim de tudo fica aqui a dica de uma super leitura. Principalmente a vocês meninas. E caso alguém queira ler eu posso está enviando o livro em PDF por e-mail (infelizmente eu não tenho o físico e tive que ler em PDF também).
Ah, esse foi o primeiro das férias. Coragem agora para ler os outros!

REVIEW| MATILDA



Such a lovely story! It reminds me my childhood and how I wanted in that time Matilda's power to move things just staring at. Well, I grew up and obviously didn't develop this power, instead I like to think that I was gifted with the ability to read books, just like Matilda.
Thus, I strongly recommend this book to the ones who are having busy days and want something to relax. It's more than a child’s book, it is a story for all ages. Matilda’s life is a example of kindness, sweetness and love. 
Oh, and curiously ‘Matilda’ and ‘Charlie and the Chocolate Factory’ (A Fantástica Fábrica de Chocolate in portuguese) are both written by the same guy. A truly genius! 


LITTÉRATURE| LE PETIT NICOLAS




Le Petit Nicolas est l'histoire d'un petit garçon qui s'appelle Nicolas. La narration raconte des histoires sur la vie de Nicolas et ses camarades. Dans le histoire il y a tous les types de copains: Il y a Alceste qui mange tout le temps, Agnan qui est le premier de la classe et le chouchou de la maîtresse, Rufus qui est le plus grand... Alors, il y a tous les types d'enfants. Je peux dire que le livre est surtout une comédie chouette qui m'a fait rigolé beaucoup et au même temps m'a rappelé beaucoup mon enfance. 
C'est une option formidable pour les gens qui ont commencé à étudier le français. Sempé écrit d'une manière très facile, mais aussi brillant.
Et avant finir ma parole j'ai besoin t'avertir: Faire Atention, cet histoire n'est pas indiqué pour les vilains cafard! Et si tu as déjà lu et n'aimé pas, je vais demander à Eudes de te donner un coup de poing sur le nez!

RESENHA| IT: A COISA




Eu nunca antes havia lido Stephen King, muito menos um livro de terror, e sinceramente agora que terminei IT não sei se esse foi o melhor começo escolhido. A obra prima do medo não é uma leitura fácil de digerir. Surpreende pela crueldade dos fatos, a violência dos acontecimentos e principalmente pela doentia forma que as emoções humanas são apresentadas. Vendo por esse lado, talvez seja isso que torne a escrita do Mestre King tão única e sensacional. Durante as mais de mil páginas ele consegue elevar a narrativa a um novo patamar de qualidade de escrita (a tradução também ajuda bastante), misturando passado e presente que se torna cada vez mais difícil de distinguir conforme a história alcança o clímax. E apesar dos pesares, depois dessas 11 semanas de leitura eu deixo o seguinte recado: Não leiam IT, esse livro não é uma leitura saudável!

RESENHA| OUTLANDER - A LIBÉLULA NO ÂMBAR




O primeiro livro do ano não poderia ter sido melhor! Foram 2 anos que eu tive que esperar para ler a continuação daquela que sem sobras de dúvida é a minha história de amor favorita. E se valeu a pena esperar? Com certeza!!!

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A paixão que a @diana_gabaldon usa para escrever sobre a Claire e o Jamie é invejável. Cada pequeno detalhe do relacionamento dos dois é uma fonte de amor que se perpetua através do tempo, da dor e das infelicidades da vida. 

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Agora de fã para fã, eu preciso dizer que um dos momentos mais tristes da saga dos dois é o retorno a Craigh na Dun, o círculo de pedras. Mesmo anunciada logo no início da narração, quando o momento chega é tão comovente e tão verdadeiro que me leva a pensar se realmente poderia existir um amor assim, capaz de sobreviver a um hiato de 200 anos de história.

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p.s.: Necessito urgentemente que alguém me empreste/dê de presente (😍) o livro 3. Preciso saber se a Claire escolhe ficar com a filha no presente ou volta para o amor da vida dela no passado.

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(eu particularmente voltaria 
😚)

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E para quem não curte ler tanto assim pode procurar a série no @netflixbrasil . Já está disponível até a 3a temporada...

RESENHA| O ORFANATO DA SENHORITA PEREGRINE PARA CRIANÇAS PECULIARES



A coisa que mais me fascinou nessa leitura foi a narrativa. Sem sombras de dúvidas. E sabe por quê?
A história é deliciosamente contada na 1ª pessoa e isso torna tudo mais pessoal, mais profundo, mais verdadeiro. Somada a isso há dezenas de imagens antigas (e bem sinistras) que ora outra aparecem entre as descrições do Jacob e que funcionam de maneira extraordinária a seu propósito: nos transportar no tempo até um ponto onde o diferente causava medo.
É uma leitura fácil, interessante e facilmente devorada de uma só bocada. É impossível parar de ler até descobrir o que acontecerá com a Senhorita Peregrine e suas crianças. Página de por página acompanhamos a mudança que ocorre na vida do Jacob após a morte para lá de misteriosa do avô. Vemos os contos de fadas se tornarem realidade e junto com eles as histórias de monstros. O limite do real é desafiado. É hora de usar sua peculiaridade!

RESENHA| CIDADE DOS ETÉREOS




A continuação de O Lar da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares (outrora traduzido como O Orfanato da Srta. Peregrine) é tão extraordinário como seu precedente. Nessa segunda parte da aventura do jovem Jacob e o grupo de crianças peculiares a fantasia é elemento central da trama. 
Agora fora da longínqua ilha no País de Gales as crianças peculiares devem aprender a sobreviver por conta própria numa jornada através da Inglaterra de diferentes épocas numa tentativa desesperada de salvar a Srta. Peregrine. No caminho terão de cruzar fendas temporais, atrações de circo, ciganos e criaturas surreais desafiam a lógica do real.
Novamente as imagens conferem a narrativa um tom sombrio e estranhamente verdadeiro. A leitura é deliciosa, rápida e sempre com um gostinho de quero mais.
Uma obra super recomendável para crianças, jovens e adultos. Sejam eles normais ou peculiares..

RESENHA| MILLENNIUM: Os homens que não amavam as mulheres




É difícil tentar escrever minhas impressões sobre a obra do Stieg Larsson sem parecer que estou falando de mais um livro qualquer. É realmente difícil. 
Alguns anos atrás eu por acaso assisti a adaptação da obra estrelada pelo Daniel Craig e a Rooney Mara. Mesmo antes de terminar o filme eu já estava ansioso para ler o livro. Demorou um tempo até eu conseguir um exemplar e mesmo depois de ter os livros em mãos eu ainda esperei por uma boa dose de coragem para mergulhar no mundo sombrio de Millennium. 
Precisei de coragem, porque pelo que havia visto no filme já sabia que "Os homens que não amavam as mulheres" seria tudo menos uma leitura simples. Longe de ser complexo, o que dificulta o caminho entre as páginas do romance é puramente o seu conteúdo. É sórdido, por vezes macabro. 
A trama é rica em personagens cativantes. Segredos motivam o enredo então a impressão que temos é que alguém sempre está tentando esconder algo. O suspense preenche cada linha, parágrafo e página da ficção. A narrativa é rápida. É preciso prestar atenção nos mínimos detalhes do texto. As cenas são bem descritas, inteligentes e estruturas. 

*** 
Os homens que não amavam as mulheres é o primeiro volume da trilogia Millennium. A narrativa oscila entre o jornalista econômico Mikael Blomkvist e a investigadora pessoal Lisbeth Salander. Dois personagens bem diferentes, mas que por coincidência do destino se veem envolvidos em um mistério que envolve inúmeros segredos familiares e assuntos empresariais. 
Na trama, Blomkvist é contratado para tentar resolver um desaparecimento ocorrido há quase 40 anos. Entre acontecimentos até então visto sem relevância, o jornalista começa a traçar uma nova linha de pesquisa. Quando se vê diante da primeira pista que realmente muda o rumo das investigações surge a ajuda da jovem hacker Lisbeth. A busca pela verdade levará os dois a percorrerem por caminhos perigosos. Terão que aprender a confiar um no outro enquanto tentam manter trabalho e sexo separados... 
*** 

Infelizmente a versão que eu li é traduzida do francês que por sua vez foi traduzida do original em sueco. 

RESENHA| OUTLANDER - O Resgate no Mar



Dividido em dois volumes, o terceiro livro da série A Viajante do Tempo soma mais de 1200 páginas (o maior até agora). Longe de ser uma leitura maçante, a narrativa é equilibrada e convincente. 
A autora no primeiro volume busca inspiração nos romances de época e capricha no quesito "romance proibido". Já o volume 2 vem para apagar qualquer ponta solta que ainda restava dos dois primeiros livros. Destino e coincidência nunca foram tão presentes em outro momento da vida da Claire e do Jaime. Aventura, suspense, amor, traições e muito sexo são marcas registradas dessa jornada. 

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Vinte anos após a Batalha de Culloden e da dolorosa separação em Craigh na Dun, Claire está de volta a Escócia, e dessa vez na companhia da filha Brianna. Apesar de todos esses anos ter pensado que seu amado morreu em Culloden, Claire descobre evidências que Jaime continua vivo no passado. Longe de tê-lo esquecido, os anos de separação não foram capazes de apagar as lembranças do guerreiro escocês. O desejo continua vivo, e desta vez Claire terá que fazer uma escolha difícil: continuar em 1968 com Brianna, a filha dos dois ou voltar para o século XVIII e tentar reencontrar o amor da sua vida. Além da difícil decisão, ainda há os desafios de uma terceira viagem através do círculo de pedras. O tempo está passando e Claire precisa decidir novamente entre o futuro e passado. 
*** 

É unânime, a Diana Gabaldon continua escrevendo com maestria uma estória que parece não se esgotar! Nessa nova fase da saga é explorado um número bem maior de lugares ao redor do mundo. Personagens novos e antigos tornam a trama tão cheia de surpresas e reviravoltas que é difícil conter a empolgação. 

Novamente deixo minha recomendação de leitura para Outlander. E para aqueles que não curtem muito o mundo dos livros, recomendo a série homônima que atualmente se encontra disponível na Netflix. É uma excelente adaptação da obra. 


RESENHA| AS CRÔNICAS MARCIANAS



Nessa aventura interestelar Ray Bradbury apresenta uma Marte totalmente diferente da que conhecemos hoje. Escrito em forma de contos na década de 50, a obra reúne 26 contos que narram o processo de colonização marciana entre os anos de 1999 a 2026. 
As histórias são bem curtas e algumas chegam a ter apenas uma página e se ocupam de diversos assuntos do dia-a-dia marciano. Entretanto Bradbury também toca em algumas feridas da sociedade americana da época como o racismo, a xenofobia e a relação conquistador-conquistado, que claramente é uma representação do homem branco sobre os índios. 
É uma ótima opção para quem curte ficção científica espacial. O autor é mestre em finais surpreendentes e nessas 298 consegue apresentar uma perfeita reflexão sobre o poder autodestrutivo do homem e seu estado passageiro na vida. 
Ah, e meu conto favorito é o do cidadão que sai dos Estados Unidos para abrir uma barraquinha de cachorro quente em Marte. Tem como ser mais americano que isso? 



RESENHA| PARA SEMPRE ALICE



"Quando não há mais certezas possíveis, só o amor sabe o que é verdade"

Sabe aquele livro que você nunca imaginou ler. Aquele que você viu o filme, mas achou bem entediante. Aquela história que você descartou da mente e espera nunca mais ter contato? 
Pois então, é bom repensar essa decisão. Os motivos estão na minha experiência com Para Sempre Alice! 
Minha mais recente leitura, foi tudo menos entediante. A saga de uma mulher diagnosticada com Doença de Alzheimer de Instalação Precoce é comovente e inspiradora. 
Me comoveu acompanhar, mesmo que por meio de poucos páginas, o avanço de uma doença capaz de fazer o indivíduo esquecer de si mesmo. Esquecer de quem é, do que foi e da própria consciência. 
Mas também foi uma leitura inspiradora. E me inspirou a acreditar que aconteça o que for, ainda serei eu. Ainda estarei aqui, mesmo que minhas memórias não estejam. É preciso continuar. 
E apesar de ser uma narrativa ficcional, Para Sempre Alice foge de qualquer viés irrealista. É um relato bem construído, baseado em muita pesquisa com profissionais especializados no assunto e também pacientes. 
Lisa Genova está de parabéns por contar a jornada de uma pessoa com Alzheimer de uma maneira tão delicada e consciente. 
Por fim, quero recomendar a leitura de Para Sempre Alice a todos os meus amigos, e me coloco a disposição para emprestar meu exemplar. 
Agora resta-me reassistir o filme e desta vez prestar mais atenção ao real significado da jornada da Alice Howland! 

RESENHA| COMER, REZAR, AMAR



A busca de uma mulher pelo equilíbrio entre o prazer e a devoção, uma viagem por três países incrivelmente diferentes e tudo isso em um romance autobiográfico. 
Após passar por um divórcio conturbado e logo em seguida tentar se reencontrar com o amor em um novo relacionamento fadado ao fracasso, Elizabeth Gilbert sai em uma busca de tempo e espaço para se descobrir de verdade. Abandona o emprego, deixa uma vida confortável em Nova York e sai com o objetivo de viajar por um ano pelo mundo - sozinha. 
Nessa viagem ela visita a Itália, onde aprende italiano e por quatro meses prova o que há de melhor na culinária italiana. 
Em seguida muda-se para um ashram na Índia, onde vive um momento de muita exploração espiritual e aproximação de Deus. 
Por último, em Bali, na Indonésia ela estuda a arte do equilíbrio entre o prazer mundano e a transcendência espiritual com um velho xamã e ainda tem tempo para se apaixonar por um brasileiro! 
No fim das contas "Comer, Rezar, Amar" é a crônica da descoberta da própria natureza. O momento de se reencontrar como protagonista e heroína da sua própria jornada. 
Uma história sobre resiliência e perseverança para continuar procurando o que de melhor a vida pode oferecer. 
Além disso, é uma leitura obrigatória para quem tem sede de viajar!!! 

RESENHA| SIMON VS. A AGENDA HOMO SAPIENS



Primeiramente eu gostaria de ter um outdoor, só para colocar uma mensagem bem grande dizendo que:

ESSE LIVRO É SENSACIONAL, LEIAM! LEIAM! LEIAM!!! 

Okay, depois desse breve surto de contemplação pela obra é hora de parabenizar a Becky Albertalli, a escritora por trás da criação desse mundo tão apaixonante e envolvente. 
E confesso que para falar de paixões sou um sujeito bem suspeito. Eu mesmo estou aqui no que pode se chamar de perdidamente apaixonado pelo Simon! 
O motivo? Simon vs. a agenda Homo Sapiens tem os principais dilemas que todo garoto gay já teve que enfrentar. Começando pelo maior de todos: sair do armário... 
Apesar disso o romance não chega a ser clichê. É real. É único, com a capacidade de alcançar vários outros garotos que já estiveram nessa situação. As mudanças que vem com o amadurecimento, a angustia da adolescência, a homossexualidade 
Pois bem, o Simon tem 16 anos, é gay, mas ninguém ainda sabe. E acontece que sair ou não do armário é um drama que ele prefere não viver no momento. 
O jogo muda quando Martin, o típico bobão da escola descobre uma troca de e-mails entre o Simon e um garoto misterioso, que se identifica como Blue. Esses e-mails além de misteriosos são bem apaixonados... 
Agora o Martin vai tentar chantagear o Simon que precisa ter cuidado para que esse segredo tão íntimo não se torne do conhecimento de todos. 
O que me chamou mais a atenção na narrativa foi a delicadeza e realidade com que a Becky Albertalli trata a homossexualidade do protagonista. A autora é psicóloga e já trabalhou durantes anos como orientadora de um grupo de apoio para crianças com não conformidade de gênero e traz muita experiência sobre o tema na bagagem. 

RESENA| AS DOZE TRIBOS DE HATTIE



O romance de estreia da Ayana Mathis é o que se pode chamar de literatura de ponta. E se engana quem achar que o primeiro romance não pode ser tão bom. As Doze Tribos de Hattie é uma leitura prazerosa em todos os sentidos. É uma obra profunda sobre a capacidade humana de superar a amargura e sempre continuar buscando a felicidade. O livro é belo e cruel de uma forma madura e sob medida para deixar a trama vibrante e imprevisível. 
A narrativa acompanha a vida da Hattie que 1923, aos 15 anos, fugiu da Geórgia juntos com a mãe e a irmãs para escapar da política racial que havia assassinado seu pai. 
Dois anos depois ela se casa com um homem que só traz desgosto e arrependimento a sua vida. Com esse homem Hattie dá a luz a 11 crianças, e no final da vida ainda se vê obrigada a criar a neta. 
E são essas 12 vozes que contarão a história de Hattie a partir da jornada de cada filho em diferentes momentos da história. 
O livro é lindo e bem escrito. Dividido em 12 capítulos que se interligam e produzem um retrato equilibrado sobre temas como sexualidade, religião, questões de gênero e principalmente de raça. 
É uma estória que te deixa acordado muito tempo depois de ler as últimas linhas de cada capítulo tentando advinhar o que aconteceu com cada um dos filhos no fim das contas. Garantia de experiência inesquecível! 
A dica aqui é para quem procura livros escritos por mulheres negras, e inclusive, As Doze Tribos de Hattie foi um dos escolhidos para participar do Clube do Livro da Oprah... 

RESENHA| GUIA DE UMA CICLISTA EM KASHGAR



Confesso que tive um certo preconceito com esse livro. Comprei puramente por conta do preço, 10 reias. Isso lá em 2016, e desde então deixei guardado. Protelei, protelei e acabei resolvendo ler. A sinopse por aí só já era um banquete ao tédio. 
"Três missionárias fundando uma missão de evangelismo em uma cidade asiática nos anos 20"

Felizmente essa minha impressão durou pouco. Mais especificamente 1 capítulo. Foi o suficiente para me apaixonar pelo livro. Eu que esperava um livro bem religioso quebrei a cara. 

Pois bem, as três missionárias na verdade eram um casal e um outra mulher que era tão religiosa quanto eu. Ou seja, nem um pouco. Basicamente tinha entrado nessa de missão cristã internacional apenas para fugir do tédio da vida em Londres e para seguir a irmã mais nova, a progenitora dessa ideia. 

Agora dando nome aos bois essas mulheres são Millicent, a chefe da missão, e as irmãs Elizabeth e Evangeline. O foco da narrativa é a Evangeline, Eva, e suas anotações pessoas para aquilo que futuramente seria O Guia de Uma Ciclista em Kashdar. 
O Interessante deste livro é que ele acontece em dois momentos distintos: um em Kashdar, 1923 e outro em Londres, nos dias atuais. É a história de um encontro de dois mundos, de uma herança misteriosa e as reviravoltas do destino. 
Aconselho para quem gosta de ler sobre a cultura árabe. É um ótimo acompanhamento para obras como O Livreiro de Cabul e A Cidade do Sol. 

RESENHA| BIBLIOTECA DE ALMAS



O tão aguardado desfecho da trilogia O Lar da Senhora Peregrine cumpriu com o prometido. O Ransom Riggs conseguiu manter o mesmo padrão de escrita e apesar de dividido em três volumes construiu uma narrativa clara e objetiva. Criou personagens carismáticos e com personalidades diversas, desde os mais amados até os mais odiados. E aqueles que tinham o dom de ser ambos os casos. O autor deu vida a um mundo repleto de mistérios, meias verdades e incertezas com uma dose de realidade a cada nova fotografia. 
Nesse último volume da saga, temos o jovem Jacob numa missão que está em jogo não somente a vida de seus amigos, mas também de todo o mundo peculiar. Na fase final dessa jornada ele contará com a ajuda da inseparável Emma e a companhia do destemido cão farejador Addison. Para resgatar seus amigos terá que fazer alianças inesperadas, lutar contra exércitos de monstros assustadores e redescobrir o limite da própria peculiaridade. 
Assim a história das crianças peculiares que começou em uma fenda temporal numa afasta ilha do País de Gales se encerra de maneira brilhante e satisfatória. Num brilhantismo único do Riggs, que conquistou um lugar de respeito no meu coração com uma escrita excitante e uma estória de tirar o fôlego.