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"Criava
as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade.
A felicidade sempre iria ser clandestina para mim."
Voltando
a ler grandes autores e autoras da literatura brasileira e não poderia deixar
Clarice de fora!
Reunião
de 25 contos, "Felicidade clandestina" é a escrita da Clarice em sua
forma mais intimista.
O
título do livro é o mesmo do primeiro conto, igualmente narrado na primeira
pessoa, é um texto curtinho sobre o solitário prazer da leitura.
O
livro é uma leitura relativamente rápida, pois são contos, crônicas e qualquer
outro tipo de texto que a Clarice escreveu e eles acharam interessante
publicar.
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"As
palavras me antecedem e ultrapassam, elas me tentam e me modificam, e se não
tomo cuidado será tarde demais: as coisas serão ditas sem eu as ter dito."
Li
Água Viva e Felicidade Clandestina em um intervalo de tempo bem próximo.
Agora
vou dá uma pausa.
Clarice
é única e seus livros não são fáceis de ler.
É um
pouco pesado, como quando eu li vários livros do Paulo Coelho seguidos.
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"Porque
eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as
compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama
verdadeiramente."
Desta
vez e quando li Água Viva, um extenso poema em prosa, saio com a impressão que
não consegui entender tudo o que li.
Muitas
das vezes não sei para onde vão, entendo frases, parágrafos, quase nunca o sentido
geral.
A
mente dessa mulher era peculiar, e seus textos refletem isso.
Na
minha opinião não tem como não gostar de Clarice Lispector.
Tem
como não entender Clarice Lispector.
E
entender também é sentir.
Sentir
o que ela tentou dizer.
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"Ah,
está se tornando difícil escrever. Por que sinto como ficarei de coração escuro
ao constatar que. mesmo me agregando tão pouco à alegria, eu era de tal modo
sedenta que um quase nada já me tornava uma menina feliz."
Vou
esperar um pouco para voltar a ler mais uma de suas obras.
Ainda
quero ler A Hora é da Estrela, Perto do Coração Selvagem e A Paixão Segundo
G.H.
O que
eu li?
Laços
de Família, dezembro 2015.
Água
Viva, setembro 2024.
Felicidade
Clandestina, fevereiro 2025.
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"Tudo
o que em mim não prestava era o meu tesouro."
Felicidade
Clandestina
Ano: 1971
Páginas:
159
SINOPSE
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Felicidade
clandestina foi a quarta das oito coletâneas de contos publicadas em vida por
Clarice. Foi lançada em 1971, pela Editora Sabiá, pertencente a seus amigos
Fernando Sabino e Rubem Braga, e reúne um total de vinte e cinco contos
(escritos em momentos diversos das décadas de 1950 e 1960), entre os quais
figuram alguns dos mais emblemáticos exemplos do gênero, tais como: “Felicidade
clandestina”; “Amizade sincera”; “O ovo e a galinha”; “Uma história de tanto
amor”; “A legião estrangeira”; “Os desastres de Sofia”. Desde o início, Clarice
Lispector recusou a escravidão dos gêneros. Escrevia por fragmentos que depois
montava. Escrevia aos arrancos, transcrevendo um ditado interior. As estruturas
clássicas não faziam parte desse ditado. Seu olhar passava por cima das regras,
quase voraz em sua busca da essência. Este livro bem o demonstra. É composto
por contos escritos em épocas diversas da vida de Clarice. E por não contos.
Muitos deles – como “Felicidade clandestina”, que dá título ao livro – foram
publicados no Caderno B do Jornal do Brasil. Como crônicas. Que também não eram
crônicas. Convidada em 1967 para escrever no JB, Clarice deparou-se com um
fazer literário novo. Logo negou os padrões vigentes: “Vamos falar a verdade:
isto aqui não é crônica coisa nenhuma. Isto é apenas. Não entra em gêneros.
Gêneros não me interessam mais. “E “isto” era a mais pura e rica literatura.
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Citações
favoritas
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"Mãe
é: não morrer."
"Como
posso amar a grandeza do mundo se não posso amar o tamanho de minha natureza?
"
"Sua
coragem é a de, não se conhecendo, no entanto, prosseguir. É fatal não se
conhecer, e não se conhecer exige coragem."
"Mas
se alguém comete a imprudência de parar um instante a mais do que deveria, um
pé afunda dentro e fica-se comprometido. Desde esse instante em que também nós
nos arriscamos, já não se trata mais de um fato a contar, começam a faltar as
palavras que não o trairiam."
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"Aí
está ele, o mar, a mais ininteligível das existências não humanas. E aqui está
a mulher, de pé na praia, o mais ininteligível dos seres vivos. Como ser humano
fez um dia uma pergunta sobre si mesmo, tornou-se o mais ininteligível dos
seres vivos. Ela e o mar."
"E
foi como se a miopia passasse e ele visse claramente o mundo."
"Mas
alguma coisa tinha morrido em mim. e, como nas histórias que eu havia lido
sobre fadas que encantavam e desencantavam pessoas, eu fora desencantada."
"O
amor por eponina: dessa vez era um amor mais realista e não romântico; era o
amor de quem já sofreu por amor."
"Não
era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante."
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