The Flatshare
conta a história de Tiffy e Leon, que dividem um apartamento e uma cama, mas em
diferentes momentos do dia. Leon precisava de dinheiro então resolveu sublocar
o flat. Tiffy precisava de um lugar barato para morar no centro de Londres. A
ideia parecia genial. Ele trabalha em um hospital durante a noite, e ela é
editora de uma revista durante o dia. Devido a diferença de horários eles nunca
estariam no apartamento ao mesmo tempo.
Para o leitor é
difícil de acreditar que só existia uma cama de casal no quarto entre todas as
soluções possíveis (duas camas de solteiro?). Beth O'Leary tenta tornar esse
pequeno detalhe convincente e fracassa. Além de ser bem estranho que nenhum dos
dois tenha procurado outra opção a não ser dormir na mesma cama.
Com isso, o
livro acaba sendo bem previsível. É um romance clichê do tipo que a pessoa
inicia a leitura esperando um final feliz. O'Leary escreve bem, e apesar da
trama não ser de todo interessante, no geral o livro é uma leitura agradável.
Entre momentos engraçados e cenas absurdas, daria um ótimo filme.
O mais chato é
a necessidade da autora de fazer com que tudo convergisse para um único
momento. Ela escreve um aglomerado de coincidências que na verdade são coisas
improváveis de acontecer na vida real. A protagonista, com seu jeito
extravagante de se vestir, me lembra muito a Lou, de Como Eu Era
Antes de Você.
A narrativa explora bem a problemática de relacionamentos abusivos, com ex-namorados obsessivos, a gradual percepção do relacionamento tóxico e a busca por ajuda profissional. Embora o romance tenha sido muito meloso, com uma dose a drama, é satisfatória saber que algo sério foi trabalhado no texto.
A pior parte do
livro são suas 446 páginas que poderia facilmente ter um número menor. Há muitos
momentos que ficaram deslocados dentro da trama e outros parecem ter sido
escritos com um único objetivo, ou ter saído de outras estórias, uma tentativa
de copiar grandes momentos.
The Flat Share (Teto para Dois). 446 páginas. 2019.
CITAÇÕES FAVORITAS
‘I don’t think
so. Doesn’t work that way. Sometimes the happy thing just happens.’
'Acho que não.
Não funciona assim. Às vezes, a coisa feliz acontece. '
Remind myself that there is no saving of people - people can only save themselves. The best you can do is help when they're ready.
Lembrando a mim
mesma de que não há como salvar outras pessoas - pessoas só podem salvar a si
mesmas. O melhor que você pode fazer é ajudar quando estiverem prontas.
‘You want
space, or a hug?’ he asks simply, standing a foot away from me now.
‘Hug,’ I manage.
Você quer
espaço, ou um abraço?', Ele pergunta de maneira simples, se afastando um pouco
de mim agora.
"Abraço", respondo.
"Life is
often simple, but you don’t notice how simple it was until it gets incredibly
complicated, like how you never feel grateful for being well until you’re
ill"
"Muitas
vezes a vida é simples, mas você não percebe como era simples até ficar
incrivelmente complicado, como nunca se sente grato por estar bem até ficar
doente"
Can’t I handle
seeing a man naked? It’s probably just because I haven’t had sex for so
long. It’s some sort of biological thing, like how the smell of
bacon gets you salivating (…)
Being nice is a
good thing. You can be strong and nice. You don’t have to be one or the other.
Ser legal é uma
coisa boa. Você pode ser forte e agradável. Você não precisa ser um ou outro.
She smiles up at me and I feel something shift in my chest. Hard to describe. Maybe like a lock clicking into place.
Ela sorri para mim e sinto algo mudar no meu peito. Difícil de descrever. Talvez como uma fechadura se ajustando no lugar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário