"Mas, por
mais horrível que fosse, suas mentiras formam a minha verdade"
Um romance estilo
noir e extremamente perturbador. Uma prosa intimidadora capaz de criar uma
atmosfera de tensão e mistério a ponto de me fazer sentir dentro de um filme de
terror. Henry James construiu ótima estória, excelente obra de ficção e acima
de tudo um jogo que brinca com o limite da nossa percepção, entre real e
imaginário.
A estória é o
relato de uma moça, cujo nome não é citado em nenhum momento, que deixou um
manuscrito narrando uma série de aparições sobrenaturais no período em que
trabalhou como governanta em uma propriedade rural na Inglaterra. O manuscrito
é lido em uma noite de 25 de dezembro, quarenta anos depois dos eventos, por um
rapaz a quem a moça confidenciou o relato.
O livro é o
próprio manuscrito, e por isso é narrado a partir do ponto de vista da
governanta, e conta como a moça foi contratada para cuidar de duas crianças
órfãs, e quando trabalhando como governanta passa a ver dois fantasmas na residência.
Mais tarde a governanta acaba descobrindo se tratar dos fantasmas de dois
antigos funcionários da propriedade, e que morreram em condições suspeitas, sua
predecessora e um antigo empregado da
casa.
Ao suspeitar que
os espíritos mantenham algum tipo de influência sobre as crianças, Miles de 10
anos, e sua irmã Flora de oito anos, influência capaz de arrastar a alma das crianças
para o Inferno, a governanta passa a ter como missão salvar a almas dos
pequeninos e isso pode trazer consequências reais para todos.
Tradução de
Paulo Henrique Britto. Primeira edição em 1898.
"[...] mas
algo, que exigia, afinal, para manter uma fachada serena, apenas outra volta do
parafuso da virtude humana comum"
P.S.: Lembra muito
A Menina Que Não Sabia Ler.
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