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“Eu reclamo o direito de ser infeliz”
Uma história sobre o preço da liberdade. Uma sociedade onde tudo é banal. Um futuro que pode estar cada vez mais próximo de se tornar realidade. Aqui a dominação vem pelo oposto da violência e a felicidade excessiva é usada para incomodar o leitor.
"comunidade, identidade e estabilidade"
Algumas partes chocantes, ainda mais para a época da publicação (1932), no que diz respeito ao sexo, drogas, os diversos vícios e a religião. Um livro sombrio e filosófico apresentado uma Londres retro futurístico, que cada vez mais se aproxima do nosso presente. O autor teve muita criatividade para compor esse romance em uma época em que a tecnologia estava engatinhando.
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" As palavras cantantes vergastaram-no com seu sarcasmo. "Como é bela a humanidade! Oh! admirável mundo novo...!
Foi uma leitura demorada, nada que diminua a qualidade do romance. Realmente um mundo novo, cheio de coisas inacreditáveis. Tem também todos os preconceitos da época, principalmente as representações femininas. De maneira geral, faltou desenvolver melhor os personagens, como a maior parte dos livros do gênero, ele passa mais tempo mostrando vislumbres do futuro - e de como o autor o enxergava-, do que propriamente nos personagens.
"As pessoas são felizes, conseguem o que querem e nunca querem o que não podem ver!"
Ao lado de obras como Fahrenheit 451 de Ray Bradbury, 1984 de George Orwell, que apresentavam governos totalitários de esquerda e de direita, Admirável Mundo Novo vem recheado da crítica afiada e influente mesclando ficção e política.
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“Todos pertencem a todos”
Com Admirável Mundo Novo acredito que li quase todos os grandes mestres da ficção científica e distopias mais clássicas tais como Aldous Huxley, Philip K. Dick, Margaret Atwood, George Orwell, Ray Bradbury e Anthony Burgess. Todos com obras de grande impacto na cultura pop. Nos próximos meses quero ler algo do H G Wells e Nós, escrito por Iêvgueni Zamiátin.
"O fim é melhor que o meio. Quanto mais roupas se rasgam, mais roupas se compram"
Esse não é o tipo de livro para ler quando jovem, e para ser lido com mais madurez, para entender a sátira, a ficção que flerta com a realidade. Definitivamente é um livro que ressona para fora das páginas, durante e após cada capítulo.
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“Se tornar os indivíduos felizes é fazê-los amar a sua servidão, a função da planificação consiste em continuar a gerar as condições presentes e futuras dessa felicidade servil.”
CITAÇÕES
"I'm claiming the right to be unhappy"
"O brave new world." By some malice of his memory the Savage found himself repeating Miranda’s words. "O brave new world that has such people in it!".
"But I don't want comfort. I want God, I want poetry, I want real danger, I want freedom, I want goodness. I want sin."
“But think of the enormous, immeasurable durations it can give you out of time. Every soma-holiday is a bit of what our ancestors used to call eternity.”
“That the purpose of life was not the maintenance of well-being, but some intensification and refining of consciousness, some enlargement of knowledge.”
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"I know quite well that one needs ridiculous, mad situations like that; one can't write really well about anything else. Why was that old fellow such a marvellous propaganda technician? Because he had so many insane, excruciating things to get excited about. You've got to be hurt and upset; otherwise you can't think of the really good, penetrating, X-rayish phrases.”
"'Oh brave new world!' It was a challenge, a command."
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"Livraram-se deles. Sim, é bem o modo de os senhores procederem. Livrar-se de tudo o que é desagradável, em vez de aprender a suportá-lo. É mais nobre para a alma sofrer os açoites do azar e as flechas da fortuna adversa, ou pegar em armas contra um oceano de desgraças e, fazendo-lhes frente, destruí-las... Mas os senhores não fazem nem uma coisa nem outra. Não sofrem e não enfrentam. Suprimem, simplesmente, as pedras e as flechas. É fácil demais".
“— É o segredo da felicidade e da virtude: amarmos o que somos obrigados a fazer. Tal é a finalidade de todo o condicionamento: fazer as pessoas amarem o destino social de que não podem escapar.”
"O Selvagem concordou inclinando a cabeça com tristeza. Em Malpaís, sofrera porque o haviam excluído das atividades comunitárias do pueblo, na Londres civilizada, sofria porque nunca podia fugir dessas atividades comunitárias, nunca podia estar sossegado e só".
“O condicionamento para a morte começa aos dezoito meses. Cada petiz passa duas manhãs, todas as semanas, num hospital para moribundos. Lá encontram os brinquedos mais aperfeiçoados, e dão-lhes creme de chocolate nos dias em que há mortes. Aprendem, dessa forma, a considerar a morte como uma coisa banal.”
SINOPSE EM PORTUGUÊS
Uma sociedade inteiramente organizada segundo princípios científicos, na qual a mera menção das antiquadas palavras “pai” e “mãe” produzem repugnância. Um mundo de pessoas programadas em laboratório, e adestradas para cumprir seu papel numa sociedade de castas biologicamente definidas já no nascimento. Um mundo no qual a literatura, a música e o cinema só têm a função de solidificar o espírito de conformismo. Um universo que louva o avanço da técnica, a linha de montagem, a produção em série, a uniformidade, e que idolatra Henry Ford.
Essa é a visão desenvolvida no clarividente romance distópico de Aldous Huxley, que ao lado de 1984, de George Orwell, constituem os exemplos mais marcantes, na esfera literária, da tematização de estados autoritários. Se o livro de Orwell criticava acidamente os governos totalitários de esquerda e de direita, o terror do stalinismo e a barbárie do nazifascismo, em Huxley o objeto é a sociedade capitalista, industrial e tecnológica, em que a racionalidade se tornou a nova religião, em que a ciência é o novo ídolo, um mundo no qual a experiência do sujeito não parece mais fazer nenhum sentido, e no qual a obra de Shakespeare adquire tons revolucionários.
Entretanto, o moderno clássico de Huxley não é um mero exercício de futurismo ou de ficção científica. Trata-se, o que é mais grave, de um olhar agudo acerca das potencialidades autoritárias do próprio mundo em que vivemos. Como um alerta de que, ao não se preservarem os valores da civilização humanista, o que nos aguarda não é o róseo paraíso iluminista da liberdade, mas os grilhões de um admirável mundo novo.
SINOPSE EM INGLÊS
Far in the future, the World Controllers have finally created the ideal society. In laboratories worldwide, genetic science has brought the human race to perfection. From the Alpha-Plus mandarin class to the Epsilon-Minus Semi-Morons, designed to perform menial tasks, man is bred and educated to be blissfully content with his pre-destined role. But, in the Central London Hatchery and Conditioning Centre, Bernard Marx is unhappy. Harbouring an unnatural desire for solitude, feeling only distaste for the endless pleasures of compulsory promiscuity, Bernard has an ill-defined longing to break free. A visit to one of the few remaining Savage Reservations where the old, imperfect life still continues, may be the cure for his distress…






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