domingo, 28 de junho de 2015

Estudo sobre romances brasileiros aponta pequena presença de personagens negro



Expostos na recém-concluída pesquisa “Personagens do romance brasileiro contemporâneo”, realizada na Universidade de Brasília (UnB), sob coordenação da professora Regina Dalcastagnè, um levantamento de todos os romances publicados por algumas das principais editoras brasileiras (Companhia das Letras, Record, Rocco e Objetiva/Alfaguara), aponta que 96% dos autores e 79% dos personagens são brancos.
Outro problema é a forma como eles aparecem nas obras (foram analisados 549 livros, de 304 autores diferentes). Há a repetição de papéis estereotipados, o pouco destaque e a raríssima ocorrência de negros narradores.  As poucas ocupações são os traficantes, as empregadas domésticas e prostitutas. Essa é a estereotipagem (que se revela em outros dados, como o que mostra quatro vezes mais ocorrência de dependência química entre personagens negros, em comparação aos brancos).

A pesquisa — cuja primeira fase cobriu entre 1990 e 2004, e já havia sido apresentada — mostra que 71% dos escritores e 60% dos personagens são homens. Economicamente, 80% pertencem às camadas privilegiadas.

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