Você não gostaria de estar aqui? / Don't you wish you
were here?
Mais uma leitura do clube do livro YA que participo, e
mais uma surpresa agradável. Logo na capa há um comentário de abertura
anunciando que este livro é muito perto da perfeição, e ao final da leitura
apenas posso concordar.
É uma de fantasia repleta de mensagens lindas sobre
amor, ainda mais bonito por ser um texto queer. E justamente por isso, todo o
resto se completa para mostrar um amor que vai além do que vemos do lado de
fora, da aparência.
Uma narrativa muito bem construída. O protagonista tem
excelente evolução com final perfeito, de aquecer o coração e para não deixar
de acreditar em finais felizes.
É tão bom que a leitura flui facilmente. Terminei de
ler muito rápido, o que nem sempre acontece. T. J. Klune nos presenteia com um
romance fofo, uma fantasia leve e estranhamente real, pode isso?
"você não percebe o quanto estava faminto até que
você começa a comer"
Não é uma história realmente inédita, mas um
protagonista queer de 40 anos é algo novo para mim. Um texto tratado com
sensibilidade, e com muita maestria. Deixo como últimas palavras que este livro
é maravilhoso e você não vai se arrepender de ler!
SINOPSE
Uma ilha mágica. Uma tarefa perigosa. Um segredo em chamas.
Linus Baker leva uma vida sossegada e solitária. Aos
quarenta anos, ele vive em uma casa minúscula com uma gata malandra e seus
velhos discos. No trabalho, é responsável por supervisionar orfanatos do
governo.
Porém, tudo muda quando Linus é convocado para cumprir uma tarefa notável e
altamente confidencial: visitar o Orfanato de Marsyas, onde moram seis crianças
extraordinárias: uma gnoma, uma sprite, uma serpe, uma bolha verde não
identificável, um canisomem e o Anticristo. Sua missão é determinar se essas
criaturas são ou não capazes de trazer o fim dos tempos.
O responsável pelas crianças é o enigmático Arthur Parnassus, disposto a fazer
qualquer coisa para manter seus órfãos em segurança e, à medida que Linus e
Arthur se aproximam, segredos há muito guardados vêm à tona. Então, resta a
Linus tomar uma decisão irrevogável: destruir um lar ou assistir ao mundo
sucumbir.
Contada com maestria, A casa no mar cerúleo é uma história encantadora sobre a
profunda experiência de descobrir uma família improvável em um lugar inesperado
— e de lutar por ela como se fosse sua.
CITAÇÕES
A home isn’t always the house we live in. It’s also
the people we choose to surround ourselves with.
Funny how this works out, isn’t it? That we can find
the most unexpected things when we aren’t even looking for them.
às vezes, pensou ele, numa casa num mar cerúleo, era
possível escolher a vida que queria. e, se você tivesse sorte, às vezes aquela
vida te escolhia de volta.
Às vezes ficamos presos em nossas pequenas bolhas.
Embora o mundo seja vasto e misterioso, essas bolhas nos mantêm protegidos de
tudo isso. Em nosso próprio detrimento.
Há momentos na vida em que é preciso arriscar. É
assustador porque há sempre a possibilidade de falharmos, eu sei disso. Eu sei.
His thoughts were all cerulean.
Home is where you feel like yourself,
Even the bravest of us can still be afraid sometimes,
so long we don’t let our fear become all we know.
But we deal with it the best we can. And we allow
ourselves to hope for the best. Because a life without hope isn't a life lived
at all.
O ódio fala alto, mas acho que você aprenderá que é
porque são apenas algumas pessoas gritando, desesperadas para serem ouvidas.
Você pode nunca ser capaz de mudar suas mentes, mas contanto que você se lembre
de que não está sozinho, você vai superar.
Humanity is so weird. If we’re not laughing, we’re
crying or running for our lives because monsters are trying to eat us. And they
don’t even have to be real monsters. They could be the ones we make up in our
heads. Don’t you think that’s weird??
I suppose. But I’d rather be that way than the
alternative.
Which is?
Not feeling anything at all.
Devemos arranjar sempre tempo para as coisas de que
gostamos. Se não o fizermos, podemos esquecer-nos de como ser felizes.
As coisas que mais tememos são geralmente as coisas que menos devemos temer. É
irracional, mas é o que nos torna humanos. Agora, se formos capazes de vencer
esses medos, não há nada de que não sejamos capazes.
A humanidade é tão estranha. Se não estamos a rir, estamos a chorar, ou a fugir
para salvar as nossas vidas porque há monstros a tentar comer-nos. E nem sequer
precisam de ser monstros verdadeiros. Podem ser aqueles que inventamos nas
nossas cabeças.
Porque tal como os gatos nos podem indicar coisas sobre as pessoas, também
podemos sempre avaliar uma pessoa pela forma como ela trata os animais. Se
houver crueldade, essa pessoa deve ser evitada a todo o custo. Se há bondade,
gosto de pensar que isso é a marca de uma boa alma.
As pessoas não prestam, mas às vezes é melhor que se afoguem na sua própria
porcaria sem a nossa ajuda.
A nossa casa nem sempre é o local onde vivemos, são também as pessoas pelas
quais escolhemos rodear-nos.
Porque é que a vida não pode funcionar da maneira que queremos? Qual é o
sentido de vivermos se só fazemos o que os outros querem que façamos?
Acho que vai perceber que o impossível é mais
acessível por aqui do que você foi levado a acreditar.
Eles temem o que não entendem. E esse medo se
transforma em ódio por razões que não sei se consigo compreender.
São as pequenas coisas. Pequenos tesouros que
encontramos sem conhecer sua origem.
Arthur riu. Linus ficou desconfortável com o quanto ele
gostava daquele som.
Às vezes nossos preconceitos influenciam nossos
pensamentos quando menos esperamos. Se pudermos reconhecer isso e aprender com
isso, podemos nos tornar pessoas melhores.
E eu me recuso a acreditar que o caminho de uma pessoa está gravado na pedra.
Uma pessoa é mais do que de onde vem.
As coisas que mais tememos costumam ser as que menos devemos temer. É
irracional, mas é o que nos torna humanos. E se formos capazes de vencer esses
medos, então não há nada de que não somos capazes.
Porque as pessoas não são pretas e brancas. Não importa o quanto você tente,
você não pode permanecer no mesmo caminho sem distrações. E isso não significa
que você é uma pessoa má.
Essas crianças enfrentam nada além de noções preconcebidas sobre quem são. E
eles crescem e se tornam adultos que sabem apenas o mesmo. Você mesmo disse:
Lucy não era quem você esperava que ele fosse, o que significa que você já
havia decidido na sua cabeça o que ele era. Como podemos combater o preconceito
se nada fazemos para mudá-lo? Se permitirmos que apodreça, do que adianta?
Palavras podem machucar também,
Eu sei. Mas devemos escolher nossas lutas. Só porque
outra pessoa age de determinada maneira, não significa que devemos responder da
mesma maneira. É o que nos torna diferentes. É o que nos torna bons.
Sou apenas papel. Frágil e fino. Sou erguido contra o
sol e ele brilha através de mim. Eu sou escrito e nunca poderei ser usado
novamente. Esses arranhões são uma história. Eles são uma história. Eles contam
coisas para os outros lerem, mas eles só veem as palavras, e não o que as
palavras estão escritas. Sou apenas papel e, embora haja muitos como eu, nenhum
é exatamente igual. Eu sou um pergaminho ressecado. Eu tenho falas. Eu tenho
buracos. Me molhe e eu dissolvo. Ponha fogo em mim e eu queimo. Pegue-me em
mãos endurecidas e eu desmorono. Eu rasgo. Eu sou apenas papel. Frágil e fino.
I am but paper. Brittle and thin. I am held up to the sun, and it shines right through
me. I get written on, and I can never be used again. These scratches are a
history. They're a story. They tell things for others to read, but they only
see the words, and not what the words are written upon. I am but paper, and
though there are many like me, none are exactly the same. I am parched parchment.
I have lines. I have holes. Get me wet, and I melt. Light me on fire, and I
burn. Take me in hardened hands, and I crumple. I tear. I am but paper. Brittle
and thin.
"a warm and fluffy blanket" they said, and
they were right,
As pessoas são péssimas, mas às vezes, elas deveriam simplesmente se afogar em
sua própria sucção sem a nossa ajuda.
A mudança vem quando as pessoas querem o suficiente.
Uma casa nem sempre é a casa em que vivemos. São
também as pessoas de quem escolhemos nos cercar.
Não. Não é. A vida raramente é. Mas lidamos com isso o melhor que podemos. E
nos permitimos esperar o melhor. Porque uma vida sem esperança não é uma vida
vivida.
Qual o nome dele?
E é assim que eu sei que este poderia ser o lugar para
ele, porque você não me perguntou o que ele era, apenas quem ele é.
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