Não sou muito de ler poesia, mas de vez em quando tenho a chance de encontrar um bom livro do gênero. Depois de muito quilômetros viajados, chegou em minhas mãos um exemplar de Pássaros Ainda Voam, livro de estreia da Calopsita Amil. E como minha primeira leitura de 2023, não poderia ter escolhido algo melhor!
Dividido em 3 partes (voo em queda livre; encanto do pássaro; voo do pássaro), Calopsita Amil escreve de maneira corajosa sobre a própria vida, de coração aberto, e melhor, sem a intenção de mostrar uma existência perfeita. O texto não tem muito rodeio, é simples e direto, mas muito, muito poético.
Tem alguns poemas
fortes, então li devagar. Degustei cada linha e busquei, na medida do possível,
mergulhar na profundeza dos sentimentos que a escritora buscou colocar no papel.
Como tolo apaixonado, prefiro o lado mais romântico da autora. Tentei
marcar meus poemas favoritos, mas foram tantos que enchi o livro de post-its.
Tendo a honra de conhecer a poetisa, algumas linhas eu até me arrisquei a
imaginar para quem eram dedicadas...
Outro grande destaque são as ilustrações que tornam a
experiência da leitura ainda mais única. Inúmeras
vezes meus olhos fugiam do poema para admirar as imagens, e vez ou outra eu
folheava o livro apenas buscando as ilustrações. Todas estão perfeitas.
Editora: Frutificando Livros
108 páginas
Ilustrador: Raphael Michels
O livro está disponível para venda no site da editora Frutificando Livros: https://www.editorafrutificando.com.br/passaros-ainda-voam
RESENHA
Pássaros Ainda Voam é um convite para entrar no mundo de uma mulher menina
em evolução, com borderline, depressão e ansiedade. Mas esses diagnósticos não
a impedem de amar sem medidas e de sofrer por coisas banais da sociedade
moderna. É um convite para adentrar no universo de alguém que com medo foi até
o limite de amar e ser amada, de buscar a felicidade plena em si mesma e de se
reconhecer como poliamorista e pansexual. Em um mundo onde os rótulos são
importantes, ela própria se vê como indigente e errante.
Foram sete anos de escrita e evolução para, finalmente, ter a coragem de
assumir em seus textos que a verdade não é única, que a vida é efêmera e tênue
e que diagnósticos acontecem, mas não são definitivos. Entre! Sente-se, tome um
café e leia cada página como se fosse um dia de sol na praia, com os pés
descalços e o vento no rosto. Pois, nas ondas lançamos o que há de pesado, e
elas mesmas trazem de volta a esperança.
Esperança que Calopsita Amil traz sutilmente nas entrelinhas, nos altos e
baixos de seus pensamentos e vivências, que não sabem ser menos do que amor.
Amor à vida, às escolhas e ao próximo.
AUTORA: CALOPSITA AMIL
De uma alma
sonhadora e inquieta, Calopsita Amil é o pseudônimo de Milenne Lima, de 26
anos. Nascida no Pará, viveu em vários mundos, passando por Roraima, Colômbia,
até chegar ao Maranhão, onde mora atualmente. Sempre sonhou em tornar a vida
das pessoas mais leve e feliz e foi por meio da docência que transformou essa
motivação em realidade.
É licenciada em
Letras Português-Espanhol, mas a escrita é seu refúgio, seu porto seguro, sua
âncora. Principalmente após os diagnósticos de depressão, ansiedade e
personalidade borderline. É através da escrita, pois, que revela como é viver
na sociedade pós-moderna e suas particularidades.
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