terça-feira, 10 de janeiro de 2023

RESENHA – PÁSSAROS AINDA VOAM



Não sou muito de ler poesia, mas de vez em quando tenho a chance de encontrar um bom livro do gênero. Depois de muito quilômetros viajados, chegou em minhas mãos um exemplar de Pássaros Ainda Voam, livro de estreia da Calopsita Amil. E como minha primeira leitura de 2023, não poderia ter escolhido algo melhor!



Dividido em 3 partes (voo em queda livre; encanto do pássaro; voo do pássaro), Calopsita Amil escreve de maneira corajosa sobre a própria vida, de coração aberto, e melhor, sem a intenção de mostrar uma existência perfeita. O texto não tem muito rodeio, é simples e direto, mas muito, muito poético.


 

Tem alguns poemas fortes, então li devagar. Degustei cada linha e busquei, na medida do possível, mergulhar na profundeza dos sentimentos que a escritora buscou colocar no papel. Como tolo apaixonado, prefiro o lado mais romântico da autora. Tentei marcar meus poemas favoritos, mas foram tantos que enchi o livro de post-its. Tendo a honra de conhecer a poetisa, algumas linhas eu até me arrisquei a imaginar para quem eram dedicadas...


Outro grande destaque são as ilustrações que tornam a experiência da leitura ainda mais única. Inúmeras vezes meus olhos fugiam do poema para admirar as imagens, e vez ou outra eu folheava o livro apenas buscando as ilustrações. Todas estão perfeitas.


 

Editora: Frutificando Livros

108 páginas

Ilustrador: Raphael Michels

 

O livro está disponível para venda no site da editora Frutificando Livros: https://www.editorafrutificando.com.br/passaros-ainda-voam


RESENHA


 

Pássaros Ainda Voam é um convite para entrar no mundo de uma mulher menina em evolução, com borderline, depressão e ansiedade. Mas esses diagnósticos não a impedem de amar sem medidas e de sofrer por coisas banais da sociedade moderna. É um convite para adentrar no universo de alguém que com medo foi até o limite de amar e ser amada, de buscar a felicidade plena em si mesma e de se reconhecer como poliamorista e pansexual. Em um mundo onde os rótulos são importantes, ela própria se vê como indigente e errante.


 

Foram sete anos de escrita e evolução para, finalmente, ter a coragem de assumir em seus textos que a verdade não é única, que a vida é efêmera e tênue e que diagnósticos acontecem, mas não são definitivos. Entre! Sente-se, tome um café e leia cada página como se fosse um dia de sol na praia, com os pés descalços e o vento no rosto. Pois, nas ondas lançamos o que há de pesado, e elas mesmas trazem de volta a esperança.

 

Esperança que Calopsita Amil traz sutilmente nas entrelinhas, nos altos e baixos de seus pensamentos e vivências, que não sabem ser menos do que amor. Amor à vida, às escolhas e ao próximo.

 

AUTORA: CALOPSITA AMIL

  

De uma alma sonhadora e inquieta, Calopsita Amil é o pseudônimo de Milenne Lima, de 26 anos. Nascida no Pará, viveu em vários mundos, passando por Roraima, Colômbia, até chegar ao Maranhão, onde mora atualmente. Sempre sonhou em tornar a vida das pessoas mais leve e feliz e foi por meio da docência que transformou essa motivação em realidade.

 

É licenciada em Letras Português-Espanhol, mas a escrita é seu refúgio, seu porto seguro, sua âncora. Principalmente após os diagnósticos de depressão, ansiedade e personalidade borderline. É através da escrita, pois, que revela como é viver na sociedade pós-moderna e suas particularidades.


 

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