terça-feira, 20 de julho de 2021

RESENHA| A FACA DE DOIS GUMES (FERNANDO SABINO)


Fernando Sabino escreve maravilhosamente bem. Não precisa usar uma prosa complicada para impressionar. É simples, e na simplicidade, surpreende. São histórias engraçadas, ou no mínimo interessantes e você se sente ali do ladinho do autor ouvindo-o contar o que está acontecendo.


 

A Faca de Dois Gumes é na verdade três romances: O BOM LADRÃO, MARTÍNI SECO e o romance que dá título à obra, A FACA DE DOIS GUMES. Por trás dessas histórias bem humoradas o autor escancara facilmente a natureza humana.


 

Com 3 casos diferentes e sem qualquer conexão, essa trilogia de amor, intriga e mistério, lembra muito o longa-metragem Relatos Selvagens, filme argentino indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2015.


 

Aqui, mais uma vez o mestre do romance brasileiro não decepciona. Um livro gostoso de ler, a ponto de ser difícil escolher uma história favorita. Eu arriscaria dizer que gostei mais de O Bom Ladrão. Talvez pela trama ser engenhosa e divertida. As demais são perfeitas para quem gosta de mistério, com aquele toque de investigação policial.


 

Em retrospectiva, o primeiro trabalho que li do Sabino foi Encontro Marcado. Terminei o livro impactado, e porque não dizer MARCADO? Os elogios que deixo aqui para o falecido autor são quase os mesmos de quando concluí minha primeira leitura de seu legado. Outra coisa, é que aproveitei para reler a dedicatória única no exemplar que tenho. Obrigado Carol pelo livro. Amei o presente em todos os sentidos. Ah, não sei se você chegou a ler o título das histórias, mas a primeira se chama O BOM LADRÃO...

 

SABINO, Fernando. A Faca de dois gumes. Rio de Janeiro: Record, 1985. 239 p.


SINOPSE

 

Quem é o culpado? A esquiva Isabel, que o marido insinua ser uma ladra, ou ele próprio, que acaba preso e chamado a si mesmo de "bom ladrão"?


 

Uma mulher vai à polícia denunciar o marido, que ameaça matá-la "como fez com a outra" e dizer que foi suicídio. O marido vai à polícia alegar que a primeira mulher se suicidou tomando martíni seco com veneno, e a atual pretende fazer o mesmo, para que a culpa recaia sobre ele.


 

Quem é o culpado? O álibi deste outro marido é tão perfeito que jamais conseguirá provar a sua culpa, mesmo para salvar o filho, preso como culpado. E se não pretendia matar a mulher e o amante, por que tão requintado plano para surpreendê-los em flagrante? É este o outro gume da faca? Quem é o culpado?


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