sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Resenha – Deux sœurs (DAVID FOENKINOS)



Ainda sem lancamento no Brasil, DUAS IRMÃS (tradução literal) lembra muito A DELICADEZA, primeiro romance que li do autor.


Ambas as obras são separadas por um intervalo de publicação de 10 anos (Deux sœurs, Gallimard, 2019 - La Délicatesse, Gallimard, 2009). Apesar disso algumas cenas são descritas de maneira quase idênticas. Infelizmente essa semelhança é, na minha opinião, um ponto positivo.


Foi uma história que me tocou de uma forma muito particular, então levei bastante tempo para lê-la apesar de suas 190 páginas. Digeri com lentidão suas palavras, e várias vezes tive que fechar o livro diante de uma centra um pouco pessoal demais.


Um final chocante, totalmente inesperado, mas que reflete a evolução da personagem principal. Um livro que disseca a alma humana, mostrando o que uma pessoa é capaz de fazer ao ser confrontada com a dor de um amor que chega ao fim.


 

SINOPSE

 

Du jour au lendemain, Étienne décide de quitter Mathilde, et l’univers de la jeune femme s’effondre. Comment ne pas sombrer devant ce vide aussi soudain qu’inacceptable ? Quel avenir composer avec le fantôme d’un amour disparu ? Dévastée, Mathilde est recueillie par sa sœur Agathe dans le petit appartement qu’elle occupe avec son mari Frédéric et leur fille Lili. De nouveaux liens se tissent progressivement au sein de ce huis clos familial, où chacun peine de plus en plus à trouver un équilibre. Il suffira d’un rien pour que tout bascule… David Foenkinos dresse le portrait d’une femme aux prises avec les tourments de l’abandon. Mathilde révèle peu à peu une nouvelle personnalité, glaçante, inattendue. Deux sœurs, ou la restitution précise d’une passion amoureuse et de ses dérives.

 

Durante a noite, Étienne decide deixar Mathilde, e o mundo da jovem desaba. Como não afundar diante deste vazio tão repentino quanto inaceitável? Com que futuro podemos lidar com o fantasma de um amor desaparecido? Devastada, Mathilde é acolhida pela irmã Agathe no pequeno apartamento que ocupa com o marido Frédéric e a filha Lili. Novos vínculos vão sendo gradualmente forjados neste círculo familiar fechado, onde todos lutam cada vez mais para encontrar o equilíbrio. Basta um pouco para que tudo mude… David Foenkinos pinta o retrato de uma mulher que luta contra os tormentos do abandono. Mathilde revela gradualmente uma personalidade nova, arrepiante e inesperada. Duas irmãs, onde a restituição precisa de uma paixão romântica e seus excessos.

 

Sobre o Autor

 

Auteur de nombreux romans traduits dans plus de 40 langues, David Foenkinos est notamment l’auteur de Charlotte, récompensé par le prix Renaudot 2014 et le prix Goncourt des lycéens, et du Mystère Henri Pick. Il a réalisé avec son frère Stéphane Foenkinos une adaptation cinématographique de son roman La délicatesse, avec Audrey Tautou et François Damiens.

  

Autor de numerosos romances traduzidos para mais de 40 línguas, David Foenkinos é nomeadamente o autor de Charlotte, galardoado com o Prémio Renaudot 2014 e o Prémio Goncourt  e de Mystère Henri Pick. Com seu irmão Stéphane Foenkinos, dirigiu uma adaptação cinematográfica de seu romance La Délicesse, com Audrey Tautou e François Damiens.


 

 

domingo, 10 de dezembro de 2023

RESENHA – O RETRATO DO SR. W.H (Oscar Wilde)



Ocar Wilde é popularmente conhecido pelo Retrato de Dorian Gray, porém também escreveu sobre outro retrato. Desta vez para dissecar os poemas de amor de Shakespeare dedicados ao misterioso Sr. W. H e ao mesmo tempo apontar a falsificação de obras de artes que aconteciam em sua época.

 

Como sempre, é um texto que explica ao leitor sua ideia de arte pela arte, a beleza pela beleza. Muito romântico e, na minha opinião, bem gay.


 

Li no português de Portugal, os únicos livros em português que encontro na França. Acredito que no Brasil seja publicado com ‘O crime de Lord Arthur Savilee outros contos’. Não consegui encontrar uma edição nacional apenas deste conto.


 

Como fã de O retrato de Dorian Gray e da figura do Oscar Wilde, visitei o tumulo do escritor em Paris. Um momento lindo. Este é um dos poucos autores que sigo gostando mesmo com o passar dos anos. Sem dúvidas lerei outros de seus livros muito em breve.


 

Páginas: 96

Idioma: português de Portugal 

Editora: Quasi Edições

 

SINOPSE


 

Nesta brilhante narrativa - que tem tanto de obra de ficção como de ensaio - Wilde expressa todo o fascínio que sente pela personalidade de Shakespeare. Debruçando-se sobre o enigma da identidade do Sr. W.H., a quem os Sonetos de Shakespeare foram dedicados na primeira edição, o autor irlandês constrói a intrigante teoria de que essa misteriosa personagem seria um jovem e belo actor. Movendo-se entre a crítica literária e a especulação, este conto traz-nos um Oscar Wilde na sua plenitude criativa.

 

O AUTOR


 

16/10/1854| Local: Irlanda - Dublin

30/11/1900 | Local: Paris - França

 

Nasceu em 16 de outubro de 1854 em Dublin, Irlanda. Filho de William Robert Wilde, cirurgião-oculista que servia à rainha. Sua mãe, Jane Speranza Francesca Wilde, escrevia versos irlandeses patrióticos com o pseudônimo de Speranza.


Foi educado no Trinity College, Dublin e mais tarde em Oxford. Lá ele recebe a influência de Walter Pater e da doutrina da "arte pela arte". Em 1879, vai para Londres, para estabelecer-se como líder do "movimento estético". Em 1881 é publicada uma coletânea de seus poemas. Em 1882, sem dinheiro, aceita participar de um ano de viagens entre USA e Canadá. Essa viagem lhe rendeu fama e fortuna.


Em 1884, casa-se com a bela Constance Lloyd. Com a publicação de "Retrato de Dorian Gray", sua carreira literária deslancha.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Resenha – La Place (O Lugar - Annie Ernaux)


Curto e triste = O mundo é um moinho.


O Lugar é um retrato simples sobre a vida do pai da escritora Annie Ernaux. Tem o formato de memórias e principalmente em um tom bem dramático. Apesar disso, é um texto fluido que me prendeu desde as primeiras linhas.

 

"Talvez seu maior orgulho, ou até mesmo aquilo que justificava a sua existência: que eu fizesse parte de um mundo que o desprezou."

 

Neste livro curto a autora que também é personagem disseca sua relação com o falecido pai, que com trabalho árduo conseguiu fazer com ela tivesse suficiente educação formal para alcançar um lugar que ele nunca conseguiu. Uma narrativa sobre pertencimento, sobre seu lugar na sociedade.

 

"Escrevo bem devagar. Enquanto me esforço para reconstruir a trama de significados de uma vida, levando em conta acontecimentos e escolhas, tenho a sensação de que vou perdendo, na essência, a figura do meu pai."

 

Cru, sem muito tempero, esse livro reafirma a potência de Annie Ernaux como escritora. Prêmio Nobel de Literatura de 2022 muito merecido. Me fez pensar no livro que a Simone Beauvoir escreveu sobre a mãe em circunstâncias semelhantes. Ou Carta ao Pai de Franz Kafka. Enfim, me identifiquei muito. Terminei de ler com os olhos marejados.

 

"Ou seja, terei que escrever sobre meu pai, sobre a vida dele e sobre essa distância entre nós dois, que teve início em minha adolescência. Uma distância de classe, mas bastante singular, que não pode ser nomeada. Como um amor que se quebrou."

 

Ano: 1983 / Páginas: 114 - Idioma: francês - Editora: Galimard

 

Annie Ernaux é uma escritora e professora francesa. Sua obra literária é frequentemente referida como "autossociobiografia", por se calcar em eventos de sua própria vida (por vezes bastante íntimos) para construir relatos que dissecam a atmosfera social de diversos momentos do século XX. Foi a laureada do Prêmio Nobel de Literatura de 2022 "pela coragem e acuidade clínica com que ela descortina as raízes, os estranhamentos e os constrangimentos coletivos da memória pessoal"

 

Nascimento: 01/09/1940 | Local: França - Normandie – Lillebonne

Gêneros: Biografia, Autobiografia, Memórias / Literatura Estrangeira / Sociologia

 

SINOPSE EM PORTUGUÊS


 

Livro que lançou a autora à fama, O lugar, inédito no Brasil, estabelece as bases para o projeto literário que Ernaux levaria adiante por três décadas de consagração crítica e sucesso de público. Nesta autosociobiografia, uma das mais importantes escritoras vivas da França se debruça sobre a vida do próprio pai para esmiuçar relações familiares e de classe, numa mistura entre história pessoal e sociologia que décadas mais tarde serviria de inspiração declarada a expoentes da autoficção mundial e grandes nomes da literatura francesa como Édouard Louis e Didier Eribon. O resultado é um clássico moderno profundamente humano e original.

 

SINOPSE EM FRANCÊS


 

Après la mort de son père, Annie Ernaux retrace la vie de cet ancien ouvrier devenu cafetier, qui avait conquis sa « place » dans la société. A travers ce récit biographique, l'auteure-narratrice évoque ses origines modestes et ses propres souvenirs. Elle tente aussi, par l'écriture, de combler la douloureuse distance qui s'était creusée entre son père et elle : un hommage plein de justesse et de pudeur...


CITAÇÕES FAVORITAS


 

"Enfant, quand je m'efforçais de m'exprimer dans un langage châtié, j'avais l'impression de me jeter dans le vide. Une de mes frayeurs imaginaires, avoir un père instituteur qui m'aurait obligée à bien parler sans arrêt en détachant les mots. On parlait avec toute la bouche. Puisque la maîtresse me "reprenait", plus tard j'ai voulu reprendre mon père, lui annoncer que "se parterrer" ou "quart moins d'onze heures" n'existaient pas. Il est entré dans une violente colère. Une autre fois : "Comment voulez-vous que je ne me fasse pas reprendre, si vous parlez mal tout le temps ! " Je pleurais. Il était malheureux. Tout ce qui touche au langage est dans mon souvenir motif de rancœur et de chicanes douloureuses, bien plus que l'argent"

 

"Tudo o que diz respeito à linguagem é, na lembrança que tenho dele, motivo de rancor e de brigas doloridas, muito mais do que o dinheiro."

 

"só há pouco percebi que escrever o romance é impossível. para contar a história de uma vida regida pela necessidade, não posso assumir, de saída, um ponto de vista artístico, nem tentar fazer alguma coisa "cativante" ou "comovente". vou recolher as falas, os gestos, os gostos do meu pai, os fatos mais marcantes de sua vida, todos os indícios objetivos de uma existência que também compartilhei. nada de memória poética, nem de ironia grandiloquente. percebo que começa a vir com naturalidade uma escrita neutra, a mesma escrita que eu usava em outros tempos nas cartas que enviava aos meus pais contando as novidades."

 

“Nada de memória poética, nem de ironia grandiloquente. Percebo que começa a vir com naturalidade uma escrita neutra, a mesma escrita que eu usava em outros tempos nas cartas que enviava aos meus pais contando as novidades."

 

"Um dia, cheio de orgulho no olhar, ele me disse: 'Eu nunca te fiz passar vergonha'."

 

"Acabei me reencontrando com a herança que tive de deixar do lado de fora do mundo burguês e instruído quando entrei nele."

 

"Ele tinha feito um empréstimo para poder comprar o terreno e a casa. Ninguém na família antes dele tinha sido dono de nada. Por trás da aparente felicidade, a tensão por ter alcançado o conforto na marra."

 

“Talvez eu escreva porquê não tínhamos mais nada para escrever um ao outro.”

 

" Tínhamos tudo o que era preciso ter, em outras palavras, comíamos até ficar satisfeitos."

 

" Deslizei para dentro dessa metade do mundo, para a qual a outra metade não passava de decoração."

 

"A religião, bem como a higiene pessoal, dava-lhes a dignidade. Arrumavam-se aos domingos, cantavam o Credo ao lado dos grandes fazendeiros, colocavam moedas no prato de doações. Meu pai era coroinha e adorava acompanhar o padre quando ia fazer a extrema-unção. Quando eles passavam, todos os homens tiravam os chapéus."

 

" As crianças costumavam ter vermes. Para o tratamento, costuravam no lado de dentro da camisa, perto do umbigo, uma bolsinha cheia de alho. No inverno, algodão nos ouvidos. Quando leio Proust ou Mauriac, não consigo acreditar que eles se referem à mesma época em que meu pai era criança. O ambiente em que meu pai vivia era medieval".

 

“Arrisco uma explicação: escrever é o último recurso quando se traiu.”

 

 "Os livros e a música são bons para você. Eu não preciso de nada disso para viver".

 

"Nossas brigas na mesa começavam sem motivo. Eu sempre achava que tinha razão porque ele não sabia discutir."

 

"Uma ideia fixa: 'O que vão pensar da gente?' (os vizinhos, os clientes, todo mundo)."

 

“A religião, bem como a higiene pessoal, dava-lhes a dignidade.”

 

“Por outro lado, se me entrego às imagens da memória, vejo meu pai tal como ele era, o sorriso, o modo como caminhava, nós dois no parque de mãos dadas e o carrossel que me enchia de medo.”

 

 “Meu pai tinha consciência de exercer uma função social necessária, de oferecer um lugar de festa e liberdade a todos os que, segundo ele, “nem sempre tinham sido assim”, mesmo que não pudesse explicar claramente por que eles haviam ficado daquele jeito.”

 

“ele não sabia o que era belo, o que deveria ser apreciado.”

 

“Em suma, comportava-se com inteligência, que consistia em perceber nossa inferioridade e combatê-la, encontrando meios de escondê-la o melhor que podia.”

 

“Ele se recusava a usar um vocabulário que não fosse seu.”

 

"Minha mãe me escrevia, ‘vocês poderiam vir aqui em casa para descansar um pouco’, sem ter coragem de me dizer que fôssemos até lá apenas para vê-los. Acabava indo sozinha, calando os verdadeiros motivos para a indiferença que o genro demonstrava, motivos que ele e eu não discutíamos, e que eu aceitava resignada. De que maneira um homem nascido em uma família burguesa, com formação universitária, e que manejava bem o uso da ironia, poderia se divertir na companhia de pessoas simples? A gentileza de meu pai, que meu marido reconhecia, jamais poderia compensar, de seu ponto de vista, uma falta essencial: uma conversa inteligente. Na família dele, por exemplo, quando alguém quebrava um copo, o outro dizia em seguida ‘não toquem no copo, que ele se quebrou!’ (um verso de Sully Prud’homme)."

 

" Durante todo o tempo em que escrevi, também corrigi provas, preparei modelos de dissertações escolares, porque me pagam para fazer isso. Este jogo de ideias sempre produziu em mim a mesma sensação que o luxo, um sentimento de irrealidade, uma vontade de chorar.

No mês de outubro do ano passado, reconheci, no caixa do supermercado, bem na fila onde eu aguardava com meu carrinho, uma antiga aluna. Quero dizer, lembrei que ela tinha sido minha aluna uns cinco ou seis anos antes.

Não sabia seu nome, nem de qual turma ela era. Quando chegou minha vez, para puxar assunto, perguntei: ‘Como estão as coisas? Você gosta daqui?’.

Ela respondeu, sim sim. E, em seguida, depois de ter passado as latas de conserva e as bebidas, disse em um tom chateado: ‘A escola técnica não deu certo’. Ela devia achar que eu ainda me lembrava das escolhas dela. Mas eu havia esquecido por completo por que ela fora enviada para uma escola técnica, e para qual carreira. Então eu disse: ‘até a próxima’. Ela já estava pegando com a mão esquerda as compras do cliente seguinte enquanto ia digitando, sem olhar, com a mão direita."

 

"Depois, ao longo do verão, enquanto esperava meu primeiro cargo de professora, pensei: “um dia terei que explicar todas essas coisas”. Ou seja, terei que escrever sobre meu pai, sobre a vida dele e sobre essa distância entre nós dois, que teve início em minha adolescência. Uma distância de classe, mas bastante singular, que não pode ser nomeada. Como um amor que se quebrou."

 

"era preciso continuar vivendo, apesar de tudo."

 

"Quando [o pai] voltou para casa, não quis mais trabalhar com a cultura. Era assim que ele chamava o trabalho na terra. O outro sentido de cultura, o sentido espiritual, ele considerava inútil".

 

"(...) a esperança de que um dia eu seria melhor do que ele. Em qual momento esse sonho substituiu o próprio sonho dele (...)"

 

“Agora estou usando várias vezes o ‘nós’, pois durante muito tempo eu também pensei como ele e não sei dizer quando foi que me transformei.”


“Conversávamos sobre os mesmos assuntos de antigamente, de quando eu era pequena, nada além disso. Eu achava que ele não podia fazer mais nada por mim.”

 

“Tinha me criado para que eu desfrutasse de um luxo que ele próprio ignorava.”

 

“Encontrei em pessoas anônimas vistas não sei onde, que trazem, mesmo sem saber, traços de força ou de humilhação, a realidade esquecida de sua condição.”

 

“Me submeti às vontades do mundo em que vivo, que se esforça para que todos se esqueçam das lembranças de uma vida com hábitos mais simples, como se fossem uma coisa de mau gosto.”

 

“Ao escrever, caminha-se no limite entre reconstruir um modo de vida em geral tratado como inferior e denunciar a condição alienante que o acompanha. Afinal, essa maneira de viver constituía, para nós, a própria felicidade, mas era também a barreira humilhante de nossa condição (consciência de que ‘em casa as coisas não estão lá tão bem assim’). Eu gostaria de falar ao mesmo tempo dessa felicidade e de sua condição alienante. Sensação de que fico oscilando de um lado para o outro dessa contradição.”

 

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

RESENHA - Outlander: Diga às Abelhas Que Não Estou Mais Aqui (Go Tell the Bees that I am Gone)



Me preparando para o final!

 

1050 páginas depois e o livro 9 chega ao fim. Diana Gabaldon não cansa, e enquanto ela escrever eu vou ler.

 

“Você sabe disso. Mesmo assim, por algum motivo, nunca acha que vai ser hoje."

 

Acho que gosto de Outlander principalmente por ser uma ficção histórica. A autora faz um excelente trabalho de pesquisa e isso fica claro nas cenas muito bem descritas. Ainda tem o romance que eu adoro.

 


E se o seu futuro fosse o passado?

 

Esse livro 9 parece ser simplesmente uma preparação para o encerramento da saga. Traz ainda muitos arcos diferentes, histórias secundárias, terciárias e uma infinidade de conexões que me deixaram realmente confuso. Infelizmente um ponto negativo é justamente por isso. Muitos acontecimentos parecem se repetir várias vezes na saga.

 

"Tudo que fere você parte meu coração"

 

Apesar de ser um verdadeiro calhamaço eu li relativamente rápido. Foi sem dúvidas um livro que gostei, muito familiar, romântico, digno de pequenas intrigas, e ótimo para nos fazer esquecer a vida real, aquecer o coração, e relaxar a mente.

 


"- Você não deixa de amar uma pessoa só porque ela morreu."

 

Com é típico da Diana Gabaldon o final deixou vários ganchos para os próximos livros, muitos mistérios ainda sem resolução. Como os livros levam anos para serem escritos, o próximo só vem lá para 2025 ou 2026. Por enquanto vou tentar ler as várias outras histórias publicadas, os contos e os prequels desse universo literário fascinante.


Ano: 2022 / Páginas: 1056

Idioma: português

Editora: Arqueiro

 

Escri­tora ame­ri­cana de ascen­dên­cia mexicano-​americana e inglesa. Gabal­don é autora da famosa série Outlan­der. Os seus livros são difí­ceis de cata­lo­gar den­tro de um género espe­cí­fico, pois con­têm ele­men­tos de fic­ção român­tica, fic­ção his­tó­rica e fic­ção cien­tí­fica (sob a forma de via­gens no tempo). Os seus livros já foram publi­ca­dos em 23 paí­ses e tra­du­zi­dos para 19 lín­guas.

 


SINOPSE EM PORTUGUÊS

Jamie e Claire levaram vinte anos para se reencontrar. Agora, em 1779, o casal está finalmente reunido com a família, reconstruindo seu lar na Cordilheira dos Frasers, uma comunidade que pode protegê-los contra os gelados ventos da guerra... ou pelo menos era isso que eles esperavam.

As tensões nas colônias não param de crescer. Jamie sabe que a lealdade dos moradores da Cordilheira está dividida e que não vai demorar muito para que o conflito chegue à sua porta.

Recém-chegados do século XX, Brianna e Roger estão preocupados, achando que os perigos do futuro podem alcançá-los de alguma forma. Às vezes eles se questionam se voltar a viver em uma época tão instável foi a melhor escolha.

Não tão longe deles, William Ransom e lorde John Grey precisam aceitar sua nova vida após a revelação da verdade sobre sua família. Já mais ao norte, o jovem Ian Murray trava uma batalha entre o passado e o futuro e as duas mulheres que amou.

Com a Guerra Revolucionária se aproximando, Jamie afia sua espada e Claire aguça a lâmina do bisturi: é hora de proteger a Cordilheira.

 


SINOPSE EM INGLÊS

Jamie Fraser and Claire Randall were torn apart by the Jacobite Rising in 1743, and it took them twenty years to find each other again. Now the American Revolution threatens to do the same.

It is 1779 and Claire and Jamie are at last reunited with their daughter, Brianna, her husband, Roger, and their children on Fraser’s Ridge. Having the family together is a dream the Frasers had thought impossible.

Yet even in the North Carolina backcountry, the effects of war are being felt. Tensions in the Colonies are great and local feelings run hot enough to boil Hell’s tea-kettle. Jamie knows loyalties among his tenants are split and it won’t be long until the war is on his doorstep.

Brianna and Roger have their own worry: that the dangers that provoked their escape from the twentieth century might catch up to them. Sometimes they question whether risking the perils of the 1700s—among them disease, starvation, and an impending war—was indeed the safer choice for their family.

Not so far away, young William Ransom is still coming to terms with the discovery of his true father’s identity—and thus his own—and Lord John Grey has reconciliations to make, and dangers to meet . . . on his son’s behalf, and his own.

Meanwhile, the Revolutionary War creeps ever closer to Fraser’s Ridge. And with the family finally together, Jamie and Claire have more at stake than ever before.


CITAÇÕES FAVORITAS

 

"Você sabe que algo está para acontecer. Algo específico, difícil e ruim vai acontecer. Você visualiza esse algo e o afasta. Mas ele avança, de modo lento e inexorável, de volta para sua mente.

Você se prepara - ou acha que se prepara -, mas sente a verdade em seus ossos: não há como se esquivar, absorver ou diminuir o impacto. Quando acontecer, você estará impotente diante da situação.”

 

“Mas cada um de nós é chamado para viver sua vida nos pequenos instantes: para praticar a gentileza, arriscar os sentimentos, apostar em outra pessoa, prover às necessidades daqueles que nos são caros. Porque Deus está em tudo e vive em todos. Esses pequenos instantes são d’Ele. E Ele transformará essas pequenas coisas em glória e permitirá que a Sua grandiosidade brilhe em vocês.”

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Resenha - The very secret society of irregular witches




Um romance para aquecer o coração!

 

The Very Secret Society of Irregular Witches é a leitura que eu não sabia que precisava. É uma fantasia leve sobre magia, mas não somente isso. É um livro sobre pessoas solitárias, segredos, e o poder da família, neste caso, a família que nós mesmos escolhemos.

 

A Sociedade Supersecreta de Bruxas Rebeldes (no Brasil) é realmente uma leitura gostosa. Cada página mais interessante que a anterior. O final é perfeitinho, não simplesmente pelo plot twist, mas principalmente pela jornada da Mika, a bruxinha protagonista deste romance.


Sangu Mandanna escreve de forma leve, com personagens tão diversos que chega a ser impossível não se apaixonar por esta história. Gostei também pela abordagem mais adulta, a fluidez com que a narrativa avança e a dose de bom humor na medida certa.

 

Ano: 2022

Páginas:336

 

SINOPSE EM PORTUGUÊS

 

A sociedade supersecreta de bruxas rebeldes é uma fantasia romântica para quem não resiste a uma leitura aconchegante com um toque de magia. Na história, Mika, uma bruxa solitária, enfim tem a oportunidade de fazer parte de uma família e encontrar um novo amor.

Uma das poucas bruxas na Grã-Bretanha, Mika Moon precisa seguir três regras: esconder sua magia, viver de maneira discreta e se manter distante de outras bruxas para que seus poderes não se misturem e causem algum acidente mágico. Como uma órfã que perdeu os pais muito cedo e foi criada por uma figura austera e rigorosa, Mika está acostumada a viver sozinha. E a seguir regras. Todas elas. Com uma exceção: os vídeos que publica on-line “fingindo” ser bruxa. Afinal, ninguém levaria a sério, né?

Mas, então, Mika recebe uma mensagem inusitada implorando que ela viaje até onde Merlim perdeu as barbas para ensinar três jovens bruxas a dominar a própria magia. Contrariando as regras e o bom senso, Mika decide ir e logo se vê envolvida não só com as crianças, mas com os peculiares moradores da Casa de Lugar Nenhum: um anfitrião irreverente e seu marido adorável, uma governanta encantadora e um bibliotecário gato. Quer dizer, chato.

Assim como todos ali, o tal bibliotecário faria qualquer coisa para proteger as meninas, mas, para o Sr. Ranzinza, uma desconhecida como Mika é uma ameaça. E não uma ameaça qualquer, mas uma das mais perigosas: uma ameaça irresistível.

Conforme Mika conquista seu lugar na Casa de Lugar Nenhum, a ideia de ter uma família, um lar, de repente parece possível. No entanto, a magia não é o único perigo no mundo, e quando uma ameaça bate à porta, a jovem precisará decidir se vale a pena arriscar tudo para proteger uma família que nem sabia que procurava.

SINOPSE EM INGLÊS

 

As one of the few witches in Britain, Mika Moon knows she has to hide her magic, keep her head down, and stay away from other witches so their powers don't mingle and draw attention. And as an orphan who lost her parents at a young age and was raised by strangers, she's used to being alone and she follows the rules...with one exception: an online account, where she posts videos "pretending" to be a witch. She thinks no one will take it seriously.

But someone does. An unexpected message arrives, begging her to travel to the remote and mysterious Nowhere House to teach three young witches how to control their magic. It breaks all of the rules, but Mika goes anyway, and is immediately tangled up in the lives and secrets of not only her three charges, but also an absent archaeologist, a retired actor, two long-suffering caretakers, and... Jamie. The handsome and prickly librarian of Nowhere House would do anything to protect the children, and as far as he's concerned, a stranger like Mika is a threat. An irritatingly appealing threat.

As Mika begins to find her place at Nowhere House, the thought of belonging somewhere begins to feel like a real possibility. But magic isn't the only danger in the world, and when a threat comes knocking at their door, Mika will need to decide whether to risk everything to protect a found family she didn't know she was looking for...


CITAÇÕES FAVORITAS

 

People are usually like the sea, a constant, unerasable part of something bigger, but I’m more like a single wave that washes over the shore, ebbs away, and doesn’t leave a trace behind.”

 

“we’re all made up of stardust”

 

“It’s a leap of faith to love people and let yourself be loved. It’s closing your eyes, stepping off a ledge into nothing, and trusting that you’ll fly rather than fall. I can’t step off the ledge for you, Mika. It’s something only you can do. And I know you will. It might not be right now, but I know you. Sooner or later, you’ll fly.”

 

“Alone is how ?”
“is how we survive, yes, you’ve said. I can’t say whether that’s true or not, but one thing I do know is that alone is not how we live.”

 

"It’s a leap of faith to love people and let yourself be loved. It’s closing your eyes, stepping off a ledge into nothing, and trusting that you’ll fly rather than fall.”

 

"Fingir que era uma bruxa na internet? Moleza. Dizer para alguém que era uma bruxa na vida real? Inimaginável."

 

"Quem disse alguma coisa sobre transformar o mundo? Que tal só torná-lo um pouco melhor?"

 

"Isso faz com que fique mais ou menos mágico que eu diga que, cientificamente falando, somos todos feitos de pó de estrelas?"

 

"Se você precisa escolher entre ser gentil e ser verdadeiro, costuma ser melhor escolher a gentileza."