domingo, 27 de novembro de 2022

RESENHA - LE BLEU EST UNE COLEUR CHAUDE (AZUL É A COR MAIS QUENTE)

 



"E pouco a pouco eu entendi que os caminhos para amar são múltiplos. Não se escolhe quem a gente vai amar, e a nossa concepção de felicidade acaba aparecendo por si mesma, de acordo com nossa expectativa de vida..."

 


Uma leitura diferente do que estou acostumado. As páginas recheadas de desenhos fizeram a leitura correr rápido. Apesar de ser uma história em quadrinhos não é nada feliz. Se situa em um largo intervalo de tempo, nos mostrando apenas recortes da vida das protagonistas, na maioria das vezes bem tristes.

  

Os gráficos são lindos, e ousados. O texto é simples, e mesmo no francês é fácil de ler, típico de uma conversa informal. Julie Maroh soube captar as nuances do relacionamento entre Emma e Clementine, tornando cada momento sobrecarregado de sensibilidade e amor, mesmo que as vezes um tanto exagerado.


 

“Mas meu amor, você já me salvou. Você me salvou de um mundo erguido sobre preconceitos e morais absurdas, para me ajudar a me realizar inteiramente (...); o amor que despertamos continua a cumprir o seu caminho".


  


“Azul é a cor mais quente” se tornou cult com o lançamento do filme, que agora posso ver que é bem diferente da obra de origem. Ouso dizer até que um pouco mais feliz. É aquele romance sáfico obrigatório de conhecer. Para quem gosta de drama esse livro é ideal.


  

Ano: 2010 / Páginas: 160

Idioma: francês 

Editora: Glénat

 

SINOPSE

 

"O amor é abstrato demais, e indiscutível. Ele depende de nós, de como nós o percebemos e vivemos"


 

O livro conta a história de Clementine, uma jovem de 15 anos que descobre o amor ao conhecer Emma, uma garota de cabelos azuis. Através de textos do diário de Clementine, o leitor acompanha o primeiro encontro das duas e caminha entre as descobertas, tristezas e maravilhas que essa relação pode trazer.


 


A novela gráfica foi lançada na França em 2010, já tem diversas versões, incluindo para o inglês, espanhol, alemão, italiano e holandês, e ganhou, em 2011, o Prêmio de Público do Festival Internacional de Angoulême. Além disso, foi filmada em 2012 pelo franco-tunisiano Abdelatiff Kechiche e levou a Palma de Ouro, prêmio mais importante do Festival de Cannes.


 


Em tempos de luta por direitos e de novas questões políticas, Azul é a cor mais quente surge para mostrar o lado poético e universal do amor, sem apontar regras ou gêneros.

 

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