"E pouco a pouco eu entendi que os caminhos para amar são múltiplos. Não se escolhe quem a gente vai amar, e a nossa concepção de felicidade acaba aparecendo por si mesma, de acordo com nossa expectativa de vida..."
Uma leitura diferente do que estou acostumado.
As páginas recheadas de desenhos fizeram a leitura correr rápido. Apesar de ser
uma história em quadrinhos não é nada feliz. Se situa em um largo intervalo de
tempo, nos mostrando apenas recortes da vida das protagonistas, na maioria das
vezes bem tristes.
Os gráficos são lindos, e ousados. O texto é simples,
e mesmo no francês é fácil de ler, típico de uma conversa informal. Julie Maroh
soube captar as nuances do relacionamento entre Emma e Clementine, tornando cada
momento sobrecarregado de sensibilidade e amor, mesmo que as vezes um tanto
exagerado.
“Mas meu amor, você já me salvou. Você me
salvou de um mundo erguido sobre preconceitos e morais absurdas, para me ajudar
a me realizar inteiramente (...); o amor que despertamos continua a cumprir o
seu caminho".
“Azul é a cor mais quente” se tornou cult com o
lançamento do filme, que agora posso ver que é bem diferente da obra de origem.
Ouso dizer até que um pouco mais feliz. É aquele romance sáfico obrigatório de
conhecer. Para quem gosta de drama esse livro é ideal.
Ano: 2010 / Páginas: 160
Idioma: francês
Editora: Glénat
SINOPSE
"O amor é abstrato demais, e indiscutível.
Ele depende de nós, de como nós o percebemos e vivemos"
O livro conta a história de Clementine, uma
jovem de 15 anos que descobre o amor ao conhecer Emma, uma garota de cabelos
azuis. Através de textos do diário de Clementine, o leitor acompanha o primeiro
encontro das duas e caminha entre as descobertas, tristezas e maravilhas que
essa relação pode trazer.
A novela gráfica foi lançada na França em 2010,
já tem diversas versões, incluindo para o inglês, espanhol, alemão, italiano e
holandês, e ganhou, em 2011, o Prêmio de Público do Festival Internacional de
Angoulême. Além disso, foi filmada em 2012 pelo franco-tunisiano Abdelatiff
Kechiche e levou a Palma de Ouro, prêmio mais importante do Festival de Cannes.