quarta-feira, 7 de abril de 2021

Resenha| Scythe (CEIFADOR)

 

Scythe é o primeiro volume da trilogia que conta ainda com os títulos A Nuvem e O Timbre (Scythe, Thunderhead e The Toll, no original). Uma leitura como a muito tempo eu não experienciava. Disse a mim mesmo que leria aos poucos, mas foi impossível me controlar. Uma narrativa de tirar o fôlego!!!


 

Depois de ler algumas distopias formato volume único essa é a primeira vez que voltei a ler uma trilogia. E com direito a tudo que eu mais gosto: futuro distópico, ficção científica e uma protagonista feminina durona.


 

Em um futuro muito depois do ano de 2042 a humanidade venceu todas as barreiras e alcançou a perfeição. Nem mesmo a morte é mais um problema. Todos são imortais e para evitar que a população cresça além da capacidade do Planeta existem os Ceifadores, os únicos que podem pôr fim a uma vida.

Citra e Rowan são adolescentes escolhidos como aprendizes de Ceifador - papel que nenhum dos dois quer desempenhar. Para receberem o anel e o manto da Ceifa, os adolescentes precisam dominar a arte da coleta, ou seja, precisam aprender a matar.


Mas o que seria um simples treinamento de um ano, acaba se tornando um duelo. Apenas um poderá continuar vivo e ganhará o direito de coletar a vida do outro. Essa é uma excelente ideia e funciona muito bem a maior parte do livro. Longe de ter um vilão central, que inclusive desaparece muito rápido, a trama se apresenta em uma sucessão de reviravoltas ao ponto de parecer que não ficou muita coisa para contar na continuação.


Apesar de ser narrado na terceira pessoa, a história é contada de maneira intercalada pelo ponto de vista da Citra e do Rowan e mais algumas passagens dos diários dos Ceifadores. Emocionado do jeito que sou, senti a falta de mais romance! O melhor de tudo é que essa foi a primeira distopia que li na vida e que usou o restante do mundo como palco principal, e não apenas os EUA.


Créditos ao autor pelas marcantes reflexões sobre as questões morais que envolvem viver para sempre. Muito interessante imaginar as consequências da imortalidade e em qual momento da eternidade a vida humana estaria estagnada.


Neal Shusterman escreve muito bem, de maneira fluida e objetiva. Algumas coisas ficaram bem deslocadas da realidade mesmo para uma distopia, mas é natural de qualquer obra de ficção científica. Sem sombra de dúvidas é um livro icônico que já garantiu lugar entre minhas distopias favoritas.


 

Ano: 2016 / Páginas: 449

 

CITAÇÕES FAVORITAS

 

"My purpose here is to make you aware. What you choose to do with that awareness is entirely up to you."

"Meu propósito aqui é torná-lo consciente. O que você escolhe fazer com essa consciência depende inteiramente de você."

 

“That which comes can’t be avoided.”

“O que vem não pode ser evitado.”

 

“Righ tmindedness is overrated,” Goddard said. “I’d rather have a mind that’s clear than one that’s ‘right.’”

“A mente correta é superestimada”, disse Goddard. “Prefiro ter uma mente clara do que uma certa .”

 

Mortals fantasized that love was eternal and its loss unimaginable.

Os mortais fantasiaram que o amor era eterno e sua perda inimaginável.

 

“But remember that good intentions pave many roads. Not all of them lead to hell.”

“Mas lembre-se de que boas intenções pavimentam muitos caminhos. Nem todos eles levam ao inferno.”

 

Hope in the shadow of fear is the world’s most powerful motivator.

A esperança na sombra do medo é o motivador mais poderoso do mundo.

 

Esqueçam tudo o que vocês pensam saber sobre ceifadores. Abandonem suas ideias preconcebidas. Sua educação começa agora,

 

“A humanidade é inocente; a humanidade é culpada; ambas as afirmações são inegavelmente verdadeiras.”


“Apesar dos ideais grandiosos e das muitas defesas para proteger a Ceifa da corrupção e perversão, devemos estar sempre atentos, pois o poder vem infectado coma única doença que n os resta: a natureza humana.”


"...embora a morte tenha sido derrotada tão completamente quanto a poliomielite, as pessoas ainda precisam morrer. Antes, o fim da vida humana ficava nas mãos da natureza. Mas nós a roubamos. Agora temos o monopólio da morte. Somos seu único fornecedor."

"Desde que têm idade suficiente para entender, todas as crianças aprendem que os ceifadores prestam um serviço crucial à sociedade."



"...os ceifadores não eram muito diferentes dos cobradores de impostos no esquema geral das coisas. Eles apareciam, cumpriam sua função desagradável e iam embora."


 

"O fato de que nem todos os ceifadores eram bons nunca havia passado pela cabeça de Rowan ou Citra."

 

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