Em
um roteiro escrito em 2013 para o recém-lançado filme "Pixels",
alienígenas intergalácticos fazem um rombo em um dos principais cartões-postais
da China: a Grande Muralha.
Essa
cena desapareceu da versão final da comédia de ficção científica estrelada por
Adam Sandler e lançada pela Sony Pictures Entertainment. No filme, os
extraterrestres também atacam localidades importantes em outros países,
detonando o Taj Mahal na Índia, o Monumento a Washington e partes de Manhattan,
nos EUA.
Executivos
da Sony pouparam a Grande Muralha por terem ficado receosos de não obter
aprovação para o filme na China, como revelou uma análise de e-mails internos
da empresa. Essa foi uma de diversas alterações com o objetivo de retirar do
filme qualquer conteúdo que, segundo os temores dos gerentes da Sony, as
autoridades chinesas possam interpretar como uma visão negativa de seu país.
Além
da cena da Grande Muralha, foi vetada outra, na qual a China é mencionada como
possível culpada de um ataque, assim como uma referência a um "irmão de
uma conspiração comunista" que invade um servidor de e-mail --tudo para
aumentar as chances de que "Pixels" chegue à segunda maior bilheteria
do mundo.
"Embora
fazer um buraco na Grande Muralha possa não ser um problema, já que é parte de
um fenômeno mundial, na verdade é desnecessário, porque não vai beneficiar o
lançamento chinês em nada. Recomendo, então, que não o façam", escreveu Li
Chow, principal representante da Sony Pictures na China, em um e-mail de
dezembro de 2013 para executivos da companhia.
A
mensagem de Li é uma de dezenas de milhares de e-mails confidenciais e
documentos da Sony que foram hackeados e publicados no final do ano passado.