A seguir uma
listinha com livros perfeitos para quem quer aprender um pouco mais da história
do Brasil. A maior parte dos títulos se concentram no período
Imperial, momento da história do país em que eu tenho maior interesse e por
isso me aprofundei mais nas leituras. Dois autores estão entre os meus
favoritos, Laurentino Gomes e Mary del Priore.
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Laurentino Gomes
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Laurentino Gomes
é conhecido pela autoria do best-seller 1808, sendo que, posteriormente,
escreveu ainda 1822 e 1889. Recebeu inúmeros prêmios como escritor e viajou
pelo país divulgando seus livros. Em 2015 esteve em Boa Vista em uma sessão de autógrafos,
onde consegui que ele autografasse meu exemplar de 1889.
Mary Del Priore
consegue escrever sobre qualquer assunto histórico de forma a deixar a
narrativa bem mais interessante. Em Castelo de Papel, temos a história de
Isabel de Bragança, princesa imperial do Brasil, e seu marido Gastão de
Orléans, conde d'Eu. Meu preferido mesmo é O Príncipe Maldito, um romance sobre
a vida íntima da realeza no Segundo Reinado. Outra dica é Breve História do
Brasil, um resumão sobre os mais de 500 anos de história do país.
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Mary Del Priore |
Dentre todas as
possibilidades de livros sobre história do Brasil, selecionei estes considerando
a escrita mais próxima a de um romance, e não apenas um texto acadêmico. Era no
Tempo do Rei, é a prova disso. Escrito por Ruy Castro, o texto é um romance da
chegada da Corte ao país. Recomendo também uma coleção de doze contos, Marquesa
de Santos, sobre a vida da célebre amante de Dom Pedro I e escrito por diversos
autores.
Duas obras
merecem destacam em meio a esta seleção: Carta de Pero Vaz de Caminha, a
correspondência ao Rei D. Manuel sobre a "descoberta" do Brasil,
considerado por muitos com a certidão de nascimento do país e Historiando a
Terra de Macunaima, do professor Gursen sobre o contexto histórico da questão
indígena no estado de Roraima, uma ótima introdução acerca da história dos
primeiros habitantes das terras brasileiras.
Espero que
gostem das recomendações!
1: O Príncipe
Maldito - Mary del Priore
Alto, louro, de
olhos azuis, Pedro Augusto parecia-se muito com o avô, a quem se ligou por
laços de afeto e interesses comuns. Até os 11 anos, foi tratado na Corte; no
colégio Pedro II, onde estudava; e por toda parte, como futuro herdeiro. Mas
eis que em 1875 nasce o príncipe do Grão Pará. Depois de dez anos e muitas
tentativas, a princesa Isabel dava à luz um outro Pedro. A sucessão estava
garantida, mas iniciava-se ali a tragédia pessoal de Pedro Augusto.
2: O Castelo de
Papel - Mary del Priore
Conhecida por
combinar o rigor da pesquisa historiográfica com uma narrativa fluida e
romanceada, a historiadora Mary del Priore narra em seu novo livro, O castelo
de papel, episódios importantes da história recente do Brasil, como a Guerra do
Paraguai, a Proclamação da República e a abolição dos escravos, a partir da
trajetória da princesa Isabel e do conde d`Eu. Protagonistas de uma história de
amor digna de conto de fadas – a união por interesse familiar não impediu que
fossem apaixonados por toda a vida – o casal, que teve fundamental importância
na corte brasileira, representa o retrato acabado do romance do século XIX.
3: Uma Breve História
do Brasil - Mary del Priore e Renato Venancio
Por meio de
capítulos saborosos, os autores narram quais eram os hábitos dos povos que
fizeram do passado o nosso presente: o que comiam, como se vestiam, em que
deuses acreditavam, o que temiam e o que amavam. A partir da descrição dessas
curiosidades, abordam as estruturas política, econômica e social e sua evolução
no tempo até os dias de hoje.
O que nas mãos
de outros autores certamente se transformaria num apanhado de complexas
teorias, nas páginas de Uma breve história do Brasil é mostrado de maneira
simples e direta. Reconhecida por transformar fatos históricos em deliciosas
crônicas, Mary Del Priore, em parceria com Renato Venancio, deixa transparecer
neste livro sua preocupação em alcançar o grande público, que, em sua opinião,
quando bem informado, passa a compreender melhor a realidade na qual vivemos.
4: 1808 -
Laurentino Gomes
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Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil. |
O propósito
deste livro, resultado de dez anos de investigação jornalística, é resgatar e
contar a história da corte lusitana no Brasil e tentar devolver seus
protagonistas à dimensão mais correta possível dos papéis que desempenharam
duzentos anos atrás. '1808 - Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma
corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil'
é o relato sobre um dos principais momentos históricos brasileiros.
5: 1822 -
Laurentino Gomes
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Como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil - um pais que tinha tudo para dar errado. |
Quem observasse
o Brasil em 1822 teria razões para duvidar de sua viabilidade como nação
independente e soberana. De cada três brasileiros, dois eram escravos, negros
forros, mulatos, índios ou mestiços. Era uma população pobre e carente de tudo,
que vivia à margem de qualquer oportunidade em uma economia agrária e
rudimentar, dominada pelo latifúndio e pelo tráfico negreiro.
O medo de uma
rebelião dos cativos tirava o sono da minoria branca. O analfabetismo era
geral. De cada dez pessoas, só uma sabia ler e escrever. Os ricos eram poucos
e, com raras exceções, ignorantes. O isolamento e as rivalidades entre as
diversas províncias prenunciavam uma guerra civil, que poderia resultar na
fragmentação territorial, a exemplo do que já ocorria nas colônias espanholas
vizinhas.
Para piorar a
situação, ao voltar para Portugal, no ano anterior, o rei D. João VI havia
raspado os cofres nacionais. O novo país nascia falido. Falavam dinheiro,
soldados, navios, armas ou munição para sustentar uma guerra contra os
portugueses, que se pronunciava longa e sangrenta. As perspectivas de fracasso,
portanto, pareciam bem maiores do que as de sucesso.
6: 1889 -
Laurentino Gomes
Nas últimas semanas
de 1889, a tripulação de um navio de guerra brasileiro ancorado no porto de
Colombo, capital de Ceilão (atual Siri Lanka), foi pega de surpresa pelas
notícias alarmantes que chegavam do outro lado do mundo. O Brasil havia se
tornado uma república.
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Como um imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim da Monarquia e a Proclamação da República no Brasil.
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O império
brasileiro, até então tido como a mais sólida, estável e duradoura experiência
de governo na América Latina, com 67 anos de história, desabara na manhã de
quinze de novembro. O austero e admirado imperador Pedro II, um dos homens mais
cultos da época, que ocupara o trono por quase meio século, fora obrigado a
sair do país junto com toda a família imperial. Vivia agora exilado na Europa,
banido para sempre do solo em que nascera.
Enquanto isso,
os destinos do novo regime estavam nas mãos de um marechal já idoso e bastante
doente, o alagoano Manoel Deodoro da Fonseca, considerado até então um
monarquista convicto e amigo do imperador deposto. Essas e outras histórias
surpreendentes estão 1889, o novo livro do premiado escritor Laurentino Gomes.
A obra, que trata da Proclamação da República, fecha uma trilogia iniciada com
1808, sobre a fuga da corte portuguesa de Dom João para Rio de Janeiro, e
continuada com 1822, sobre a Independência do Brasil.
7: Era no Tempo
do Rei - Ruy Castro
O cenário é o
Rio de 1810, dois anos depois da chegada da Família Real portuguesa, com as
ruas vivendo uma agitação jamais vista em uma cidade das Américas. Os
personagens são nobres e plebeus que existiram de verdade e outros saídos da
mais delirante imaginação.
Em Era no tempo
do rei, nem tudo o que se lê neste livro aconteceu - mas podia ter acontecido.
Afinal, o autor é Ruy Castro. Os heróis de Era no tempo do rei são o
príncipe D. Pedro e seu amigo Leonardo, um menino de rua, ambos com 12 anos. Os
dois garotos endiabrados tomam a cidade de assalto, envolvendo-se nas mais
empolgantes cabriolas.Na pista deles, estão o temível major Vidigal, a
prostituta Bárbara dos Prazeres, a vingativa princesa Carlota Joaquina, o pio
padre Perereca, o sinistro inglês Jeremy Blood, granadeiros, ciganos e
capoeiras. Como pano de fundo, a luta pelo poder no Brasil, em Portugal e nas
colônias espanholas no Prata.
8: Marquesa de
Santos - Clóvis Bulcão e outros autores
Este livro traz
12 histórias de 12 diferentes autores, que recriam imagens e ambientes para
contar, em detalhes fascinantes, a vida da marquesa de Santos. Cada um dos
autores lança um olhar original sobre a marquesa, misturando, cuidadosamente, a
realidade histórica e a imaginação. Personagens inesperados, situações
bizarras, superposição de planos e soluções extraordinárias fazem o texto fluir
com naturalidade e criatividade.
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A ideia principal deste livro é reunir doze histórias de ficção, tendo a
sedutora Domitila como nobre protagonista. Ainda que a marquesa permaneça no
centro de todas as narrativas, muitas vezes emergem personagens que dominam a
cena: como Deodato, que após a morte da marquesa, convenceu-se de que ela
deveria ser santificada. Outros, adversários ferrenhos, como o poderoso José
Bonifácio ou o influente frei Antônio da Arrábida, ou a baronesa de Sorocaba, a
irmã-rival de Domitila, e também amante do insaciável Pedro. Serviçais do Paço,
como o zeloso cozinheiro de dona Leopoldina, e até mesmo escravas, como a hauçá
Vicência, tomam partido nesses embates e dão novos rumos ao enredo.
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Domitila (Marquesa de Santos), Dom Pedro I e sua esposa Dona Leopoldina.
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A liberdade de
criação levou alguns autores a desafiar a realidade de tempo e espaço, são os
casos da história de uma múmia, à procura de um amor, ou da narrativa engenhosa
da casa-palacete, cúmplice das travessuras de Domitila, sua dona. O livro
inclui um prefácio da historiadora Mary Del Priore e um anexo com referências
cronológicas dos principais fatos relacionados com a vida da Marquesa à
realidade histórica, cuidadosamente reconstituída, se soma a ficção livre,
neste painel variado de tipos e situações.
9: Historiando a
Terra de Macunaíma - Alcir Gursen de Miranda
"Historiando
a terra de Macunaíma", que tem como tema a questão indígena. A obra tem o
objetivo de mostrar um pouco da cultura das tribos existentes no Estado e de
algumas personalidades que contribuíram positivamente para o desenvolvimento
delas. Com 115 gravuras, o autor destaca o mapa de Orelana, de 1542, o de Pedro
Teixeira, em 1639, e o primeiro levantamento da bacia do Rio Branco, em 1780,
feito por Antônio Pires da Silva.
10: Carta de Pero Vaz de Caminha - Pero Vaz de
Caminha
Documento
inicial da história do Brasil, a carta de Pero Vaz de Caminha ao rei D. Manuel
I fixa o primeiro encontro do europeu, representado pelos portugueses da armada
de Cabral, com os indígenas da terra então descoberta. Por mais de três séculos
a Carta permaneceu nos arquivos portugueses, só tendo sido publicada em 1817.
É uma obra de
valor documental, isto é, é um registro de nossa história e do pensamento que
regia os colonos que aqui chegavam, suas intenções e seus julgamentos em
relação ao povo que aqui vivia. Este período ficou conhecido como Literatura de
Informação ou Epistolar, pois era realizada, por intermédio de cartas, com o
único intuito de informar à Coroa portuguesa sobre o que aqui encontraram.