sábado, 31 de outubro de 2020

RESENHA| THE YEAR OF THE WITCHING



O Ano da Bruxa é uma leitura incrível. Escolha perfeita para o mês do Halloween, o livro é único ao trazer uma estória de terror para um público de jovens adultos. A trama mescla elementos religiosos bem sombrios e uma sociedade com ares medievais.

 

A construção de mundo me encantou. Alexis Henderson soube escrever sobre jovens tentando salvar o mundo, pragas capazes de aniquilar toda uma sociedade e tudo isso sem se afastar da fantasia.


Alexis Henderson 

 

Nas terras de Betel, onde as palavras do Profeta é lei, a própria existência de Immanuelle Moore é uma blasfêmia. A união de sua mãe com um forasteiro de uma raça diferente desonrou sua família, por isso Immanuelle faz o seu melhor para agradar o Pai, seguir o Sagrado Protocolo e levar uma vida de submissão, devoção e absoluta conformidade, como todas as outras mulheres do assentamento.

 

Mas um incidente a atrai até a proibida Floresta Negra, ao redor de Betel, onde o primeiro profeta perseguiu e matou quatro poderosas bruxas. Os seus espíritos ainda vagueiam por ali, e dão um presente para Immanuelle: o diário da sua falecida mãe, que deixa Immanuelle surpreendida ao saber que sua mãe já se refugiou na floresta.




Fascinada com os segredos do diário, Immanuelle se vê lutando para entender como sua mãe se associou com as bruxas. Mas quando ela começa a descobrir verdades sombrias sobre a Igreja e sua história, ela percebe que a verdadeira ameaça a Betel, é a sua própria escuridão. E ela começa a entender que, para Betel mudar, tem que começar por ela.

 

O romance adolescente aparece na medida certa e não atrapalha o desenvolvimento da narrativa. A protagonista tem um evolução bem bacana, recatada no início ela se mostra determinada e corajosa quando precisa ajudar sua comunidade, incluindo os que sempre desejaram o seu mal.




Por ser uma obra ficção sobre adolescentes e bruxaria em certo ponto lembrou As Aventuras de Sabrina, e confesso que passei a leitura torcendo para as bruxas. Por isso acho que o final deixou muito a desejar. O encerramento foi apressado, e para concluir a narrativa a autora precisou forçar algumas cenas.

 

The Year of the Witching é um lançamento deste ano. Tem 368 páginas e ainda não foi publicado no Brasil.




CITAÇÕES FAVORITAS

 

It often seemed like everything she owned was either too big or too small, like she wasn’t fit for the world she was born to.

Muitas vezes parecia que tudo o que ela possuía era muito grande ou muito pequeno, como se ela não fosse adequada para o mundo em que nasceu.

 

Love is an act of loyalty

O amor é um ato de lealdade

 

We have broken ourselves to be together. The fragments of me fit with the fragments of you, and our remnants have become greater than the sum of who we used to be.

Nós nos separamos para ficarmos juntos. Os fragmentos de mim se encaixam nos fragmentos de você, e nossos remanescentes se tornaram maiores do que a soma de quem costumávamos ser.

 

“I thought you were afraid of the woods.”

“I am. Anyone with the good sense they were born with would be,” said Immanuelle.

And while this was true, she’d come to realize that fear wasn’ta reasonable excuse not to do what needed to be done.

 

"Achei que você tivesse medo da floresta."

"Eu tenho. Qualquer pessoa com o bom senso com que nasceu teria ”, disse Immanuelle.

E embora isso fosse verdade, ela percebeu que o medo não era uma desculpa razoável para não fazer o que precisava ser feito.

 

Good things can come from unexpected places.

Coisas boas podem vir de lugares inesperados.

 

“This pain is mine. I don’t need you to carry it for me. One day you’re going to have to learn that we can’t share in everything. Sometimes we’ll have to walk alone.”

“Essa dor é minha. Eu não preciso que você carregue para mim. Um dia você terá que aprender que não podemos compartilhar tudo. Às vezes, teremos que caminhar sozinhos. ”

 

A man who knows his past is a man with the power to choose his future.

Um homem que conhece seu passado é um homem com o poder de escolher seu futuro.

 

“Sometimes the things that seem like they’re hurting us are really a part of healing"

“Às vezes, as coisas que parecem estar nos machucando são realmente parte da cura"

 

It was a structure that exploited the weakest among them for the benefit of those born to power.

Era uma estrutura que explorava os mais fracos entre eles em benefício dos nascidos no poder.

 

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

TOP 10| LIVROS RELIGIOSOS E DE ENSINAMENTOS SOBRE A VIDA



Enquanto organizava as listas dos livros que li, alguns não se encaixavam de nenhuma maneira em qualquer das listas sobre literatura. Após um tempo percebi que estes faziam parte de um seleto grupo de livros que li quando era religioso. O principal deles é a Bíblia Sagrada, que comecei lendo pelo Novo Testamento em uma versão em inglês e depois reli em português juntamente como Antigo Testamento. Além do livro máximo do cristianismo, aproveitei para incluir o meu favorito do gênero "livros que te ajudam a  aprender sobre a vida" Comer, Rezar, Amar da Elizabeth Gilbert, com um texto poderoso sobre recomeço e reencontro consigo mesmo. Apesar de ser bastante conhecido pelo filme, o livro é ainda melhor. Uma leitura tremendamente inspiradora.


“Todos somos fracos desde o nascimento; a nossa vida é curta e muito agitada. O ser humano é como a flor que se abre e logo murcha;  como uma sombra ele passa e desaparece. [...] Podemos estar vivos de manhã, mas de tarde morremos para sempre, e ninguém se importa". 


No mesmo período de dedicação ao evangelho li duas vezes uma obra intitulada "Porção Dobrada" do autor José Gonçalves. O texto é uma análise bíblica, teológica e devocional sobre os ministérios proféticos de Elias e Eliseu. Seguindo a linha da leitura duplicada, também li e reli "A família cristã e os ataques do inimigo" do pastor Elinaldo Renovato de Lima. Por último li "Uma jornada de fé" do escritor Antonio Gilberto, sobre a formação do povo de Israel e sua herança espiritual.


Elizabeth Gilbert, autora de Comer, Rezar, Amar

 

Por recomendação de uma tia minha, li "Jesus, o maior psicólogo que já existiu" do pastor Mark W. Baker, acerca de como os ensinamentos de Cristo podem ajudar a resolver os problemas do cotidiano e aumentar nossa saúde emocional. E durante uma disciplina da universidade fui obrigado a ler "Los Cuatro Acuerdos" no original em espanhol escrito por Don Miguel Ruiz. No português o livro se chama "Os Quatro Compromissos", classificado como um guia prático para a liberdade pessoal, baseado na filosofia Tolteca.

 

Tudo o que existe é uma manifestação daquele ser que chamamos de Deus. Tudo é Deus. E ele chegou à conclusão de que a percepção humana é apenas luz percebendo luz. ~Don Miguel Ruiz

Ainda em espanhol me aventurei a ler "A Arte da prudência" do Baltasar Gracián. Um clássico para a humanidade e um excelente compêndio de ensinamentos sobre a vida. Continuando com os textos de auto-ajuda para complementar a lista separei alguns títulos do Augusto Cury,  como "Você é Insubstituível", tido como  capaz de revelar a sua biografia. E também "O Vendedor de Sonhos" que aguentei ler apenas o primeiro volume - O Chamado. A obra possui adaptação para os cinemas também. Por fim, espero que gostem do TOP 10. Comentem se já leram algum dos títulos ou se ficaram com vontade de conhecer mais das obras.


O conhecimento é a única ferramenta que nos retira da condição de servos do sistema social e nos torna autores da história, pelo menos da nossa história. ~Augusto Cury


1: Comer, Rezar, Amar - Elizabeth Gilbert



Em torno dos 30 anos, Elizabeth Gilbert enfrentou uma crise da meia-idade precoce. Tinha tudo que uma americana instruída e ambiciosa teoricamente poderia querer - um marido, uma casa, um projeto a dois de ter filhos e uma carreira de sucesso. Mas em vez de sentir-se feliz e realizada, foi tomada pelo pânico, pela tristeza e pela confusão. Enfrentou um divórcio, uma depressão debilitante e outro amor fracassado, até que se viu tomada por um sentimento de liberdade que ainda não conhecia. Foi quando tomou uma decisão radical - livrou-se de todos os bens materiais, demitiu-se do emprego, e partiu para uma viagem de um ano pelo mundo - sozinha.



2: Bíblia Sagrada


Tradução dos textos originais em linguagem corrente, procurando manter o máximo de fidelidade ao original. A preocupação básica é oferecer um texto acessível ao povo, principalmente às comunidades de base, círculos bíblicos, catequese, escolas, celebrações. As introduções de cada livro abrem pistas sobre o tema central do referido livro. Os títulos dirigem a atenção para o conteúdo fundamental do livro, da parte ou do trecho em questão. As notas buscam mostrar o conteúdo do trecho, sintonizando o texto bíblico e a vida. Proposta que busca renovar a vida cristã no contexto da nossa realidade. Nasceu e foi pensada por exegetas brasileiros, a partir da realidade brasileira e latino-americana. Da mesma tradução e aparatos, existe também a publicação em separado do Novo Testamento e dos Evangelhos, dos Salmos, dos Provérbios e Sabedoria.


Versão em inglês, a primeira que li.

 

3: Os Quatro Compromissos - Don Miguel Ruiz


Em Os Quatro Compromissos, Don Miguel Ruiz oferece ao leitor um livro sobre hábitos e conceitos simples, que todos conhecemos, mas que, infelizmente, na rotina da vida moderna, deixamos de praticar. Sua obra consiste em compromisso de fé e de caráter que afastam a depressão, a insegurança e a dependência, levando-nos à verdadeira liberdade - aquela que vem da alma que somente nós podemos conhecer.


4: A Arte da prudência - Baltasar Gracián



Publicado em 1647, originalmente na Espanha, foi escrito por Baltasar Gracián com o intuito de oferecer aos homens do seu tempo um guia para ajudá-los a se desemaranhar nos labirintos das intrigas, das dúvidas e das maledicências cotidianas.



5: A família cristã e os ataques do inimigo - Elinaldo Renovato de Lima

 

Formar uma família e mantê-la com princípios e valores cristãos é um desafio na pós- modernidade. Para obter sucesso, não só é preciso conhecer o que a Bíblia diz, mas como também colocar seus ensinamentos em prática. Desse modo, as contaminações do mundo sobre a família cristã podem ser identificadas e refutadas. Proteja sua família! 



6: Jesus, o maior psicólogo que já existiu - Mark W. Baker

 

"Jesus, o Maior Psicólogo Que Já Existiu" faz uma abordagem original da relação entre ciência e religião, ligando os principais ensinamentos de Jesus às descobertas recentes da psicologia. Com base em sua experiência como terapeuta e no seu profundo conhecimento da Bíblia, Mark Baker demonstra por que a mensagem de Cristo é perfeitamente compatível com os princípios da psicologia: ela contém a chave da saúde emocional, do bem-estar e do crescimento pessoal.



Em uma linguagem simples e cativante, ele mostra que, seja qual for a nossa crença religiosa ou filosofia de vida, todos podemos nos beneficiar da sabedoria daquele que, como diz o autor, foi o maior psicólogo de todos os tempos.

 

Organizado em dezenas de lições concisas, este livro é uma coleção de valiosos exemplos práticos sobre como essa sabedoria comprovada pelo tempo pode nos ajudar a resolver os problemas do cotidiano, a repensar atitudes e a praticar o perdão, a solidariedade e a lealdade, valorizando nossas vidas e nossos relacionamentos com mais amizade e amor.

 

7: Porção Dobrada - José Gonçalves



 

Uma análise bíblica teológica e devocional sobre os ministérios proféticos de Elias e Eliseu. A sucessão ministerial, uns dos grandes problemas da liderança, também é abordada nesta obra. Pastores, líderes em geral e crentes que amam e temem ao Senhor, com certeza encontrarão e extrairão destas páginas grandes lições e serem aplicadas no ser e fazer cristãos.

 

8: Uma jornada de fé - Antonio Gilberto



O livro do Êxodo é famoso por mostrar o início da escravidão dos hebreus pelos egípcios, a escolha de Moisés como libertador e a forma como Deus retirou os hebreus do jugo egípcio. E nele, a figura de Moisés ocupa um lugar central. Moisés foi, sem dúvida alguma, uma das maiores personalidades e um dos maiores heróis da fé de todos os tempos. Nesta obra, acompanharemos a história de Moisés no Êxodo bem como o seu legado para o povo de Israel, para a humanidade como um todo e para a igreja até os dias de hoje.

 

9: O Vendedor de Sonhos - Augusto Cury




Em O Vendedor de Sonhos – O Chamado um intelectual está a beira de cometer um suicídio e um maltrapilho desconhecido tenta impedi-lo, uma empreitada que nem a polícia e nem um famoso psiquiatra conseguiram resolver.



Lançado pela editora Academia de Inteligência, ele fala sobre conhecer-se e, com isso, salvar você de si mesmo. Um maltrapilho, com uma eloquência cativante, começa a chamar seguidores para vender sonhos em uma sociedade que deixou de sonhar. Nada tão belo e tão estranho… Ao mesmo tempo em que arrebata as pessoas e as liberta do cárcere da rotina, arruma muitos inimigos.

 

10: Você é Insubstituível - Augusto Cury



Este livro de bolso fala do amor pela vida que habita em cada ser humano. Ele conta a sua biografia. Se até hoje sua história nunca foi contada em um livro, agora ela será, pelo menos em parte. Você descobrirá alguns fatos relevantes que o tornaram o maior vencedor do mundo, o mais corajoso dos seres, o que mais cometeu loucuras de amor para poder estar vivo.



Talvez você não saiba, mas você foi profundamente "apaixonado" pela vida desde que o relógio do tempo começou a registrar as fagulhas de sua existência. Não é tão simples viver a vida. Às vezes, ela contém capítulos imprevisíveis e inevitáveis. Mas é possível escrever os principais textos de nossas vidas nos momentos mais difíceis de nossa existência.

 

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

RESENHA| UM SOPRO DE NEVE E CINZAS (OUTLANDER 6)



Resta pouco a dizer sobre a Diana Gabaldon e sua épica saga Outlander. Esse é o sexto livro da série e em todos os anteriores eu repeti a mesma coisa: essa mulher escreve de uma forma sensacional! Novamente quase 1200 páginas de texto e um romance histórico primoroso. Gabaldon pesquisa bastante antes de escrever e são os detalhes históricos somados a perfeita descrição dos costumes da época que tornam sua narrativa tão única.

 

Mesmo sendo o sexto livro, e mais de 7 mil páginas desde o início da saga, a trama mantém um frescor de livro de estreia. Consegue cativar e surpreender ao não deixar pontas soltas. Todas as perguntas em detalhes são respondidas antes do livro chegar ao fim. Coisas que pareciam não ter mais importância ressurgem para deixar a estória mais interessante.

 

O sexto livro se situa nos acontecimentos que precedem à independência das colônias britânicas e como destacado na sinopse do volume, é uma história sobre escolhas difíceis. A guerra pela libertada da América se aproxima e os caos se torna comum na Carolina do Norte. Nem mesmo a Cordilheira dos Frases cravada no interior das montanhas está imune aos conflitos entre vizinhos, saqueadores e rebeldes contra o domínio da Coroa britânica.

 

É o momento de Jamie Fraser escolher de qual lado está, sabendo as consequência futuras pois foi alertado por Claire, a viajante no tempo nascida no século XX. Além da guerra, diversos incêndios criminosos começam a se espalhar pelo interior da Colônia, colocando em xeque a nota de jornal de 1776 que relata a morte dos dois num incêndio. Seria esse o fim da jornada de ambos?




Um drama da vida cotidiana que nem de longe é comum. Gabaldon transforma pequenos acontecimentos do dia a dia em excelentes estórias. As tramas secundárias, em destaque Tom Christie e sua família e Lizzie e os gêmeos são as melhores, mas infelizmente não chegaram a ser adaptadas para a série de TV. No texto há muito mais personagens e somente alguns arcos receberam atenção no programa de TV, que optou por focar mais no Casal Jamie e Claire e mais recentemente Brianna e Roger.

 

Ainda falando sobre a série, o quinto livro é extremamente monótono apesar de suas 1200 páginas então os produtores juntaram os livro 5 e 6 na quinta temporada da série. Diferente do anterior, o livro 6 tanta ação, tanto sequestro, guerra e perseguição que fica repetitivo. Só não é pior porque se tratando de uma leitura enorme é preciso ler aos poucos então a sensação de mesmice é atenuada.

 

Por conta deste ritmo mais acelerado o começo do livro 6 foi completamente utilizado na última temporada, e somente alguns poucos acontecimentos ficaram de fora e devem aparecer na sexta temporada que promete juntar os livros 6 e 7.

 

Outro detalhe é que antes reclamávamos que os livros eram divididos em dois volumes e isso tornava o produto mais caro. Agora que a editora voltou a publicar em volume único ficou ainda pior. É incomodo de manusear um calhamaço, e a leitura leva tanto tempo para terminar que ao final o livro está todo amassado. Sem contar que o peso do livro cansa as mãos.

 

Ano: 2018 / Páginas: 1168 / Editora: Arqueiro

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

TOP 10| LIVROS PARA APRENDER SOBRE HISTÓRIA DO BRASIL



A seguir uma listinha com livros perfeitos para quem quer aprender um pouco mais da história do Brasil. A maior parte dos títulos se concentram no período Imperial, momento da história do país em que eu tenho maior interesse e por isso me aprofundei mais nas leituras. Dois autores estão entre os meus favoritos, Laurentino Gomes e Mary del Priore.


Laurentino Gomes

Laurentino Gomes é conhecido pela autoria do best-seller 1808, sendo que, posteriormente, escreveu ainda 1822 e 1889. Recebeu inúmeros prêmios como escritor e viajou pelo país divulgando seus livros. Em 2015 esteve em Boa Vista em uma sessão de autógrafos, onde consegui que ele autografasse meu exemplar de 1889.


 

Mary Del Priore consegue escrever sobre qualquer assunto histórico de forma a deixar a narrativa bem mais interessante. Em Castelo de Papel, temos a história de Isabel de Bragança, princesa imperial do Brasil, e seu marido Gastão de Orléans, conde d'Eu. Meu preferido mesmo é O Príncipe Maldito, um romance sobre a vida íntima da realeza no Segundo Reinado. Outra dica é Breve História do Brasil, um resumão sobre os mais de 500 anos de história do país.


Mary Del Priore

Dentre todas as possibilidades de livros sobre história do Brasil, selecionei estes considerando a escrita mais próxima a de um romance, e não apenas um texto acadêmico. Era no Tempo do Rei, é a prova disso. Escrito por Ruy Castro, o texto é um romance da chegada da Corte ao país. Recomendo também uma coleção de doze contos, Marquesa de Santos, sobre a vida da célebre amante de Dom Pedro I e escrito por diversos autores.



Duas obras merecem destacam em meio a esta seleção: Carta de Pero Vaz de Caminha, a correspondência ao Rei D. Manuel sobre a "descoberta" do Brasil, considerado por muitos com a certidão de nascimento do país e Historiando a Terra de Macunaima, do professor Gursen sobre o contexto histórico da questão indígena no estado de Roraima, uma ótima introdução acerca da história dos primeiros habitantes das terras brasileiras.

 

Espero que gostem das recomendações!

 

1: O Príncipe Maldito - Mary del Priore



Alto, louro, de olhos azuis, Pedro Augusto parecia-se muito com o avô, a quem se ligou por laços de afeto e interesses comuns. Até os 11 anos, foi tratado na Corte; no colégio Pedro II, onde estudava; e por toda parte, como futuro herdeiro. Mas eis que em 1875 nasce o príncipe do Grão Pará. Depois de dez anos e muitas tentativas, a princesa Isabel dava à luz um outro Pedro. A sucessão estava garantida, mas iniciava-se ali a tragédia pessoal de Pedro Augusto.

 

2: O Castelo de Papel - Mary del Priore



Conhecida por combinar o rigor da pesquisa historiográfica com uma narrativa fluida e romanceada, a historiadora Mary del Priore narra em seu novo livro, O castelo de papel, episódios importantes da história recente do Brasil, como a Guerra do Paraguai, a Proclamação da República e a abolição dos escravos, a partir da trajetória da princesa Isabel e do conde d`Eu. Protagonistas de uma história de amor digna de conto de fadas – a união por interesse familiar não impediu que fossem apaixonados por toda a vida – o casal, que teve fundamental importância na corte brasileira, representa o retrato acabado do romance do século XIX.

 

3: Uma Breve História do Brasil - Mary del Priore e Renato Venancio



Por meio de capítulos saborosos, os autores narram quais eram os hábitos dos povos que fizeram do passado o nosso presente: o que comiam, como se vestiam, em que deuses acreditavam, o que temiam e o que amavam. A partir da descrição dessas curiosidades, abordam as estruturas política, econômica e social e sua evolução no tempo até os dias de hoje.



O que nas mãos de outros autores certamente se transformaria num apanhado de complexas teorias, nas páginas de Uma breve história do Brasil é mostrado de maneira simples e direta. Reconhecida por transformar fatos históricos em deliciosas crônicas, Mary Del Priore, em parceria com Renato Venancio, deixa transparecer neste livro sua preocupação em alcançar o grande público, que, em sua opinião, quando bem informado, passa a compreender melhor a realidade na qual vivemos.


4: 1808 - Laurentino Gomes


Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil.

 

O propósito deste livro, resultado de dez anos de investigação jornalística, é resgatar e contar a história da corte lusitana no Brasil e tentar devolver seus protagonistas à dimensão mais correta possível dos papéis que desempenharam duzentos anos atrás. '1808 - Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil' é o relato sobre um dos principais momentos históricos brasileiros.




5: 1822 - Laurentino Gomes

 

Como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil - um pais que tinha tudo para dar errado.

 

Quem observasse o Brasil em 1822 teria razões para duvidar de sua viabilidade como nação independente e soberana. De cada três brasileiros, dois eram escravos, negros forros, mulatos, índios ou mestiços. Era uma população pobre e carente de tudo, que vivia à margem de qualquer oportunidade em uma economia agrária e rudimentar, dominada pelo latifúndio e pelo tráfico negreiro.




O medo de uma rebelião dos cativos tirava o sono da minoria branca. O analfabetismo era geral. De cada dez pessoas, só uma sabia ler e escrever. Os ricos eram poucos e, com raras exceções, ignorantes. O isolamento e as rivalidades entre as diversas províncias prenunciavam uma guerra civil, que poderia resultar na fragmentação territorial, a exemplo do que já ocorria nas colônias espanholas vizinhas.

 


Para piorar a situação, ao voltar para Portugal, no ano anterior, o rei D. João VI havia raspado os cofres nacionais. O novo país nascia falido. Falavam dinheiro, soldados, navios, armas ou munição para sustentar uma guerra contra os portugueses, que se pronunciava longa e sangrenta. As perspectivas de fracasso, portanto, pareciam bem maiores do que as de sucesso.


6: 1889 - Laurentino Gomes


Nas últimas semanas de 1889, a tripulação de um navio de guerra brasileiro ancorado no porto de Colombo, capital de Ceilão (atual Siri Lanka), foi pega de surpresa pelas notícias alarmantes que chegavam do outro lado do mundo. O Brasil havia se tornado uma república.

 

Como um imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim da Monarquia e a Proclamação da República no Brasil.

O império brasileiro, até então tido como a mais sólida, estável e duradoura experiência de governo na América Latina, com 67 anos de história, desabara na manhã de quinze de novembro. O austero e admirado imperador Pedro II, um dos homens mais cultos da época, que ocupara o trono por quase meio século, fora obrigado a sair do país junto com toda a família imperial. Vivia agora exilado na Europa, banido para sempre do solo em que nascera.



Enquanto isso, os destinos do novo regime estavam nas mãos de um marechal já idoso e bastante doente, o alagoano Manoel Deodoro da Fonseca, considerado até então um monarquista convicto e amigo do imperador deposto. Essas e outras histórias surpreendentes estão 1889, o novo livro do premiado escritor Laurentino Gomes. A obra, que trata da Proclamação da República, fecha uma trilogia iniciada com 1808, sobre a fuga da corte portuguesa de Dom João para Rio de Janeiro, e continuada com 1822, sobre a Independência do Brasil.


7: Era no Tempo do Rei - Ruy Castro



O cenário é o Rio de 1810, dois anos depois da chegada da Família Real portuguesa, com as ruas vivendo uma agitação jamais vista em uma cidade das Américas. Os personagens são nobres e plebeus que existiram de verdade e outros saídos da mais delirante imaginação.



Em Era no tempo do rei, nem tudo o que se lê neste livro aconteceu - mas podia ter acontecido. Afinal, o autor é Ruy Castro. Os heróis de Era no tempo do rei são o príncipe D. Pedro e seu amigo Leonardo, um menino de rua, ambos com 12 anos. Os dois garotos endiabrados tomam a cidade de assalto, envolvendo-se nas mais empolgantes cabriolas.Na pista deles, estão o temível major Vidigal, a prostituta Bárbara dos Prazeres, a vingativa princesa Carlota Joaquina, o pio padre Perereca, o sinistro inglês Jeremy Blood, granadeiros, ciganos e capoeiras. Como pano de fundo, a luta pelo poder no Brasil, em Portugal e nas colônias espanholas no Prata.

 

8: Marquesa de Santos - Clóvis Bulcão e outros autores



Este livro traz 12 histórias de 12 diferentes autores, que recriam imagens e ambientes para contar, em detalhes fascinantes, a vida da marquesa de Santos. Cada um dos autores lança um olhar original sobre a marquesa, misturando, cuidadosamente, a realidade histórica e a imaginação. Personagens inesperados, situações bizarras, superposição de planos e soluções extraordinárias fazem o texto fluir com naturalidade e criatividade.




A ideia principal deste livro é reunir doze histórias de ficção, tendo a sedutora Domitila como nobre protagonista. Ainda que a marquesa permaneça no centro de todas as narrativas, muitas vezes emergem personagens que dominam a cena: como Deodato, que após a morte da marquesa, convenceu-se de que ela deveria ser santificada. Outros, adversários ferrenhos, como o poderoso José Bonifácio ou o influente frei Antônio da Arrábida, ou a baronesa de Sorocaba, a irmã-rival de Domitila, e também amante do insaciável Pedro. Serviçais do Paço, como o zeloso cozinheiro de dona Leopoldina, e até mesmo escravas, como a hauçá Vicência, tomam partido nesses embates e dão novos rumos ao enredo.

 

Domitila (Marquesa de Santos), Dom Pedro I e sua esposa Dona Leopoldina.

A liberdade de criação levou alguns autores a desafiar a realidade de tempo e espaço, são os casos da história de uma múmia, à procura de um amor, ou da narrativa engenhosa da casa-palacete, cúmplice das travessuras de Domitila, sua dona. O livro inclui um prefácio da historiadora Mary Del Priore e um anexo com referências cronológicas dos principais fatos relacionados com a vida da Marquesa à realidade histórica, cuidadosamente reconstituída, se soma a ficção livre, neste painel variado de tipos e situações.


9: Historiando a Terra de Macunaíma - Alcir Gursen de Miranda


"Historiando a terra de Macunaíma", que tem como tema a questão indígena. A obra tem o objetivo de mostrar um pouco da cultura das tribos existentes no Estado e de algumas personalidades que contribuíram positivamente para o desenvolvimento delas. Com 115 gravuras, o autor destaca o mapa de Orelana, de 1542, o de Pedro Teixeira, em 1639, e o primeiro levantamento da bacia do Rio Branco, em 1780, feito por Antônio Pires da Silva.

 

10:  Carta de Pero Vaz de Caminha - Pero Vaz de Caminha



Documento inicial da história do Brasil, a carta de Pero Vaz de Caminha ao rei D. Manuel I fixa o primeiro encontro do europeu, representado pelos portugueses da armada de Cabral, com os indígenas da terra então descoberta. Por mais de três séculos a Carta permaneceu nos arquivos portugueses, só tendo sido publicada em 1817.



É uma obra de valor documental, isto é, é um registro de nossa história e do pensamento que regia os colonos que aqui chegavam, suas intenções e seus julgamentos em relação ao povo que aqui vivia. Este período ficou conhecido como Literatura de Informação ou Epistolar, pois era realizada, por intermédio de cartas, com o único intuito de informar à Coroa portuguesa sobre o que aqui encontraram.