sexta-feira, 18 de setembro de 2015

A MAGNITUDE DO TEMPO GEOLÓGICO


Durante a existência do ser humano, várias maneiras de se "contar" o tempo geológico foram idealizadas. As primeiras propostas, anteriores ao Iluminismo e à revolução industrial, eram baseadas nas escrituras bíblicas e promulgavam que a Terra teria aproximadamente 6.000 anos. O Arcebispo Usher (1581-1656), declarou que a Terra teria sido criada na noite anterior ao dia 23 de Outubro, um Domingo, do ano 4004 antes de cristo.
O tempo geológico começa a ser contado a partir do momento que a Terra alcançou sua presente massa. Provavelmente, este era o mesmo ponto em que a crosta sólida da Terra se formou de início, mas não se tem rochas que datem deste tempo inicia
Em 1830 Charles Lyell, introduziu o conceito de tempo ilimitado e fundou a Geologia Histórica. Atualmente, a rocha mais antiga da Terra, datada por espectrômetro de massa, tem idade 3,96 ba. E as rochas datadas mais antigas foram as da lua e de meteoritos, com idades na ordem de 4,6 bilhões de anos
A história da terra está hierarquicamente segmentada em divisões para descrever o tempo geológico. Com unidades crescentes de tempo, as divisões geralmente aceitadas são eon, era, período, época e idade.

METÓDOS DE DATAÇÃO

IDADE RELATIVA
A idade relativa não nos diz quantos milhões de anos a rocha tem. Ela nos informa que essa rocha é mais antiga ou mais jovem que outra ou então se ela se formou antes ou depois de um determinado evento geológico.

1. Princípio da superposição – em uma sequência de camadas de rocha não deformadas cada camada é mais jovem do que aquelas que estão abaixo dela e mais antiga do que as que estão acima.

2. Princípio da horizontalidade original – as formações sedimentares são depositadas originalmente na posição horizontal. Qualquer mergulho que elas apresentem é resultado de posterior dobramento ou basculamento.

3. Princípio da continuidade lateral original – sequencias estratigráficas idênticas expostas em lados opostos de um vale devem ser interpretadas como restos de camadas que já foram contínuas na área na qual o vale foi aberto.

4. Princípio das relações de interseção – qualquer rocha que foi cortada por um corpo intrusivo ígneo ou por uma falha é mais antiga que o corpo ígneo ou a falha.

5. Critérios Biológicos -  Fósseis são úteis porque certos conjuntos de espécies são característicos de determinadas épocas geológicas. Se a rocha contém fósseis, sua idade será a idade desses fósseis. Isso é muito simples, mas é um método com enormes limitações. Nem toda rocha contém fósseis; as ígneas, por exemplo, nunca os têm. E, mesmo quando a rocha contém restos ou vestígios de animais ou plantas, eles podem ser de difícil obtenção.

IDADE ABSOLUTA
A idade absoluta é aquela que nos diz, com maior ou menor grau de certeza, há quantos milhões ou bilhões de anos a rocha se formou. Este processo de datação, normalmente, é feito em milhões de anos e consiste na determinação da idade de formações geológicas ou acontecimentos, em valores numéricos.
    
1. Datação Radiométrica. Esta datação, consiste na desintegração de isótopos radioativos naturais. Quando a percentagem de isótopo-pai é elevada a rocha em estudo é mais recente, mas quando a percentagem de isótopo-filho vai aumentando, a rocha vai sendo mais antiga. A designação que se dá ao tempo que é necessário para que se dê a desintegração de metade do número de átomos iniciais da amostra em estudo, é de Semivida.

DIVISÕES E SUBDIVISÕES
Essas subdivisões foram estabelecidas ainda antes do desenvolvimento dos métodos de datação absoluta. As subdivisões de tempo definidas, portanto, não representam intervalos de tempo equivalentes, mas refletem a possibilidade de desvendar os detalhes da evolução geológica em todos os tempos. O registro geológico mais recente é mais completo e apresenta maior número de fósseis, permitindo delimitar intervalos temporais menores. O registro da evolução geológica antiga é muito mais fragmentado e com a ausência de fósseis possibilita apenas a delimitação de intervalos de tempo maiores, marcados por grandes eventos globais. 


A palavra éon significa um intervalo de tempo muito grande, indeterminado. A história da Terra está dividida em quatro éons: Hadeano, Arqueano, Proterozóico e Fanerozóico.
Com exceção do Hadeano, todos os éons são divididos em eras. Uma era geológica é caracterizada pelo modo como os continentes e os oceanos se distribuíam e como os seres vivos nela se encontravam.
O período, uma divisão da era, é a unidade fundamental na escala do tempo geológico. Somente as eras do éon Arqueano não são divididas em períodos.
A época é um intervalo menor dentro de um período. Somente os períodos das eras do éon Proterozóico não são divididos em épocas.
Das mais antigas para as mais jovens as eras geológicas são as seguintes:

Éon Hadeano (seu nome vem do grego Hades, que significa "inferno") -  Dificilmente pode ser caracterizado em escala temporal, tendo somente como prova de sua existência as rochas lunares. O mais antigo éon, não possui subdivisão formal pela ICS.
         Fase da história da terra iniciada há 4,54 bilhões de anos, quando começou a formação dos planetas do nosso sistema solar. Terminou há 3,85 bilhões de anos, quando aparecem as primeiras rochas.

Éon Arqueano ou Arcaico - Começou há 3,85 bilhões de anos, com a formação das primeiras rochas, e terminou há 2,5 bilhões de anos. O interior da Terra, era, no início desta fase de sua história, muito quente, com um fluxo de calor era três vezes maior que hoje. Na superfície, porém, as temperaturas não eram muito diferentes das atuais, porque, acreditam os astrônomos, o Sol era 1/3 menos quente que hoje.
Das rochas formadas nesse éon, poucas existem hoje, devido às grandes transformações que a crosta terrestre sofreu desde então. São rochas principalmente ígneas intrusivas e metamórficas. A atividade vulcânica era consideravelmente maior que hoje. Não houve grandes continentes até a fase final desse éon, apenas pequenas porções de terra que não conseguiam se unir em massas maiores dada a intensa atividade geológica do planeta. A atmosfera era rica em dióxido de carbono (CO2) e praticamente sem oxigênio.
A vida no Arqueano já existia, mas era representada provavelmente pelos procariontes, organismos unicelulares primitivos, que não apresentavam seu material genético delimitado por uma membrana. Os eucariontes, animais em que o núcleo da célula está rodeado por essa membrana, não foram identificados em rochas desse período, mas podem ter existido e não terem ficado preservados. Cianobactérias formaram “tapetes” que ficaram preservados até hoje, e que são os estromatólitos.

Era Eoarqueano (3,85-3,6 bilhões de anos) - Fase em que a Terra era ainda muito bombardeada por meteoritos. Marcado pelo início das primeiras formas de vida unicelulares (Procariontes), entre 3 bilhões e 850 milhões atrás, aproximadamente. A escassez generalizada de rochas do Eoarqueno é explicada pela quantidade de detritos presentes dentro do sistema solar inicial. A Terra estava coberta em sua maioria por com água, vulcões e ilhas vulcânicas que surgiam por toda sua extensão. Os oceanos eram verdes e ácidos, devido ao compostos de ferro dissolvido e o céu era laranja por causa da alta concentração de amônia, metano e dióxido de carbono.

Era Paleoarqeano (3,6 a 3,2 bilhões de anos) - Quando surgiram os primeiros continentes. Mais para o final desta era, pode ter se formado um supercontinente, chamado Vaalbara. Alguns cientistas acham que ainda não havia placas tectônicas se movendo, mas outros acreditam que elas existiam e que sua movimentação era mais intensa que hoje. Bactérias de 3,46 bilhões de anos bem preservadas foram encontradas na Austrália.

Era Mesoarqueano (3,2 a 2,8 bilhões de anos) - No final desta era, o supercontinente Vaalbara começou a se partir. Os estromatólitos proliferavam na Terra.

Era Neoarqueana (2,8 a 2,5 bilhões de anos). Era em que a tectônica de placas pode ter sido bastante similar à de hoje. Há bacias sedimentares bem preservadas e evidência de fraturas intracontinentais, colisões entre continentes e eventos orogênicos de âmbito global bem disseminados. Pode ter surgido e sido destruído um supercontinente, se não vários. A água era predominantemente líquida e havia bacias oceânicas profundas que dariam origem a formações ferríferas bandadas, depósitos de chert, sedimentos químicos e basaltos na forma de pillow lavas (lavas em forma de almofadas).

Éon Proterozóico (do grego proteros = anterior + zoikos = de animais) -  Começou há 2,5 bilhões de anos e estendeu-se até 542 milhões de anos atrás. São dessa época rochas como as que formam o Gran Canyon, no Colorado (EUA).
Foi uma fase de transição, em que o oxigênio se acumulou na litosfera, formando óxidos, principalmente de silício e ferro. As camadas de óxido de ferro formaram-se sobretudo em torno de 2,5 a 2 milhões de anos.
Surgem os eucariontes e, um bilhão de anos atrás, muitos outros tipos de algas começaram a aparecer, incluindo algas verdes e vermelhas.
Cerca de 900 milhões de anos atrás os continentes estavam reunidos numa única massa, chamada Rodínia, que acabou se fragmentando no final desse éon, originando os paleocontinentes Laurentia, Báltica e Gonduana.

Era Paleoproterozóica (de 2,5 a 1,6 bilhões de anos) - Quando surgiram os primeiros seres eucariontes.

Período Sideriano (do latim sider = ferro) -  É o período da que está compreendido entre 2 bilhões e 500 milhões e 2 bilhões e 300 milhões de anos atrás, aproximadamente. Este período foi marcado pela fotossíntese oxigenada. Como os outros períodos de seu éon, não se divide em épocas. É caracterizado como um período de "calmaria" tectônica. Alguns elementos químicos (p. ex. Fe e U) começaram a reagir com o oxigênio dissolvidos em lagos e oceanos e iniciou-se o processo de oxidação.

Período Riaciano - É o período que está compreendido entre 2 bilhões e 300 milhões e 2 bilhões e 50 milhões de anos atrás, aproximadamente. É marcado pela Glaciação Huroniana, a mais antiga da qual há vestígios, ocorreu há 2 400 a 2 100 milhões de anos, durante os períodos Sideriano e Rhyaciano do Paleoproterozoico, após a Catástrofe do Oxigênio. Foi uma das mais severas glaciações da história geológica da Terra e alguns geólogos creem que foi muito semelhante à da Terra bola de neve ocorrida no Neoproterozoico.

Período Orosiriana (do grego orosira = cadeia de montanhas) - É o período que está compreendido entre 2 bilhões e 50 milhões e 1 bilhão e 800 milhões de anos atrás, aproximadamente. Período no qual, a atmosfera está livre de oxigênio.

Período Estateriano - Compreendido entre 1 bilhão e 800 milhões e 1 bilhão e 600 milhões de anos atrás, aproximadamente e como os demais períodos de seu éon, não se divide em épocas. Neste período aconteceu a expansão dos depósitos supercontinentais.

Era Mesoproterozóica (de 1,6 a 1,0 bilhão de anos) - Era em que se formou o supercontinente Rodínia e surgiu a reprodução animal sexuada.

Período Calimiano: Compreendido entre 1 bilhão e 600 milhões e 1 bilhão e 400 milhões de anos atrás, aproximadamente. É marcado pelo surgimento das primeiras eucariontes.

Período Ectasiano - Período marcado pelo surgimento das primeiras Rhodophytas, popularmente conhecidas como "algas vermelhas", está compreendido entre 1 bilhão e 400 milhões e 1 bilhão e 200 milhões de anos atrás, aproximadamente.

Período Steniano - É o período que está compreendido entre 1 bilhão e 200 milhões e 1 bilhão de anos atrás, aproximadamente. Marcado pelo surgimento dos primeiros animais.

Era Neoproterozóica (1,0 bilhão de anos a 542 milhões de anos). 

Período Toniano (do grego tonan = extensão) - Compreendido entre 1 bilhão e 850 milhões de anos atrás, aproximadamente. Foi no período Toniano que a Terra começou a se congelar (hipótese da Terra bola de neve).

Período Criogeniano do (grego crion = frio) – É o período que está compreendido entre 850 milhões e 630 milhões de anos atrás, aproximadamente. Um período com temperaturas muito baixas e com seu oceano tendo uma capa de gelo que poderia ter em torno de um quilômetro de profundidade, acredita-se que a formação da Rodínia, um supercontinente que abrangia a maior parte da porção continental da Terra, e que quebrou-se em oito continentes cerca de 750 milhões de anos atrás aconteceu durante este período.

Período Ediacarano: período compreendido entre 630 milhões e 542 milhões de anos atrás, aproximadamente. Provém das Colinas Ediacara, no sul da Austrália – onde também foram encontrados fósseis similares, que constituem a Biota ediacarana. Foi neste período em que surgiram os primeiros corais, acredita-se que a formação da Panótia, é um supercontinente hipotético, descrito por Ian W. D. Dalziel em 1997, teria existido entre há 600 milhões de anos e até ao final do período Pré-cambriano há 540 milhões de anos.

Éon Fanerozóico - 542 milhões de anos atrás até agora. Significa vida visível, por ser o éon em que houve a grande explosão de vida no nosso planeta.

Era Cenozóica - "Cen " quer dizer recente e " Zoic " vem de "Zoo" que significa animal.

Período Quaternário (1,6 milhões de anos) - Clima flutuando entre frio e ameno. Avanços e recuos glaciais. Extinção de muitos mamíferos e aves de grande porte. Primeiros humanos modernos do gênero Homo. A era dos seres humanos.

Época Pleistoceno - Ocorreu uma grande glaciação no hemisfério norte e uma bem menor no hemisfério sul, daí ser essa época chamada de Idade do Gelo. Apareceu o hominídeo mais antigo que se conhece, o Homo heidelbergensis, há cerca de 450.000 anos.

Época Holoceno - o grupo animal dominante são os mamíferos

Período Neógeno (23 milhões de anos) - Vários surgimentos e formações de montanhas. Início de glaciação nos Hemisférios Norte e Sul. Elevação do Panamá e consequente união das Américas do Norte e do Sul. Primeiros macacos do Velho Mundo. Mamíferos pastadores em abundância. Primeiros hominídeos eretos. Grandes carnívoros. Aves e mamíferos marinhos diversificam-se.

Época Mioceno – Aquecimento.

Época Plioceno.

Período Paleógeno (65 milhões de anos) - Clima ameno a frio. Mares continentais largos e rasos. Elevação dos Alpes e Himalaia. A América do Sul separa-se da Antártida. Clima ameno a muito quente no final do período. Primeiros mamíferos insetívoros e primatas. Radiação extensiva de mamíferos e aves. Irradiação de famílias de mamíferos placentários. Primeiros macacos do Novo Mundo. Formação inicial de pradarias. Aves carnívoras gigantes, incapazes de voar, eram predadores comuns.

Épocas Paleoceno.

Época Eoceno - surgiu o cavalo primitivo, no hemisfério Norte. O cavalo atual apareceu na América do Norte, mas bem mais tarde.

Época Oligoceno - A Austrália separou-se completamente da Antártida.

Era Mesozóica - "Meso" quer dizer meio e " Zoic " vem de "Zoo" que significa animal

Período Cretáceo (135 milhões de anos, pela abundância de camadas de cré - calcário branco poroso, formado por conchas de forminífer) - Clima uniforme em todo o período. Níveis dos mares elevados. A África e a América do Sul se separam. Clímax dos dinossauros e répteis marinhos, seguido da extinção destes grupos. Início da irradiação de mamíferos marsupiais e placentários. Primeiras angiospermas. Declínio das gimnospermas. Aparecimento de muitos grupos de insetos.

Período Jurássico (205 milhões de anos, por ter sido estudado e definido pela primeira vez nos montes do Jura, localizados entre a França e a Suiça) - Clima ameno. Os níveis dos continentes são baixos com grandes áreas cobertas pelos mares. Primeiras aves. Abundância de dinossauros. Crescimento exuberante de florestas.

Período Triássico (250 milhões de anos, o nome tem a ver com a divisão em três camadas das rochas dessa idade na Alemanha, que se sobrepunham às rochas paleozóicas) - Continentes montanhosos, unidos em um supercontinente (Pangea). Extensas áreas áridas. Primeiros dinossauros. Primeiros mamíferos. Crescimento exuberante de florestas com predomínio de coníferas.

Era Paleozóica - "Paleo" quer dizer antigo e " Zoic " vem de "Zoo" que significa animal.

Período Permiano (290 milhões de anos, o nome foi dado porque as rochas desta idade situavam-se próximas à província de Perm, na Rússia) - Glaciação extensiva no Hemisfério Sul no início do período. Elevação dos Apalaches. Aridez marcante em algumas áreas. Origem das coníferas, cicadófitas e ginkgos. Desparecem os anteriores tipos de florestas. Irradiação dos répteis. O período termina com extinção em massa.

Período Carbonífero (355 milhões de anos, em virtude do grande desenvolvimento de camadas de carvão) - Clima quente com pequena variação sazonal nos trópicos. Níveis das terras baixos. Áreas pantanosas com a formação de depósitos de carvão. Irradiação dos anfíbios. Abundância de tubarões. Samambaias com esporos e árvores com "casca". Primeiros répteis. Insetos gigantes. Grandes florestas de pteridófitos.

Período Devoniano (410 milhões de anos, é uma homenagem a Devonshire, na Inglaterra onde estão expostas rochas dessa idade) - Mares na maior parte das terras, com montanhas locais. Primeiros peixes com nadadeiras raiadas e nadadeiras lobadas. Primeiros tetrápodes terrestres.

Período Siluriano (438 milhões de anos homenageia a tribo dos Silures, que habitava uma região de Gales) - Clima ameno. Topografia em geral plana. Primeiros peixes com maxilas. Primeiros invertebrados terrestres.

Período Ordoviciano (510 milhões de anos, vem de Ordovices, que é o nome de uma antiga tribo celta.) - Clima ameno. Mares rasos. Continentes em geral com topografia plana. Os mares cobrem boa parte do atual território dos Estados Unidos. Glaciação no final do período. Primeiros vertebrados (peixes sem maxila). Invertebrados marinhos em abundância. Primeiras plantas terrestres.


Período Cambriano (570 milhões de anos vem de Cambria, que é o nome latino para Gales, onde suas rochas foram primeiramente estudadas) - Extensos mares invadindo os continentes existentes. Origem de vários filos e classes de invertebrados. Primeiros cordados. Moluscos com conchas. Abundância de trilobitas.

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