segunda-feira, 13 de maio de 2019

Modelo de Prospecção Mineral para o Maciço Alcalino Poços de Caldas



O Maciço Alcalino Poços de Caldas, possui uma área de 750km², altitude média de 1300m e fica localizado a cerca de 300km da cidade de São Paulo e do Rio São Francisco. A atividade mineradora na área será facilitada pela localização dos depósitos entre a divisa dos estados de Minas Gerais e São Paulo, que já possuem história mineradora de longa data, dessa forma a logística de escoamento do material prospectado será realizada por estradas utilizadas há anos para esses fins. A fase de planejamento envolverá a fase de exploração e prospecção mineral.
Na fase inicial dos trabalhos será realizada a consulta da documentação cartográfica geológica e topográfica disponível, compreendendo modelos e conceitos existentes sobre a gênese de jazidas de minerais radioativos e terras raras (dados bibliográficos), mapas regionais gamaespectrométricos, magnetométricos, além de imagens de satélite. A aerogeofísica na fase regional e útil para destacar o formato dos corpos e o sensoriamento remoto ajuda a identificar o sistema de falhamento (direção N40E e N50W) que pode ser condicionante da migração das mineralizações. É importante uma observação de campo das elevações dentro do Complexo por conta da cobertura eluvial ou topografia sustentada. Além disso, serão realizadas visitas às jazidas e ocorrências minerais existentes e reconhecimento das estruturas dos diques anelares e nos limites do sistema de falhamento.
Ainda na fase de exploração, acontecerá a amostragem não sistemática de todos os tipos litológicos presentes no Complexo, saprólitos nos mais diversos tipos de alteração e amostra de solo do horizonte B. Será utilizado um contador Geiger como contador de radiação para análise das amostras de mão. Posteriormente ocorrerá a coleta de amostra de sedimento de corrente e concentrado de bateia ao longo das drenagens da área para análise laboratorial, assim como a análise da água para determinação do teor de urânio (principal mineralização da área). A escala de trabalho utilizada é 1:100.000, com duração de cerca de 4 meses.
A documentação consultada e correlação entre geofísica e geoquímica definirá áreas mais favoráveis a mineralizações, no caso do CAPM considerando a evolução geomorfológica e estrutural dos corpos ou anomalias, o que resulta no reconhecimento e seleção de áreas prioritárias que deverão ser submetidas a mapeamento geológico em escala de semi-detalhe e detalhe. Para isso será requerido junto ao DNPM uma área de 1000 há (área requerida para demais substâncias minerais). A maior ocorrência na área e de mineralizações uraníferas então é importante conhecer bem a geologia do urânio.
Na segunda fase acontecerá o refinamento das informações obtidas na primeira fase para elaboração do mapa geológico de detalhe. De posse da licença para desenvolver pesquisa mineral nos alvos selecionados emitido pelo DNPM ocorre a amarração dos vértices do polígono da área. Será uma etapa de trabalho mais detalhada e por isso em escala de 1:25.000. Nessa etapa acontece a implantação da base planimétrica. Para a área foi projetada uma malha com pontos espaçados a cada 100mm x 100m. Por conta da área reduzida do maciço será coletado 1 amostra a cada 2 km² totalizando cerca de 375 amostras no total. A duração aproximada é de 8 meses.
As rochas do complexo são alcalinas, de maioria sieníticas, com maior ocorrência para os tinguaítos. A mineralogia econômica dos sienitos é sobretudo de zircão, monazita e columbita, porém as rochas do complexo se encontram alteradas o que favoreceu a formação de depósitos econômicos de outros minerais.
Os depósito de rochas alcalinas são formados principalmente pelos veios de caldasíto, e mineralização de urânio que ocorrem como minerais detríticos depositados no aluviões eluviões ou veio e lentes. Ocorre a alteração dos veios hidrotermal e intepérica de magnetita, que apresenta mineralizações de Th e ETR, este também é o depósito mais importante do complexo. O outro depósito é de minerais do tipo U-Mo em faixas filoneanas ou corpos lenticulares originados a partir do intemperismo, hidrotermalismo e processos tectônicos nos tinguaítos. Minerais de tório são torita e torianita, enquanto os minerais de elementos terras raras pode incluir monazita, xenotímio bastnaesita. Os minerais de urânio são pechblenda, uranita, coffenita, carnotita e baddeleyta.
Como de maneira geral houve a hidrotermalização das rochas fonalitos, tinguaitos e foilitos que deu origem as rochas potássicas da região nessa fase será realizado o levantamento geofísico, geoquímica de solo e geologia de detalhe. A prospecção geoquímica de solo é importante porque as mineralizações também são resultados do imtemperismo, dessa forma pode acontecer a formação de bauxita por concentração residual de alumínio já que as rochas são pobres em quartzo. Concentrações minerais por alteração hidrotermal e dispersão secundária por intemperismo podem ser identificada através da prospecção geoquímica que será útil na identificação do halo de dispersão das mineralizações e de possíveis anomalias, principalmente as anomalias de contato e ocorrência dos minerais radioativos nas estruturas circulares.
Dois métodos geofísicos são de longe os mais indicados para a área: gamaespectrometria (radiometria autoportada) e polarização induzida. Como se trata de rochas alcalinas, o método radiométrico e o mais indicado para identificar anomalias de U, Th e K. O método gamaespectrométrico também é útil para alteração hidrotermal por conta do enriquecimento em potássio que houve nas rochas. O depósito de U-Mo se encontra nas zonas limitante das estruturas anelares, então pode ser identificado como alteração de contato pelo levantamento aerogeofísico radiométrico.
Enquanto o método de polarização induzida funciona com depósitos oriundos de alteração hidrotermal, por que as rochas hidrotermalizadas apresentam cargabilidade maior. O método magnetométrico pode ser utilizado, principalmente para distinguir os litotipos alcalinos.
A correlação das informações obtidas nos estudos de detalhe leva à indicação de locais para perfuração de furos de sondagem. A partir dessas análises poderá ser definida a extensão superficial e abertura de frente de trabalhos utilizando poços e trincheiras.
Por último acontecerá a avaliação da reserva, onde haverá a preparação da base topográfica partir de uma escala de detalhe de 1:10.000. Essa fase é onde será realizada o levantamento geofísico e topográficos dos alvos selecionados que culminara na campanha de sondagem. Os trabalhos mineiros contarão com abertura de trincheira ortogonais a direção dos veios e sondagem Banka para aluviões. Para prospecção urânio a sondagem é do tipo Rotary. Nesta fase também ocorrerá a perfilagem gama nos poços. Esses estudos incluem a determinação de teores dos elementos e a medição de propriedades físicas, que podem ser usadas para reinterpretação dos dados geofísicos.




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