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"Nada pode
durar tanto, não existe nenhuma recordação que, por intensa que seja, não se
apague."
É possível dizer
muito com poucas páginas, e Juan Rulfo é a prova disso.
Considerado a
maior obra da literatura mexicano, o livro não tem sequer 200 páginas.
É de uma linguagem
poética linda, sobre um importante momento da vida: o fim dela.
Detalhe: sem ser
mórbido.
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“Deu uma batida
seca contra a terra e foi se desmoronando como se fosse um monte de pedras.”
Por aí já podemos
ver que se trata de um romance extremamente único, e definitivamente hiper
mexicano.
Recheado de
expressões populares e regionais.
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“Saiu da casa e
olhou o céu. Choviam estrelas. Lamentou aquilo, porque teria gostado de ver um
céu quieto. Ouviu o canto dos galos. Sentiu a envoltura da noite cobrindo a
terra. A terra, “este vale de lágrimas”
Livro curtinho,
fenomenal e que imediatamente se tornou um clássico da literatura latina. Há
tempos eu queria ler, e pude por fim ter essa chance.
Excelente escolha.
História cativante
e fora do comum.
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"Este mundo,
que nos dilacera por todos os lados, que vai esvaziando punhados de nosso pó
aqui e acolá, desfazendo-nos em pedaços como se regasse a terra com nosso
sangue."
Adorei a temática
e a escolha do autor em contar a história de diferentes pontos de vistas.
São 68 fragmentos,
vários narradores e uma história contada de uma forma não linear. Tempo, espaço
e narrador.
Nada disso é fixo.
Esse é um ponto
positivo, mas também serve para deixar a narrativa um pouco confusa no começo.
Depois melhora, eu
juro.
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"Em cada
suspiro é como se a gente se desfizesse de um sorvo de vida."
A genialidade do
autor definiu e criou o realismo mágico.
Desta forma, Juan
Rulfo foi o percursor do que o Gabriel García Márquez fez com Cem Anos de
Solidão, outro romance que está entre meus favoritos.
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"Estava
acostumado a ver morrer a cada dia algum de seus pedaços. Viu como o jasmineiro
se sacudia deixando cair suas folhas: 'Todos escolhem o mesmo caminho. Todos se
vão'. Depois voltou ao lugar onde tinha deixado seus pensamentos."
Pedro Páramo,
único romance de Juan Rulfo, me traz "Memórias Póstumas de Brás
Cubas" na mente. Um pouco de "A menina que roubava
livros" por um único detalhe e "Um Rapaz Latino
Americano" de Belchior.
Tudo isso e um
pouco mais que me fez terminar com vontade de rever "Coco",
viva a vida é uma festa.
"Dizem que os
mortos se amontoam na terra. Eu acho que se amontoam no ar."
SINOPSE EM
ESPANHOL
Cuando al final de
la década de los sesenta la narrativa hispanoamericana alcanzó un prestigio
mundial, se volvió la vista atrás en busca de sus «clásicos». La figura gigantesca de Rulfo detacó inmediatamente.
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En 1955
aparece Pedro Páramo. Novela gestada largamente por un escritor con fama
de poco prolífico y que aunó la propia tradición narrativa hispanoamericana con
los principales renovadores de la occidental: Joyce, Faulkner, Woolf...
Novela rica,
apasionante como pocas, que arrastra al lector del desconcierto a la sugestión.
Esta edición ofrece el texto definitivo de Pedro Páramo, corregido por la
Fundación Juan Rulfo, incluye una nueva Introducción, varios Apéndices sobre
variantes, cronología de la historia, anotaciones a los fragmentos y aclaraciones
de Rulfo y un nuevo aparato de notas.
SINOPSE EM
PORTUGUÊS
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De enredo conciso
e preciso, o único romance de Juan Rulfo trata da promessa feita por Juan
Preciado à mãe moribunda. O rapaz sai em busca do pai, Pedro Páramo, um
lendário assassino. No caminho, encontra impressionantes personagens repletos
de memórias, que lhe falam da crueldade implacável de seu pai.
Em sua estrutura
não há linha temporal exata, tampouco um narrador fixo. Juan Rulfo nos leva a
mergulhar e a nos dissolver no turbilhão dos sentimentos de todo um povoado, em
torno desse grande homem.
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Alegoricamente, o
romance é o México ferido, que grita suas chagas e suas revoluções, por meio de
uma aldeia seca, onde apenas os mortos sobrevivem para narrar os horrores de
sua história e política. Pedro Páramo é basicamente sobre a presença
da morte em meio à vida. Um livro, de poética simples e concisa, curto e
inesquecível.
O realismo
fantástico como hoje se conhece não teria existido sem este livro. Desta fonte
beberam o colombiano Gabriel García Márquez e o peruano Mario Vargas Llosa. A
partir da combinação de dois elementos essenciais ao sucesso da literatura
latino-amerciana - o realismo fantástico e o regionalismo -, Rulfo se destaca
pela sua habilidade em contar uma história reunindo relatos e lembranças.
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SINOPSE EM INGLÊS
In this stunning
masterpiece of the surreal, Juan Preciado sets out on a strange quest, bound by
a promise to his dying mother. Embarking down a
parched and dusty road, Juan goes to seek his father, Pedro Páramo, from whom
they fled many years ago.
The ruined town of
Comala is alive with whispers and shadows. Time shifts from one consciousness to another in a hypnotic flow of
desires and memories, a world of ghosts dominated by the tyranny of the Páramo
family. Womaniser, overlord and murderer, Juan's notorious father retains an
eternal grip over Comala. Its barren and
broken-down streets echo the voices of tormented spirits sharing the secrets of
the past in an extraordinary chorus of sensory images, violent passions and
unfathomable mysteries.
CITAÇÕES
"Foi
crescendo como uma erva daninha."
"Que me
deixem ao menos o direito que os enforcados têm, o de agitar as pernas!"
"E vai ver
que quando você dormir, ninguém mais irá despertá-la."
"Há esperança
para nós, contra o nosso penar."