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"Eis a minha recompensa, o abandono"
Um pai que é explorado
pelas filhas, um jovem ambicioso e a sociedade parisiense do século XIX são o
centro deste romance.
O pai Goriot, publicado
em 1835, é um dos pilares de A comédia humana e um dos mais conhecidos títulos
de Honoré de Balzac (1799-1850).
Meu primeiro livro do
Balzac e fiquei meio incomodado pela falta de capítulos. Tudo é um longo texto
com um humor sofisticado e elegante.
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“Os pais devem dar
continuamente, para serem felizes. Dar sempre é o que a gente faz quando é
pai.”
Um clássico da
literatura, porém longe de ser enfadonho é surpreendentemente interessante.
Antes disso tive medo de tentar ler e ficar bloqueado.
Então tomei outro
caminho. Entre leitura e escuta, primeira vez que ouço um livro em mais de 10
anos. Li e ouvi ao mesmo tempo, então
notei que no audiolivro algumas frases não aparecem.
Provavelmente trata-se
de edições diferentes. O autor adicionou muita coisa em edições posteriores de
suas obras quando decidiu reunir todas em um único universo compartilhado....
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“Em Paris, o êxito é
tudo, é a chave do poder. Se as mulheres o julgarem espirituoso e inteligente,
os homens acreditarão nisso, se você não os decepcionar. Então, poderá desejar
tudo, poderá ir aonde quiser. E ficará sabendo que é a sociedade, uma reunião
de incautos e de velhacos.”
O Pai Goriot faz parte
de “A comédia humana”, o conjunto da obra de Balzac sobre diversos personagens
recorrentes. A comédia humana concebia pelo autor nada mais é que a tragédia
das pessoas comuns, retratando o cotidiano de pessoas normais. Personagens tão
humanos quanto se é possível para uma obra de ficção.
Dentro da literatura
universal O Pai Goriot é a obra-prima de Balzac e possivelmente uma das obras
mais poderosas da literatura francesa, considerada uma obra-prima por muitos
críticos.
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"As almas belas não
podem ficar muito tempo neste mundo. Realmente, como se poderiam aliar os
grandes sentimentos a uma sociedade mesquinha, pequena, superficial?”
Um livro sobre
sofrimento e sobre ambição, onde o autor disseca vários sentimentos humanos
para pintar um retrato da nova burguesia emergente e da aristocracia em
decadência que não tem medo de mostra sua ingratidão e ânsia pelo poder.
Balzac tinha realmente
um dom para analisar a sociedade, de quase 200 anos atras, mas que infelizmente
ainda continua a mesma. É quase um drama histórico, bem descritivo, o que
demora a se acostumar no começo. No final é impossível não ter sentido algo por
esse livro.
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"Na falta de um
amor puro e sagrado que preencha a vida, [a] sede pelo poder pode tornar-se uma
bela coisa".
Le Père Goriot
Honoré de Balzac
Ano: 1834
Páginas: 378
Idioma: francês
Citações favoritas
“Ah!
Si j'étais riche,
si j'avais gardé ma fortune,
si je ne la leur avais pas donnée,
elles seraient là,
elles me lècheraient les joues
de leurs baisers !”
" As paixões nunca
erram seus cálculos ".
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"Você sondará o
quanto é profunda a corrupção feminina e medirá a extensão da miserável vaidade
dos homens. Embora eu tenha lido muito no livro da vida, ainda havia páginas
que eu desconhecia. Agora sei tudo."
"Existe um Deus.
Oh, sim, deve haver um Deus que nos reserve um mundo melhor, ou nossa terra não
tem sentido".
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"Não há princípios,
há apenas acontecimentos; não há leis, há apenas circunstâncias: o homem
superior abraça os acontecimentos e as circunstâncias para conduzi-los. Se
houvesse princípios e leis fixas, os homens não os mudariam como mudamos de
camisa. O homem não é obrigado a ser mais sensato que uma nação inteira."
"Assim, era a curiosidade que o levava à
casa da sra. de Nucingen, ao passo que, se ela o tivesse desprezado, talvez
tivesse sido conduzido até lá pela paixão."
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"Pois bem! Quando
fui pai, compreendi Deus. Ele está inteiro em toda parte, já que a criação saiu
Dele. Sou assim com minhas filhas, senhor. Só que gosto mais de minhas filhas
do que Deus gosta do mundo, porque o mundo não é tão belo como Deus, e minhas
filhas são mais belas que eu.”
"Este homem não
vivia, ele se arrastava pela vida."
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"O mais indiferente
dos homens ali se entristece como todos os caminhantes, o ruído de um veículo
torna-se um acontecimento, as casas são melancólicas, as muralhas cheiram a
prisão.”
"[...] quase todos apresentavam corpos
rijos, constituições que haviam resistido às tempestades da vida, rostos frios,
duros apagados como os de moedas fora de circulação.”
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"Por piores que
sejam as coisas que te contêm do mundo, acredita! Não há Juvenal capaz de
descrever o que há nele de horror coberto de ouro e pedrarias"
“Viu a sociedade tal
qual é: as leis e a moral impotentes para com os ricos e viu na fortuna a
última ratio mundi.”
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“Quando se conhece Paris, não se acredita em
nada do que aqui se diz e não se diz nada do que aqui se faz.”
“O demônio do luxo mordeu-lhe o coração, a febre
do ganho dominou-o e a sede de riqueza secou-lhe a garganta.”
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“Ter uma amante, pensava, constitui uma posição
quase real, é o símbolo do poder.”
“Assim é a existência da metade das mulheres de
Paris: luxo exterior e angústias cruéis na alma.”
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“O amor de Paris não se assemelha em nada aos
outros amores... Neste país, a mulher não deve satisfazer apenas o coração e os
sentidos. Ela sabe perfeitamente que tem maiores obrigações a cumprir para com
as mil vaidade de que se compõe a vida. Nelas, sobretudo, o amor é
essencialmente arrogante, atrevido, perdulário, vaidoso e faustoso.”
“Os jovens... ricos ou pobres, nunca têm
dinheiro para as necessidades da vida, ao passo que o têm sempre para
satisfazer os caprichos”
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“Quanto mais intenso e sincero é o amor, mais
ele deve ser velado, misterioso.”
“A pátria perecerá se os pais forem pisoteados.
É claro. A sociedade e o mundo estão baseados sobre a paternidade. Tudo
desabará se os filhos não amarem os pais.”
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“Um sentimento não é o mundo num pensamento?”
"Depois de
perguntar às suas camareiras se minhas filhas vão sair , espero-as no caminho ,
meu coração dispara quando as carruagens chegam , admiro-as em suas toaletes ,
elas me jogam um sorriso que me doura a natureza . E ali permaneço , elas deves
retornar . Vejo-as de novo ".
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“Sabe como alguém abre
seu caminho por aqui? Pelo brilho de gênio ou pela habilidade da corrupção. É
preciso entrar nessa massa de homens como uma bala de canhão. A honestidade de
nada serve. Assim, a corrupção é a arma da mediocridade que abunda, e você
sentirá sua presença em toda parte.”
“Joguem a sonda, jamais
conhecerão sua profundidade”
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“deixemos a sociedade,
hoje quero ser muito feliz.”
“O amor em Paris em nada
se parece com os outros amores.”.
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“o amor é uma religião,
e seu culto deve custar mais caro que o de todas as outras religiões”
"Era a morte dos
pobres, que não tem luxo, nem seguidores, nem amigos, nem parentes."
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“- Senhora duquesa -
tornou Eugène -, não é natural querer se iniciar nos segredos do que nos
encanta?”
"Que prazer seguir as inspirações da
consciência!"
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"Quero trabalhar
com nobreza, com pureza; quero trabalhar noite e dia, só dever minha fortuna a
meu labor. Será a mais lenta das fortunas, mas a cada noite deitarei a cabeça
no travesseiro sem um único pensamento torpe."
Sinopse em português
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O velho Goriot é um dos
locatários da pensão Vauquer – estabelecimento parisiense de gosto duvidoso – e
um ex-comerciante que enriquecera durante a Revolução Francesa vendendo trigo
por dez vezes o preço de compra. Agora, porém, ele não passa de uma sombra da
antiga opulência. Todos os moradores da pensão ridicularizam o velho: ele
afirma ser pai de duas distintas damas que o visitam de vez em quando, às
escondidas. O único a crer no que diz Goriot é o estudante de Direito Eugène
Rastignac, jovem ambicioso que sonha em conquistar Paris.
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Com seu virtuosismo
descritivo e narrativo, Balzac (1799-1850) traça o retrato da capital francesa
no início do século XIX, seus ambientes, ruas e habitantes – de uma hospedaria
simplória à grande mansão aristocrática, do foragido cheio de ardis ao escritor
brioso, passando por mesquinhos políticos, condes e condessas –, e conta uma
história de incrível atualidade, em que a firmeza de caráter e o amor de Goriot
constituem, para Rastignac, o necessário contrapeso à pressão exercida pelo
vício sobre a virtude.
Sinopse em francês
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Rastignac est un jeune provincial qui cherche à
s'insérer dans la société parisienne.
Il lui manque les manières et l'argent. Pour
parvenir, il côtoie les femmes du monde, mais reste attaché à son voisin de la
pension Vauquer, le père Goriot, vieillard malheureux abandonné de ses filles.
Vautrin, forçat évadé, Marsay, politicien
ambitieux, et Rubempré, écrivain talentueux, sont animés du même désir de
pouvoir. Ils apprennent, chacun à leur manière, les complicités et les
alliances indispensables dans une société gouvernée par les intérêts.
Seules
figures du désintéressement : le père Goriot, vaincu par son amour paternel, et
Mme de Beauséant, abandonnée du Tout-Paris. La passion bout dans cette maison
comme dans une cocotte-minute, les pages se tournent toutes seules ; c'est que
chaque palier de la pension Vauquer est devenu un étage de ce que Balzac vient
de concevoir : La Comédie humaine.
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